3. You Make Me Love You - Capítulo 34

Companhia à distância

Belieber’s POV

    Eu não tinha certeza sobre quando passei a me sentir desconfortável em ficar sozinha, mas eu não estava mais conseguindo evitar. Já estava me sentindo entediada, no meio da tarde e me torturei, imaginando que Justin estivesse se divertindo, enquanto eu estava ali entre quatro paredes, sem companhia.

     Me arrependi por não ter realmente pedido para ir com ele, mas eu não queria que Justin pensasse que eu estava fazendo aquilo para ficar de olho no tempo que ele passaria com a Selena. Eu não lhe daria o gostinho de saber que eu estava com ciúmes, já que eu não estava, de fato. Bom, talvez um pouco, mas isso era irrelevantemente inevitável. Selena é ex-namorada do meu (meu!) atual namorado. E é bonita. E fofa. E está com meu namorado. E eu preciso bater em alguma coisa...

      Suspirei, me endireitando no sofá, já que a posição anterior já começara a deixar meu corpo dormente. Entediada, mudei o canal da televisão, onde passara algum filme sobre assassinatos – que poderia ser inspirador – para outro, em que transmitia um reality show musical qualquer.

      Retirei meu celular do bolso e fiquei visualizando meus contatos por alguns minutos, tentando achar alguém que pudesse animar a minha tarde. Passei por contatos como Demi Lovato, Miley Cyrus, Taylor Swift, Logan Lerman, Max George – ah, Max... – Taylor Lautner e Nick Jonas, mas cheguei à conclusão de que a maioria não estava na cidade e mesmo se estivesse, talvez eu não teria coragem de ligar para muitos.
 
       Os únicos números que chamaram minha atenção de fato foram quatro específicos. Os primeiros foram o de Manuela e Caitlin, mas seria injusto pedir às duas para abandonarem suas atividades recentes apenas para satisfazer um capricho meu. Sem me importar, segui para o terceiro número e hesitei. Era o de Chaz. Já fazia bastante tempo que eu não conversava com ele e imaginei se isso o deixara sentido. Ainda me lembrava perfeitamente da conversa mais desagradável que eu tivera com o mesmo, que reforçara que eu realmente não sabia pedir desculpas.

       “Alô?”, comecei, insegura, deitada sobre a cama do primeiro hotel que parei ao chegar a terras norte-americanas.
       “Desculpe, mas acho que você telefonou errado”, um suspiro doloroso ecoou do outro lado.
       “Chaz, não faz assim”, pedi. “Já passa da décima vez que eu te ligo, cheguei a pensar que você não iria me atender nunca mais. Mas você atendeu, então fala comigo...”
       “Eu não deveria ter atendido, para falar a verdade”. Um silêncio tomou conta durante poucos segundos. “O que você espera que eu diga?”
       “Eu não sei”, falei, sem jeito. “Você... Sentiu minha falta?”
        “Você está brincando comigo, (Seu Nome)?”, ele pareceu impaciente. “Você vai embora, me perguntando se eu vou ligar, se eu não vou te esquecer e um mês depois você apenas pede para que eu pare de manter contato. Agora, mais de um semestre depois, você me pergunta se eu senti sua falta. Você realmente vai fingir que se importa?”
    
      Engoli em seco. Eu não sabia o que dizer. Ele estava magoado e eu não podia repreendê-lo por isso. Eu tinha sido uma amiga relapsa, mas fazia sentido agir dessa forma naquela época. Precisava me afastar de tudo que pudesse me trazer memórias da viagem ao Canadá e eu tinha uma pontada de esperança que Chaz entendesse. Mas como eu poderia querer que ele aceitasse isso, já que se fosse comigo, eu provavelmente piraria?

      “Chaz...”, mordi o lábio inferior, tentando achar uma maneira de me explicar. “Ficar sem você também não foi fácil para mim, ok? Mas era pior ter que ficar voltando a um passado que na época eu achava que não voltaria jamais. Não foi justo com você, mas eu também não fiz isso com um sorriso no rosto. Eu sei que isso não muda nada, mas é a única coisa que eu posso fazer agora. Desculpa...”        

      Desliguei.

      Felizmente, ele me ligou no dia seguinte a essa pequena confusão, nós acabamos por fazer as pazes e conversamos por horas sobre o que estivera acontecido nos últimos meses. Aliás, era sempre assim. Eu era, na maioria das vezes obrigada, a contar coisas que aconteceram ao longo de um enorme período em que eu ficara sem manter contato. Odiava profundamente isso, mas o tempo que me restava para falar com todos que eu conhecia era praticamente inexistente.

     Hesitante, fechei os olhos e deixei que meus dedos executassem a ação, enquanto eu aproximava o celular do ouvido. Eu permaneci tensa durante todo o período em que as chamadas ficaram se repetindo sem resposta até que finalmente fora atendida. Gelei, quando sua voz ecoou suave pela silenciosa sala de estar.

      - (Seu Nome)? – Chaz parecia feliz e surpreso, o que deveria me deixar mais relaxada.
      - Chaz, como você está? – perguntei, voltando a ficar animada.
      - Incrivelmente ótimo.
      - Hum... Posso saber por que está tão bem humorado? – provoquei.

