14 junho 2014

5. You Make Me Love You - Capítulo 25

Sem provas

Justin's POV
    Não voltei a dormir naquela madrugada, apenas retornei ao meu quarto e aguardei. Eu não estava esperando exatamente que o dia, de fato, amanhecesse. Na verdade, eu mal sabia o que estava esperando ou talvez soubesse e apenas não quisesse admitir. Era frustrante ter a certeza de que eu não ansiava mais por respostas  embora não tivesse nem perto das mesmas. A única coisa que eu esperava era que a sensação de culpa se dissipasse e eu pudesse voltar a me sentir minimamente alienado em relação àquela garota.

    Eu não sabia exatamente onde eu havia me metido, mas, pela primeira vez, comecei a não gostar. Tudo o que eu havia lido naquele estúpido diário me dava vontade de gritar, afinal, eu simplesmente não conseguia associar nada à minha pessoa. Eu tinha absoluta certeza de que era sobre mim que se falava naquelas páginas úmidas, assim como tinha certeza de que eu havia sofrido um acidente catastrófico, mas eu não conseguia me colocar no lugar das palavras da (Seu nome).

    Sim, eu tinha tentado evitá-la a qualquer custo após sair do hospital e quando comecei a namorar a Manuela, mas eu não sabia que tinha sido assim tão intenso. Aliás, eu não fizera nada disso por mal; era só que (Seu nome) não me passava qualquer segurança naquela época, era ululante que seus sentimentos eram confusos e instáveis, transmitindo isso para seu comportamento. Eu só não fazia ideia de que grande parte dessa confusão era por minha culpa.

     Justin...

     Deixei escapar um palavrão junto com uma interjeição devido ao susto que quase me fez cair da cama, após ouvir chamarem meu nome dentro do quarto, me tirando totalmente dos meus pensamentos. Eu não podia estar ficando mais louco do que eu já constatara.

      Justin, está tudo bem?  era Manuela.

    A morena entrou no quarto, enquanto eu me ajeitava, tentando parecer o mais normal possível. Manuela estava bebendo um líquido de coloração alaranjada, sugando-o por um canudo, e trazia outro copo de aparência semelhante, que imaginei ser para mim. Ela estava devidamente arrumada e pronta para começar um novo dia, bem diferente de mim, que mal conseguia pensar em levantar da cama. Na verdade, eu nem tinha reparado que o dia já tinha começado.

     Hã... Sim, claro!  concordei, tentando me concentrar em algo mais plausível.
     Bom, então, eu acho que é um bom dia, hein?  ela sorriu, estendendo-me um dos copos  Toma aqui, para você!

    Peguei o copo de suas mãos e o deixei repousar sobre as minhas, enquanto observava a distinta empolgação da minha amiga. Manuela, agora sentada ao meu lado na cama, estava com um sorriso de orelha a orelha e mal conseguia esconder isso, enquanto deslizava as unhas devidamente pintadas pelo colchão. Eu sabia que ela estava na expectativa de que eu demonstrasse o devido interesse e me vi na obrigação de fazê-lo.

     Então  comecei, dando lhe toda atenção que merecia , posso saber qual o motivo dessa animação toda logo pela manhã? Algum plano para hoje?
     Você não lembra que dia é hoje?  desafiou-me.
     Bom...  me esforcei um pouco para achar alguma informação perdida em minha memória, mas foi em vão  Não é o seu aniversário, não é?   
     Justin, para de ser bobo! Você sabe que não...  ela riu, me dando uma leve tapa no braço  Nós temos a prova de roupa da (Seu nome) hoje e... Eu estou ansiosa para que você veja o modelo do meu vestido. Você sabe que a sua opinião é importante para mim, não é?
     Hã... Sim, claro.  suspirei, voltando a me sentir culpado pela pessoa a qual as palavras de Manu haviam me remetido  Como eu poderia esquecer? Eu aposto toda a minha conta bancária que você estará estonteantemente linda!
     Sério?  Manuela franziu o cenho, parecendo meio descontente  Você não parece muito animado.

