16 dezembro 2012

3. You Make Me Love You - Capítulo 35


Perda



Belieber's POV

  
Estava tudo escuro quando me levantei. Eu sequer lembrava onde ficava o interruptor para poder ligar as luzes e afastar a escuridão apavorante dos meus olhos. Arrastei os pés, calmamente, tentando não tropeçar em nada, enquanto me locomovia pelo cômodo. Havia uma atmosfera sombria que ia além da iluminação e estava me fazendo sentir dificuldade de respirar.

    Finalmente, achei o interruptor e, aliviada, acendi as luzes. Meus olhos desacostumados rejeitaram a claridade e depois o local. Eu não sabia exatamente onde eu estava. Analisei a cena de maneira crítica. Era um luxuoso quarto de paredes brancas, com detalhes em dourado. A cama na qual eu estava alguns minutos atrás permanecia perfeitamente arrumada com lençóis e travesseiros de tecido macio. As duas portas em extremos diferentes do cômodo eram delicadamente desenhadas com entalhes abstratos. Uma estava ligeiramente entreaberta e levava ao banheiro, já a outra – devidamente fechada – imaginei que me levaria para longe dali.

    Suspirei, esgotada. Eu não sabia quanto tempo havia se passado, mas eu não estava no meu lugar usual. Refletindo comigo mesma, sentei na cama e comecei a abrir todas as gavetas da pequena mesa de cabeceira. A primeira permanecia vazia, porém na segunda havia uma caneta ao lado de um velho guia cheio de anotações. As palavras estavam em um português perfeito, fazendo-me perguntar a quanto tempo eu estava no Brasil.

     Continuei a questionar a mim mesma, me torturando com perguntas que eu não tinha como saber as respostas. Eu estaria sozinha ali? Ou talvez Justin estivesse comigo? Qual o hotel em que eu estava? Eu havia indo apenas para visitar os meus pais e amigos ou estaria ali para algum show? O meu novo álbum era bom?   
 
     Deixei que a confusão mental tomasse conta de mim, enquanto eu rolava na cama, me sentindo perdida. Eu estava quase relaxando por agir como uma idiota, virando de um lado para outro do colchão, quando notei algo embaraçar em meus cabelos. Um pedaço retangular e resistente de papel prendeu-se em alguns fios e eu o tomei em mãos, afastando a bagunça que eu havia feito em minha própria madeixa.

      Ao começar abrir o pequeno envelope que eu segurava, senti uma melancolia tomar conta de mim. Uma sensação de vazio abriu um buraco em meu coração e parecia que eu estava passando por alguma situação de perda. Quanto mais eu tentava afastar esse sentimento estranho de dentro de mim, mais vinha uma desconhecida vontade de chorar. Respirei fundo, tentando me manter focada e abri a carta. A caligrafia já era conhecida.

       “Dispensando vocativos por hoje.

        Eu nunca serei capaz de te recompensar por isso, (Seu Nome). Eu nunca serei capaz de consertar esses meses. Nunca serei capaz de fazer ser você de novo. Realmente sinto muito por isso, embora você não acredite. Há a possibilidade de você nunca me perdoar por isso, mas eu não me arrependo.
         Sim, quebrei promessas de anos, que diziam que íamos ser amigas para sempre. Mas eu provavelmente não posso fazê-lo depois do meu comportamento. Gostaria de dizer gentilezas como ‘você sempre poderá contar comigo’ ou ‘apesar de tudo, quando precisar é só me chamar’, mas não adiantaria, não é? Você não voltaria a me procurar nem mesmo no pior momento da sua vida. Ou, talvez, eu já tenha feito passar por esse também.
         Minhas explicações possivelmente não serviram para mais nada. Eu poderia te descrever milhares de motivos para ter feito o que fiz, mas nada disso consertaria algo, embora você saiba que eu não ache que nada fora realmente quebrado – você é uma pequena exceção. E em todo caso, eu não sou boa com as palavras o suficiente para fazer você entender por meio destas.
         Meu único arrependimento é ter precisado tanto fazer isso. Ou achado que precisava. Em todo caso, eu ainda espero, possivelmente em vão, que um dia, mesmo que distante, você possa voltar a me ver como aquela sua amiga que fazia todo o tipo de palhaçada para te fazer rir e ainda tinha uma vocação para te meter em problemas. Eu sei que isso é pedir demais, mas não me repreenda por manter a esperança.
        Falando sobre isso, e caso você queira saber, acho que ele sente sua falta. Eu sinto.
        Memórias não duram para sempre...