      Escutei, atentamente, enquanto ele relatava que estava na companhia de Caitlin, embora ela dormisse. Aproveitei a oportunidade para fazer milhares de perguntas sobre os dois e me animei com respostas positivas. Em seguida, tive que passar pelo mesmo processo e reforcei a ideia de que esfregaria a cara de Justin no asfalto se ele se engraçasse para cima da ex perfeita dele.

      O tempo passava depressa quando eu conversava com Chaz e rapidamente já fazia uma hora de ligação. Senti o estômago roncar de fome, mas me controlei, esforçando-me para continuar distraída sobre o efeito da voz que vinha do outro lado da linha. Porém, meu coração apertou quando ele informou, com um suspiro entristecido:
      - (Seu Nome), acho melhor eu desligar agora. Desculpa... – ele pareceu realmente culpado, o que me deu dó. – A Cait está quase acordando aqui e eu tenho quase certeza que é por conta do meu falatório exagerado. Eu deveria trabalhar um modo de parar com isso... Quero dizer, eu mal deixei você falar hoje.
      - Não seja exagerado – ri. – Mas, tudo bem, então. Cuide bem dela, hein?
      - Pode deixar, linda. Se cuide! E ficaria muito agradecido se ligasse mais vezes...
      - Eu vou tentar, prometo!

      Chaz falou um “te amo” fofo e, antes que eu pudesse retribuir, ele havia desligado. Me acomodei no sofá, ainda segurando o celular e devaneando sobre “aquelas” férias. Não conseguia ver aquilo como menos do que a melhor coisa que eu já fizera na vida. Eu teria que ser eternamente grata à Manuela por ter a louca de ideia de participar do concurso mais maluco que eu já vira.

     Quando finalmente sai do transe temporário, lembrei que havia ainda um número para o qual eu poderia ligar. Tentei pensar em todos os motivos que me impediriam de fazê-lo, mas não havia nenhum. Não nesse caso. Pelo contrário, eu tinha planos especiais para o mesmo. Com as mãos trêmulas, levei o celular ao ouvido, esperando a ligação se completar.

     Ao ouvir uma voz calma e baixa sussurrar no meu ouvido, meu coração deu um mortal para trás dentro do peito, enquanto eu quase pulava no sofá, sem conseguir me conter. Nem eu mesma esperava que fosse reagir dessa forma, mas era apenas o efeito que a distância causa nas pessoas.
 
     - Ei... – comecei, conseguindo formar palavras, finalmente. – Tenho uma proposta para você!

     A minha sugestão foi ouvida com calma e, mais rápido do que eu desejara a ligação se encerrou, já que ele não deveria ter sequer atendido. Não consegui me sentir culpada com isso, enquanto ainda estava me afogando em uma sensação reconfortante por completo.        

     Ainda não passara das 19h, mas eu decidira que dormiria cedo. Com uma energia exagerada, me levantei do sofá, desligando a televisão e me dirigi até a cozinha. Eu queria fazer um jantar saudável e leve, mas eu não estava com um humor adequado para isso e acabei me rendendo ao simples e maravilhoso brigadeiro.

    Ataquei quase a porção inteira que fiz, mas, no final, lembrei de deixar pelo menos um pouco para Justin, já que se ele descobrisse que eu fizera em sua ausência, provavelmente, seria esquartejada. Além dele, havia também a culpa por comer uma quantidade tão grande de doce. Mas é para isso que serve um personal trainer e uma academia, não?

     Certificando que deixara a cozinha como encontrara, retornei a sala de estar, indo em direção as escadas. Entrei no meu cômodo e ignorando qualquer coisa, parti direto para um banho. Fiz desenhos no vidro embaçado do boxe e ri comigo mesma. Tinha consciência de que parecia uma criança, mas eu simplesmente não conseguia me controlar. Pedi baixinho para que essa crise hiperativa passasse, antes que eu fosse para a cama.

    Saindo do banheiro, com uma roupa bem mais confortável do que a que entrara, me joguei na cama e senti o corpo cansado. Por um segundo, considerei a ideia de ir até o quarto de Justin, mas parecia muito longe, no momento. Eu não gostava de ter que dormir, sem esperar ele chegar, mas sabia que ele iria demorar – provavelmente em algum motel, se pegando com a Selena – e eu me sentia ansiosa demais para o dia seguinte. Assim, cai no sono, antes mesmo que pudesse formar outro pensamento coerente.

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Capítulo 34, lindas :)
   Desculpem o capítulo curtinho e sem graça, vou melhoras nos próximos, ok?
   Enfim, vim fazer propaganda aqui hoje! Hahahah. É o seguinte: Vocês já ouviram falar do projeto "Você Noel"(http://vocenoel.com/) ? Provavelmente, sim, mas caso não, dá uma olhada no site. O projeto tem uma iniciativa muito legal e eu decidi divulgar aqui, caso alguma de vocês se interesse (eu queria, mas acho que esse ano não dá :c). Mas antes de tomarem alguma atitude, conversem com os pais de vocês e veja se realmente há condições de participar, porque é um compromisso que você assumem ao se candidatarem, ok? :) E aí, quer ser Noel de alguém esse Natal?

   Por hoje, é só, princesas!

(A imagem do post é da Nydia Matus)