    Suspirei, envergonhado por ser tão óbvio. Aliás, aquilo era justo? A tortura que minha mente fazia sobre o meu corpo e aquele peso de toneladas em minha consciência ainda iriam se prolongar por muito tempo? Ou talvez fosse só eu mesmo, apegado a coisas que não me diziam respeito, embora, na verdade, dissessem...

     Justin... Aconteceu alguma coisa?
     Aham – admiti, sem fazer qualquer esforço contrário.
     E não é...  suas pausas sem motivo demonstravam que ela estava um pouco apreensiva comigo  Não é algo que eu deva saber, certo?
     Não.  discordei  Na verdade, no meu ponto de vista, você é a primeira pessoa que deveria saber sobre isso, mas eu não acho que esse seja o momento certo para conversarmos algo teoricamente sério. Desculpa!
     Você é quem sabe, Justin. Se estiver tudo bem para você, também está bem para mim...  ela sorriu delicadamente  Aliás, se você não quiser ir, tudo bem, ok? Eu vou entender completamente, não se sinta pressionado.
     Nada disso, Manuela! É óbvio que eu vou. Eu disse que faria isso por você e agora estou ansioso demais para voltar atrás em minha palavra, ok? Não adianta querer se livrar de mim, não vai acontecer.
     Tem certeza?
     Totalmente!
     Bom, nesse caso  a morena se levantou, devidamente satisfeita com a suposta injeção de animação que havia me dado –, nós vamos sair em uma hora. Está bom para você?
     Perfeito! – concordei, colocando o copo de suco sobre a mesa de cabeceira, antes de me levantar da cama, me preparando para escolher uma roupa – Estarei lá embaixo em poucos minutos, ok?

    Manuela me lançou um olhar cheio de felicidade como um gatinho que acaba de ganhar um brinquedo de presente e, logo, se levantou da cama. Ela caminhou até mim, que já estava revirando minhas peças em busca de algo decente, e, então, beijou minha bochecha direita suavemente, permitindo que um sorriso de alívio aparecesse em meu rosto. Era maravilhoso ter alguém para conversar em meio àquele labirinto desencontrado.

    Em minutos, eu estava sozinho novamente, porém, dessa vez, sozinho de verdade. Não havia nenhum Justin psicopata e viciado em surtos de auto-tortura, era só eu. Eu e a minha vontade de me arrumar rapidamente e sair para mais um bom dia  eu esperava. Eu não estava a fim de me importar com os empecilhos que viriam. Iria acompanhar Manuela, fazê-la feliz e tentar terminar o dia de uma forma boa, pelo menos uma vez.

    Assim, peguei uma blusa azul clara de botão  dobrando as longas mangas até a altura do cotovelo , uma calça jeans e um tênis qualquer, deixando-os separados, antes de seguir até o banheiro. 

    Como o banho de uma pessoa normal deve ser, não houve vidros embaçados com palavras bonitas escritas sobre ele, não houve pensamentos aleatórios que nunca desciam pelo ralo, nem reflexões sobre a vida. Era só eu, o sabonete, o shampoo e muita água. Sinceramente, essa combinação pareceu melhor que todas as outras. Aliás, meu cabelo ficou bem melhor ao final disso  finalmente parecia não haver decisões embaralhadas para deixá-lo uma bagunça.

    Ao me ver devidamente pronto, dei uma última olhada no meu relógio de pulso, antes de colocá-lo, apenas para constatar que faltavam ainda quinze minutos para o horário que eu combinara com Manuela. Assim, arrumei rapidamente minha cama, bebi o suco que a morena havia trazido para mim  agora, mais quente do que eu gostaria  e deixei o quarto, levando o copo comigo e apagando as luzes.

    Ao chegar à sala, mais vazia do que eu esperava, ouvi sussurros e risadas leves e femininas vindo da cozinha. Embora eu estivesse ciente que havia a possibilidade de eu ser repreendido novamente pela dona daquela casa por “invadir sua privacidade”, onde mais eu poderia deixar a louça que eu deveria lavar se não na cozinha?