                                                                                                                          Manuela”


     Senti uma dose exagerada de frustração. Eu realmente sentia vontade de chorar. Alguma coisa estava terrivelmente deslocada de seu lugar de origem e eu sabia que era sobre isso que Manuela estava se referindo. Tentei me lembrar do que acontecera nos últimos tempos, mas nada relevante chegava à minha cabeça. Aliás, melhor dizer que nada chegada à minha cabeça e ponto final.
      
      Eu ainda segurava a pequena folha de papel com firmeza sobre as mãos, tentando entender a que ela se referia, mas parecia ser impossível para mim. Não consegui reprimir um impulso de gritar de desespero.

       Antes que o som do meu grito ecoasse pelo meu quarto, senti algo sobre meus lábios. Meus olhos se abriram instantaneamente e lá estava Justin ousando me beijar, enquanto eu estava inconsciente em meu mundo bizarro de sonhos. Por um segundo de alívio, quase o agradeci por ter feito aquilo e me despertado, mas provavelmente assim eu atrairia mais perguntas e eu não queria mais pensar no que havia acabado de acontecer, embora ainda estivesse gravado na minha cabeça como um filme maçante de final de tarde.

     - Então, mereço uma explicação? – perguntou Justin, me fitando com olhos repreensivos, enquanto me arrastava pela segura realidade.
     - Hã? – indaguei, sem conseguir raciocinar com precisão.
     - Posso saber por que a senhorita não me esperou ontem? E por que me fez dormir sozinho?
     - Ei, eu não te obriguei a ficar sozinho, ok? É que provavelmente você chegou tão tarde ontem, que nem se lembrou da minha existência. Aliás, deveria esta pensando na Selena ainda, não é?
     - Verdade... – concordou com um tom que demonstrava a falta de verdade em suas palavras. – Ela estava linda ontem.
     - Foi bom com ela? – continuei, sem me alterar.
     - Claro. Você sabe... Tem um hotel perto da gravadora.
    
     Bufei, virando-me de lado na cama e dando as costas ao meu namorado imbecil. Ele não pareceu se intimidar por minha falta de senso de humor e se colocou mais perto, quase deitando sobre mim. Justin percorreu um caminho de beijos desde o meu ombro até minha nuca e eu podia ouvir seu riso baixinho, me deixando um pouco exaltada.

      - Relaxa, princesa! – pediu, controlando-se por um minuto. – Eu não cheguei tão tarde quanto você pensa. Apenas 21h. Está bom para você? Antes que responda, lembre-se que eu dirigi por horas apenas para voltar para casa, enquanto poderia simplesmente ter ficado por lá mesmo.
      - Isso está me soando como uma chantagem emocional. Estou certa?
      - Talvez. Funcionou?
      - Não. – menti, rindo.

      Ignorei a insatisfação de Justin e direcionei minha atenção ao meu celular tocando sobre os lençóis, ao meu lado. Peguei-o com cuidado e notei o aviso e a mensagem que me lembravam de que a entrevista que eu marcara há alguns dias era hoje. Tentei não entrar em desespero por ser tão esquecida e me concentrei em me certificar o endereço e horário.

       - Ei... – comecei, voltando a me virar para Justin, esperançosa. – Ainda quer se redimir?
       - Bom, eu tenho um tempinho agora e...
       - Não é disso que eu estou falando, idiota. – dei-lhe um soco leve no braço. – Você quer ir comigo em uma entrevista hoje?
       - Sério? – a expressão dele vacilou por um segundo. – Não é que eu não queira. Na verdade, eu gostaria muito, mas... Eu vou sair daqui a pouco e devo retornar tão tarde quanto ontem.
       - Ah, é. – suspirei. – Selena...
       - Não precisa ficar chateada, boba! – ele fez uma pausa, arrumando meu cabelo bagunçado. – Eu te amo, (Seu Nome)! Você é minha, ok? E pode ficar tranquila, porque o que eu faço com você, jamais farei com ela.
      - É, mas já fez, não é, senhor Bieber?

