3. You Make Me Love You - Capítulo 36

Pós-gravação

Música do capítulo: Rich Girl - Justin Bieber feat. Soulja boy

Justin’s POV

   Já estava chegando à gravadora e ainda me pegava sorrateiramente pensando na (Seu Nome). Ela havia saído um pouco mais cedo do que eu, parecendo bastante frustrada. Ironicamente, eu achava que teria sido melhor se ela estivesse irritada comigo, mas frustração era um sentimento mais torturante.

    Respirei fundo ao estacionar. Saí do carro com dificuldade, sentindo os músculos completamente dormentes, consequência do tempo exagerado que passei na mesma posição. Demorei para caminhar a pequena distância, enquanto quase me arrastava pela rua e o Sol batia insistentemente no meu olho, embora não muito forte.

     Assim que eu entrei na gravadora – após passar por uns seguranças mal encarados –, relaxei, quando meu rosto entrou em contato com o ar gélido do ar condicionado. Tentando melhorar minha expressão e não parecer antipático, me dirigi ao mesmo estúdio no qual havíamos ficado no dia anterior.

     Como ontem, eu também estava atrasado. Ao entrar, encontrei Selena de costas para porta, conversando e rindo com um garoto que me fora apresentado ontem e que eu também já esquecera o nome. Havia mais uma meia dúzia de pessoas espalhadas ao longo do extenso ambiente. Endireitei o cabelo e logo que avancei o primeiro passo, a morena virou-se para mim e um sorriso se abriu em seu rosto.

    Ela obviamente chamava mais atenção do que todos ali. Ela usava um vestido simples, mas bonito e o cabelo estava preso em um coque despretensioso. Selena não estava parecendo uma super estrela, mas, sim, uma dessas garotas descoladas que tem suas fotos circulando por redes sociais. Ela estava impecavelmente linda.

     Selena se apressou para chegar até mim e, então, me abraçou. O abraço dela era bom, apertado como se ela não fosse capaz de te soltar jamais. Enquanto eu desfrutava da sensação de me sentir importante, ela encostou o rosto no meu e sussurrou um “oi” baixinho no meu ouvido, antes de se afastar, extremamente animada e radiante.

      - Então, pronta? – sorri, deixando me contagiar pela sua animação.
      - Eu nasci pronta, Justin! – falou, fingindo-se convencida. – Só temos que esperar alguns detalhes serem ajustados. Paciência...

      Quando ela disse isso, pensei comigo mesmo que teria um bom tempo disponível apenas para sentar em um daquelas extremamente confortáveis cadeiras acolchoadas e reclináveis e conversar sobre qualquer assunto. Mas aconteceu em uma questão de segundos; eu sequer tive tempo para me acomodar em uma cadeira, quando informaram que poderíamos começar quando quiséssemos.        
 
     Pensei que quanto mais cedo começássemos, acabaríamos o mais rápido possível, mas eu me atrapalhei completamente, o que só gerou mais desperdício de tempo. Felizmente, Selena era meiga demais para me acusar de estar sendo péssimo. Ao invés disso, ela apenas ria, quando eu começava a ficar nervoso e então fazia alguma pequena piadinha sobre mim, tentando aliviar a tensão.

     Quando finalmente consegui me concentrar no que estava fazendo, as coisas pareceram fluir mais suavemente e o tempo passou rápido demais. Ao, aparentemente, acabarmos, olhei meu relógio novamente e me surpreendi internamente ao perceber que já estávamos no final da tarde e eu passara horas como se houvessem sido apenas minutos.
      
     Embora eu devesse me sentir aliviado, a única coisa que senti, ao passar pela porta que me levava ao lado de fora da gravadora, foi insatisfação por ter acabado tão rápido – ou parecido acabar rápido. Selena seguia ao meu lado, em silêncio. Só realmente se afastou, quando eu fiz menção a abrir a porta do meu carro.

      - Então, acho que eu já vou indo! – ela suspirou, já alguns passos distantes.
      - Sério? – minhas sobrancelhas se arquearam involuntariamente, enquanto eu estranhava a situação. – Por que não vamos jantar em algum restaurante por aqui? Ou você já se cansou de mim?
     - Um pouco. Você é meio chato... E desafinado. – Selena riu e eu tentei não me ofender. – Mas, sério, você quer realmente fazer isso agora? Está cedo ainda...
     - Bom, nós podemos ficar rodando por aí, até ser um horário propício. Parece melhor? – fiz uma breve pausa. – Só para lembrar, não aceito não como resposta.
    
     A morena assentiu, sem entusiasmo. Abri a porta de carona para que ela entrasse, fazendo um gesto excessivamente cavalheiro. Esperei, enquanto Selena arrastava os pés até o carro, parecendo contrariada por fazê-lo, mas assim que ela se aproximou, quase entrando no veículo, seus olhos pairaram em mim, enquanto faziam uma clara análise. Tentei desvendar qualquer coisa que aquilo pudesse significar, mas não tive muito sucesso.