    Entrei no cômodo adjacente, sem fazer muito barulho. Dessa forma, (Seu nome) sequer percebeu minha presença  ou talvez estivesse só me ignorando mesmo , continuando a lavar a louça do café da manhã com toda a calma possível. Manuela, sentada à mesa, por sua vez, foi a primeira a reparar em mim, com os olhinhos ainda brilhando de satisfação.

     Ei, aí está você!  miou a morena  Bem a tempo...

    Possivelmente por reflexo, (Seu nome) reagiu a voz da amiga, olhando para mim e... Foi só isso. Aquela mulher incrivelmente competente em virar a minha cabeça voltou seus olhos para a minha imagem e fixou-os de uma forma  que deveria ter me deixado sem graça, mas não aconteceu.

    Eu consegui perceber que a água que saia da torneira continuava escorrendo por suas mãos, enquanto ela parecia nem notar, ainda me encarando, deixando a boca ligeiramente aberta. Consegui perceber também que aquele olhar dela eu ainda não conhecia. Não soava como desprezo, ódio, repulsa e, muito menos, alguma simpatia; ela só parecia... Por que motivo descabido (Seu nome) ficaria surpresa comigo? Eu tinha vestido as calças ao contrário, por acaso?

     Aliás, uau, Justin!  exclamou Manuela  Você está... Ótimo, de verdade!

     Eu não tinha sequer pensando nessa possibilidade, mas, enquanto Manu falava, dei uma boa olhada no meu visual e era bem diferente do jeito despojado que eu me vestia usualmente. Na verdade, logo após Manuela se calar novamente, percebi (Seu nome) desviar os olhos de mim, apertar os lábios e chacoalhar levemente a cabeça, antes de voltar a prestar atenção na louça.

    Eu posso até não ser um expert sobre a mente feminina  provavelmente nenhum homem é , mas, por algum motivo, isso me dizia que ela concordava com as palavras da amiga. Justin, não ria. Não ria, Justin, seja forte!

     Então, nós vamos sair já, já!  informou Manuela, me lançando um sorriso cúmplice e me dando mais certeza ainda de que eu estava certo.
     Ótimo...  concordei.

    Sorrateiramente, me aproximei de (Seu nome), que voltara a ficar distraída, apenas para poder tomar-lhe o lugar e lavar o copo que ainda se conservava em minhas mãos. Julguei que esse momento não demoraria muito, pois ela parecia já estar acabando com a louça que havia na pia. Porém, assim que notou a minha proximidade, a única coisa que ela fez foi retirar o copo de minhas mãos e colocá-lo sobre a água em um único movimento.

     Não, deixa. Eu lavo!  esclareci, segurando suas mãos sobre a água.

    (Seu nome) não me deu uma tapa na cara, nem uma cotovelada, nem mesmo cuspiu em meu rosto em resposta ao meu toque. Ela apenas se limitou a me encarar por um minuto com a testa levemente franzida e, então, seus olhos percorreram todo o meu corpo de forma nada discreta. Ao encontrar o meu olhar novamente, sua expressão voltara a se assemelhar a de segundos atrás, quando eu entrara na cozinha. Ela só parecia um pouco menos surpresa; talvez intrigada fosse a palavra certa.

    De uma forma incomum, eu já estava começando a me sentir sem graça, quando notei seu suspiro baixo encher o ambiente e, logo, ela afastou minhas mãos das suas, voltando a se dedicar totalmente àquela tarefa doméstica.

     Não. Está tudo bem, de verdade!  disse  Deixa que eu dou conta disso!

    Decidi não contrariar, pois eu sabia aonde isso iria me levantar e não estava em posição de discussão, inclusive aquele era o dia em que (Seu nome) iria provar o vestido de seu casamento e, mesmo achando tudo aquilo uma estupidez – uma tremenda estupidez, realmente grande, a maior estupidez da sua vida , eu sabia que ela tinha que estar bem para fazer isso. Eu queria respeitar isso, já estava cansado de desestabilizá-la o tempo todo.