      Justin riu baixinho, sem discordar e, em uma tentativa falha, tentou me distrair. Ele beijou, calmamente, minha testa e percorreu um caminho devagar, tocando minha pele com a pontinha do nariz, até que finalmente sua boca estivesse a milímetros da minha. A sensação da respiração dele em meu rosto era tentadora, mas, ainda assim, lutei contra cada célula do meu corpo e me afastei, antes que ele pudesse me beijar de verdade e me deixar hipnotizada, incapaz de sentir raiva do mesmo.

    - É melhor você ir se arrumar, tarado. – falei, em um tom falso de brincadeira.
   
    Senti que Justin iria protestar, arranjando alguma desculpa qualquer, mas algo em minha expressão o fez desistir. Observei em silêncio, enquanto ele se levantava da cama e com um ar chateado caminhava até a porta do meu quarto. Já estava começando a me sentir culpada novamente, mas então Justin se virou, antes de encostar na maçaneta da porta e me mandou um beijo.

     Sozinha mais uma vez, me acomodei melhor na cama, suspirando. Naquele momento, desejei desesperadamente não ter obrigações, não ter ciúmes e parar de refletir tanto por pelo menos um dia da minha vida. Eu estava praticamente fazendo um pedido para o vento, assim como já era de se esperar, nada aconteceu. Aparentemente, estrelas cadentes e lâmpadas mágicas não aparecem quando precisamos.

      Decidi, por fim, começar a me arrumar, sem a mínima vontade de me vestir decentemente e colocar um sorriso radiante no rosto. Comecei a questionar a mim mesma sobre o que faria naquela situação. Quero dizer, como eu posso permanecer calma, sorridente e centrada, enquanto respondo perguntas sobre minha carreira e vida pessoal, se estarei pensando no meu namorado e sua possivelmente carismática ex?


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Capítulo 35, minhas lindas :)
     Respondam-me uma coisa: Quem quer escrever uma IB aí?
     Seguinte, amores, eu tenho duas amigas que já escreviam uma IB, porém uma delas desistiu (chato, né?) e a outra não quer continuar sozinha. Então, se você sempre quis escrever uma IB, mas não sabia como ou achava que não iria conseguir sozinha e se interessou pela triste história, entre em contato com a @bi3bspanda, que ela te explica tudo direitinho e quem sabe em breve eu não esteja lendo uma IB sua? :)

     Por hoje, é só! Críticas, amor, piadinhas toscas... Podem deixar tudo nos comentários hahah (Lembrando que se vocêé leitora nova e quer que eu te mande o link, quando postar capítulo novo, comente PEDINDO e deixando o user. Não coloquem só o user, sem pedir, porque se não eu acho que vocês fazem isso só para se identificar, ok?)
    Enfim, espero que tenham gostado.

(A imagem do capítulo é da Paloma Ferreira)

5 comentários:

  1. eu queeeeeeeeeeero eu quero :D Juh, eu quero rs
    Eu quero q vc me mande os links por favooor *---*

    quanto à IB..eu sempre quis escrever uma, ja fiz até um blog mas nunk comecei e desisti..n sei s escrevo bem =/ mas eu sempre quis rs
    enfim... aa eu perdi 1 capitulo :o por isso q vc mandando o link vai facilitar muito minha vida haha ta aí meu user>> @Our_Biebs
    bm..to super curiosa pro proximo cap. e to viciada na IB muahaha

    é serio..eu to viciada mesmo, me interne kkk
    não não, n me interna não, eu gosto de ser viciada na sua IB u.u
    agora como sempre eu tenho q estudar e se eu n passar eu me mato pq eu to me matando estudando (ok, frase sem sentido mas tudo bm O.o) ôoo vida rsr
    Bj Juh :*

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  2. *O* ameeeeeei ah ta perfeito como sempre ontinuua bjs :) ^^

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  3. Ahhh! Esses sonhos sempre me assustam! hahahha!Amei o capitulo, como sempre e sim, eu quero q vc me mande os links, por favor! hahaha! bjs <3

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  4. Cara, que sonho foi esse hein? haha me assustei, sério, mas slá, acho que esse sonho tem a ver com algo que ainda irá acontecer e_e Cara, e a parte hot de Jelieber que nunca sai? #xatiada u_u zuera! Enfim, o capítulo tá perfeito, bjs de luz ^^ @it_Stephanie_

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