    - Ei... – sua voz me tirou do transe – Vai devagar, ok?

    Sorri, esforçando-me para manter a concentração. Corri ao redor do carro, chegando à porta do outro lado o mais rápido possível. Me acomodei sobre a poltrona, colocando o cinto de segurança e, então, me preparei para sair dali depressa. Eu não tinha reais intenções de dirigir de forma louca e desenfreada, mas meus pensamentos embaralhados me levaram a isso. Só consegui desacelerar à medida que notava Selena se encolher mais e mais ao meu lado, apertando fortemente o cinto.

     Antes que eu pudesse enlouquecer com meus próprios pensamentos - ou a falta deles -, Selena começou a conversar comigo. Eu, de fato, não conseguia prestar muito atenção, mas a voz dela ainda era o suficiente para me distrair e me acalmar. Precisei acenar com a cabeça algumas vezes e incentivá-la a continuar, apenas para demonstrar que me importava. A única coisa que retomou minha atenção foi:

    - Que tal pararmos ali?

     Quando ela falou isso, apontando para um restaurante um pouco mais a frente, a escuridão já tomava o céu. Fiz um cálculo mental a fim de fazer uma estimativa de quanto eu havia me afastado do ponto inicial, mas desisti ao notar que era perda de tempo. Estacionamos, logo e, pela primeira vez, Selena pareceu realmente animada desde que havíamos saído da gravadora. Ela estava aparentemente ansiosa ao sair do carro e caminhar até o restaurante, embora permanecesse calada, ainda conservava uma expressão bastante satisfeita.

     No restaurante, sentamos em uma mesa isolada de outras pessoas, mas próxima a uma janela de vista perfeita. Naturalmente, fomos atendidos depressa e deixei que Selena escolhesse o prato. Ela pareceu pouco à vontade com isso, quase como se estivesse em dúvida sobre lados diferentes do cardápio. Quando finalmente se decidiu, o garçom anotou nossos pedidos e tomou distância, deixando-nos sozinhos novamente.

      - Então, eu já falei demais sobre mim e até agora não ouvi nada! – apontou Selena, enquanto deslizava os dedos sobre a fina toalha de mesa. – O que conta de novo, hein?
    - Nada. – suspirei.
    - Ah, impossível. Você é Justin Bieber! – ela riu da própria afirmação como se fosse algo bobo. – Hum... Me fale sobre a (Seu Nome). Você gosta de falar dela, não é?
    - Depende com quem. – admiti. – Para falar a verdade, a (Seu Nome) está me enlouquecendo!
    - No bom ou no mau sentido?
    - Hã... Nos dois! – franzi o cenho, confuso comigo mesmo.
    - Explique-se, por favor.
    - É que ela é tão ela, tão única e diferente, que eu não sei como lidar...
    - Ok, agora você me deixou curiosa... –seus olhos se estreitaram – Você me achava igual às outras?
    - Não! – respondi, de imediato – Mas, com você foi diferente. Quero dizer... Eu já te conhecia bastante, quando nós começamos a namorar, afinal, nós éramos amigos antes de tudo acontecer. Já com ela foi simultâneo. (Seu Nome) virou a garota que eu precisava ter para mim e também minha melhor amiga, ao mesmo tempo. As coisas aconteceram muito rápido e, às vezes, eu ainda sinto como se estivesse aprendendo algo novo sobre ela, todo os dias.
    - O jeito como você fala dela é tão cativante. – os olhos de Selena brilharam para mim. – Você realmente a ama?
    - Digamos que arrancar meu coração e entregá-lo a ela em uma caixa não seria prova de amor semelhante ao que eu realmente sinto...

     Selena fez menção a dizer mais alguma coisa, mas o garçom chegou à nossa mesa mais depressa. Nos calamos, enquanto os pratos eram ajeitados diante de nós. Quando o rapaz finalmente se afastou, desviei minha atenção de Selena para tentar satisfazer o meu estômago desesperado.

      - Posso fazer uma pergunta possivelmente indiscreta? – indagou Sel, parecendo sem graça.
      - Vá em frente! – incentivei.
      - Como vocês se conheceram?
      - Hã... Foi... – interrompi a mim mesmo, por um minuto. – Você quer a história de verdade ou a editada?
      - Nós somos amigos, Justin. O que você acha?

      Assenti e, entre uma garfada e outra, retornei a um passado distante. Enquanto eu falava, praticamente sussurrando, Selena quase se esquecia da refeição a sua frente e dirigia sua total atenção a mim. Por diversas vezes, me perguntei em silêncio se aquilo não a incomodava. Mas se sim, ela não estava demonstrando nem um pouco. Selena sempre gostou de uma longa e ótima história de amor, então talvez ela nem se importasse realmente com quem se passava, mas sim como passava. Apesar disso, eu não tinha certeza se deveria mesmo classificar essa história como próxima de romântica.