     Bom dia, pessoas bonitas!  e, ironicamente, por falar em estupidez, Harry entrou no cômodo, parecendo muito bem humorado.  Tiveram uma boa noite?
     Sim, claro, mas...  respondeu Manuela, educada  Com certeza, não foi tão boa quanto a sua, não é mesmo, Styles?

    Argh, Manuela, até você?

     Com a noiva chata e sem graça que eu tenho, Manuela?  provocou Harry  Muito difícil que isso aconteça, pode ficar tranquila!
     Vocês sabiam que eu odeio homem metido a palhaço e que se faz de sonso?  perguntou (Seu nome), irônica, enquanto desligava a torneira por fim  Ainda bem que eu vou me casar com Harry Styles!
     Bobona!

    Estragando todo o clima bom que se estabelecera na cozinha, Harry se aproximou de (Seu nome)  de quem eu já tinha tomado distância desde que ele chegara  e beijou rapidamente seus lábios. Os mesmos lábios que eu havia beijado na noite passada. Que coincidência, não? Aliás, respondendo a sua pergunta, Harry, eu tive uma noite muito boa conhecendo a língua da sua noiva. Obrigado por perguntar!

    É, parando para pensar agora, eu não posso mais culpar (Seu nome) por se utilizar de ironias e sarcasmos para aplacar sentimentos ruins. Realmente é uma ideia fantástica, vou tentar mais vezes!

     Então, quais seus planos de hoje?  indagou (Seu nome), deslizando os dedos pelo cabelo de Harry.
     Bem, considerando que eu estou sendo excluído da sua vida por hoje, eu tenho planos com Louis!  informou, grudado em sua "noiva"  A menos que a senhorita reconsidere e deixe-me ir com vocês...
     Nem sonhando, moço! Pode tirar o cavalinho da chuva, antes que ele pegue uma gripe. Aliás... Já está na nossa hora, se não chegaremos atrasados. Vamos?  (Seu nome) voltou a se dirigir a nós, antes de dar um beijo na bochecha de Harry como despedida  Então, nos vemos mais tarde?
     Certamente!  respondeu-lhe, encostando-se à bancada  Mas... E você, Justin? Não quer sair comigo e Louis?
     Bem, eu...
     Nada disso, Harry!  Manuela tomou a palavra, salvando-me de usar uma desculpa qualquer  Eu já escravizei o Justin por hoje. Ele vai ser basicamente o meu personal stylist. Não tente estragar isso!
     Tudo bem, senhorita mandona!  Harry riu, antes de se dirigir a mim  Boa sorte, hein?

   Assenti, educadamente, antes que Manuela me puxasse cozinha a fora, provavelmente ansiosa para sair daquela casa. E ela não era a única, já que ficar na presença de Harry estava começando a me deixar levemente desconfortável. Talvez eu não fosse tão genioso para conseguir utilizar do meu sarcasmo  mesmo que mentalmente  e não me senti mal por isso. Em outras palavras, Harry era uma pessoa legal e eu estava sendo um cafajeste!

    Porém, assim que chegamos à garagem da casa e eu vi (Seu nome) aproximar-se do seu carro e se dirigir para o lado do motorista, toda a minha ansiedade passou. Eu não gostava de vê-la dirigindo; não por causa do pânico que sua forma de lidar com um carro me causava, mas simplesmente porque sua imagem atrás de um volante me dava medo por ela, quase como uma sensação de déjà vu.

    Não que eu tivesse qualquer trauma com carros, afinal, aquele episódio já havia passado faz tempo e, felizmente, sem me deixar apreensivo com qualquer relacionada a veículos e velocidade. Eu sempre fora completamente confortável com isso. Mas eu era eu e... Com a (Seu nome) era um pouco diferente!

    Me acomodei no banco de trás, ao lado Manuela, e coloquei o cinto de segurança, antes que, em questão de minutos, (Seu nome) arrancasse o carro para fora dali, fazendo com que rapidamente estivéssemos acelerando pelas ruas. Enquanto íamos ficando mais e mais distante de sua enorme casa, ela ligou o rádio em uma estação jovem qualquer e começou a cantarolar baixinho a canção do momento, de forma tão inaudível que só dava para notar seus lábios se mexendo. E assim nós fomos...

    Jardins de um verde intenso, casas de cores claras, carros de estilo semelhante passando por nós, táxis e pessoas aparentemente despreocupadas caminhando pelas ruas. Sinal vermelho!

     Sabiam que eu odeio dirigir?  (Seu nome) suspirou, tamborilando os dedos sobre o volante.
     Nota-se...  murmurei.

    Manuela segurou uma risada diante do meu comentário nem tão discreto assim, mas (Seu nome) não pareceu gostar muito, como era de se esperar. A motorista frustrada apenas me lançou um olhar de ódio fulminante pelo retrovisor por um longo tempo, provavelmente calculando quanto tempo mais levaria para me matar. É, definitivamente, eu estava quase começando a sentir falta daquela cara de "vou te devorar assim que não tiver nenhuma testemunha, seu idiota!". Já havia até me acostumado...

    Durante o resto do percurso, Manuela e (Seu nome) continuaram batendo um papo meio irrelevante sobre vestidos, sapatos, casamento, convidados e sobre uma tal de Dany. Eu não fazia ideia do que elas estavam falando, como sempre, e quase me arrependi de ter recusado fazer algum programa de homem. Mas eu havia feito uma promessa para Manuela, o que significava que eu, com certeza, iria cumprir  a menos é, claro, que eu quisesse ter uma briga dramática com Ryan.

    Aliás, Ryan iria chegar em dois ou três dias e eu nem podia imaginar como seria. Ele vivia por aquela garota. Era engraçado, porque não importava qual fosse o assunto do momento, ele dava um jeito de citar Manuela em algum momento. "Ryan, você já viu aquele filme que estreou no cinema esses dias?", "Claro. Eu fui com a Manuela e ela adorou!"; "Ryan, eu ouvi dizer que você vai assistir aos jogos da Copa do ano que vem nos estádios mesmo. É sério?", "Ah, sim, esse é o plano. A última Copa foi ótima, apesar do campeão ter sido o Brasil. Aliás, a penúltima Copa foi lá mesmo, né? Você sabia que a minha namorada é brasileira?";  "Ryan, o banheiro fica na segunda porta à esquerda...", "É, eu sei, aliás, a Manuela (...)".

    Ok, talvez, eu estivesse exagerando um pouco, mas era bem por aí. E, sinceramente, eu invejava isso. Não de forma mesquinha  claro , afinal ambos eram meus amigos e mereciam toda a felicidade do mundo, mas... Seria mentira se eu dissesse que não queria encontrar alguém que fizesse comigo exatamente o que Manuela faz com Ryan. Eu não sou o tipo de homem que tem medo de parecer um bobo apaixonado, eu só queria que fosse com a pessoa certa.

    Já fazia um bom tempo que nós estávamos rodando pela cidade e eu perguntei em que fim de mundo a (Seu nome) morava para precisarmos dar tantas voltas para chegar a um lugar qualquer. Só naquela viagem, já havíamos trocado tanto de paisagem que eu não me admiraria se de repente adentrássemos um deserto ou uma espécie de mata extremamente fechada.

      É logo ali...  informou (Seu nome), quando eu já estava começando a considerar a ideia de dormir e recuperar o atraso da noite em claro.

    Manuela dissera isso em todas as várias vezes que eu perguntei se faltava muito para chegarmos, então eu acabei não acreditando muito quando ela disse aquilo e, consequentemente, quebrei a cara pouco depois.

    Em pouco menos de cinco minutos e alguns metros de distância, havíamos parado próximo à calçada, perto de um enorme prédio notoriamente chique de cor salmão e acabamento em vidro, com um visível logo onde se lia "Danyelle Labelle". Notei que esse nome não me era desconhecido. Eu e o mundo todo já tínhamos ouvido falar da jovem nova iorquina que se tornou estilista – e personal stylist  sensação por seu grande talento com idade bastante inferior, se comparado a outros gênios de sua área.