     Quando terminei o meu relato – logo após a sobremesa –, os olhos de Selena estavam ligeiramente úmidos. Ela mordia suavemente o lábio inferior, ainda me fitando. Senti o coração ficar apertado. Eu não estava em condições de vê-la chorando.

      - Está tudo bem? – ousei perguntar.
      - Claro! – ela secou os olhos rapidamente, antes que lágrimas começassem a cair. – Eu só... Nada!
     
      Evitei insistir para não gerar consequências piores. Me limitei a pedir que o garçom trouxesse nossa conta e a paguei logo, ansioso para sair dali.  
           
      Fora do restaurante estava realmente pior. Havia desagradáveis flashes vindo de encontro direto aos meus olhos, apesar da distância que os papparazzis mantinham. Tentando manter a calma, segurei suavemente a mão de Selena, enquanto seguíamos pela rua. A mão dela estava mais quente do que eu esperava e me esforcei para não demonstrar que aquilo me deixara arrepiado. Me concentrei em continuar no caminho até o estacionamento, quando ela parou de repente.

      - Ei. – falou, chamando minha atenção. – Eu vou pegar um táxi!
      - Sério? Por quê? – perguntei, quase me sentindo ofendido. – Eu posso te levar até o seu hotel!
      - Não, Justin. Chega de te incomodar por hoje, ok?
      - Selena, eu chateei você? Com toda aquela história dramática e melosa?
      - Você só pode estar brincando com essa pergunta, Justin... – ela riu, sem humor. – Eu pedi que você me contasse e eu gostei muito. Por que não gostaria, hein?

      Eu tinha uma resposta em mente, mas parecia mais seguro e propício, ao momento, permanecer quieto. Assim, dei de ombros para sua pergunta, esperando encerrar o assunto, antes que eu acabasse por me comprometer mais e mais.

      - Ei, está vindo um táxi ali. Chame-o para mim? – pediu Selena.
      - Tem certeza? – insisti novamente.
      - Claro!

       Fiz sinal para que o táxi parasse e, em questão de segundos, ele estava estacionado ao nosso lado, na calçada. Assim, Selena me fitou por mais um minuto, antes que eu pudesse desviar minha atenção mais uma vez, enquanto ela se preparava para abrir a porta do carro.

        - Então, acho que já vou indo...

       Suspirei, antes de me inclinar para beijar seu rosto. Selena ainda estava concentrada e atrapalhada com a porta, quando notou minha aproximação – aparentemente inesperada – e virou-se para mim, rapidamente. Eu não pude prever o que vinha em seguida, mas meus lábios tocaram suavemente nos dela em um selinho um tanto quanto embaraçado. Senti o rosto arder de vergonha pela situação, assim que me afastei.

      Eu realmente esperava que ela ficasse surpresa e possivelmente até com raiva, mas, ao invés disso, ouvi uma risada delicada, enquanto suas bochechas ficavam ruborizadas. Selena escondeu o rosto com as mãos, ainda rindo.

      - Desculpa... – sussurrei, rindo também, sem graça.
      - Acho que depois dessa, eu realmente irei embora. – falou, sorrindo. – Te vejo amanhã, no mesmo horário?
      - Claro!

      Antes que ela finalmente entrasse no veículo, a abracei, ainda receoso que ela me achasse abusado demais, mas Selena não pareceu hesitar, enquanto me abraçava de volta. Ao me afastar, levei meus lábios até sua testa – esperando evitar mais constrangimentos – e a entreguei algumas notas que achei serem necessárias para pagar a viagem.

      Afinal, a morena entrou no veículo e acenou para mim, enquanto o mesmo se afastava. Fiquei parado no mesmo lugar, observando o carro sumir pela estrada a uma velocidade constante.

      Parcialmente recuperado da situação e pedindo mentalmente para que aquele acidental momento não tivesse sido visto por ninguém, voltei a me dirigir ao estacionamento do restaurante. Logo, eu estava novamente em meu carro, acelerando pelo longo caminho de volta a casa e tentando me manter focado na estrada, enquanto refletia comigo mesmo. Eu não estava tão preocupado assim se aquilo realmente tinha sido registrado por alguém, mas sim que aquilo tivesse sido registrado pela própria Selena. Eu não queria que ela pensasse mal de mim. Onde eu estava me metendo de novo?

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Capítulo 36, princesas (:

   Desculpem, meninas. Primeiro, pelo capítulo capenguérrimo, vish! E, segundo, pela demora absurda hahahah Mas é o seguinte: Essa semana foi a minha última semana de aulas antes do recesso e o que aconteceu? Eu virei escrava da escola, tipo sem tempo nem para respirar direito. Mas, passou!
   VOLTEI! \o/

   Espero que... Desculpem esse capítulo (porque, eu sei, está uma porcaria, mas relevem! Melhorarei, sério!)