    Porém, junto a isso, também já tinha ouvido também sobre algumas polêmicas envolvendo seu nome. Danyelle já soltara palavras nada agradáveis sobre colegas do meu ramo. Aparentemente, ela detestava "estrelinhas", pessoas arrogantes e se recusava a trabalhar com artistas que apresentavam sinais de grosseria. Não é estranho que ela seja responsável justamente por vestir a (Seu nome)? Ah, as ironias da vida!

    Assim, todos nós abandonamos o veículo bem depressa, antes que (Seu nome) entregasse a chave  junto com uma pequena quantia  para o funcionário manobrista, que se responsabilizava a levar o veículo para o estacionamento. Logo que o prestativo homem entrou no carro, retirando-o dali, (Seu nome) tomou à frente, subindo os poucos degraus que levavam à portaria do prédio e adentrando o mesmo. Manuela seguiu exatamente atrás dela, segurando minha mão para que eu a acompanhasse.

    Dessa forma, passamos pela recepção e, antes que informássemos onde desejávamos ir, a simpática recepcionista nos comprimento cordialmente e avisou que estávamos sendo aguardado no quinto andar. Ela estava pronta para dar mais explicações, mas (Seu nome) negou a necessidade das mesmas, lembrando-lhe que não era a primeira vez que ela estava ali. Assim, com um sorriso simpático, a recepcionista assentiu e nos dirigimos até o elevador.

    O prédio em si não era muito diferente do usual, paredes de um tom pastel, piso negro, sofás de espera na recepção, uma bancada que separava os visitantes dos funcionários, alguns informes e um corredor que levava até às escadas ou aos elevadores. Porém, do lado externo ao último, exatamente no quinto andar, as coisas mudavam um pouco de figura.

    Ao sairmos do elevador, abrindo a porta do andar, um universo totalmente meigo, doce e feminino até dizer chega se abriu diante de mim. As paredes eram decoradas de rosa bebê e branco; havia uma espécie de sofá de cor creme – ou algo parecido  em formato circular ao centro, várias araras com vestidos realmente finos, um painel com algumas fotos de modelos trajando-os, espelhos que se estendiam do chão ao teto e quatro portas duplas em lugares diferentes, que levavam para ambientes adjacentes. Tudo era minuciosamente ajeitado, quase como uma casinha de boneca. Para mim, chegava a ser meio assustador.

     Senhorita Labelle? Dany?  interpelou (Seu nome), enquanto avançávamos pelo local.
     Hã... Ei, oi!

    Uma mulher alta e esguia saiu de dentro do cômodo à esquerda, fechando a porta atrás de si e caminhando até nós com um sorriso. Ela era bonita e incrivelmente jovem. Seus olhos castanhos claros chamavam atenção, tendo como moldura cabelos loiros e ondulados de comprimento mediano que caiam sobre a camisa social branca, para dentro de uma calça jeans de cintura alta. Poderia parecer um estilo simples demais para quem estava ali a trabalho, mas o salto alto e o seu porte elegante não permitia que isso acontecesse.

     Eu estava esperando por vocês... Bom, isso é óbvio! Você ligou para cá, adiando a data da prova do vestido!  a loira riu de si mesma, antes de vir nos cumprimentar  Oi, (Seu nome)! Oi, Manuela! E... Oi, Justin! Eu não sabia que você viria também. Está tudo bem para você eu te chamar dessa forma?
     Claro!  respondi, educadamente  Eu não sou muito fã de formalidades...
     Aliás, Justin não ia sequer vir, mas eu precisava da opinião masculina sobre o meu vestido, então...  explicou Manuela, olhando docemente para mim.
     Ok, entendi! Eu acabei de tirar o seu vestido da cápsula do manequim e o coloquei numa arara cobrindo-o com a capa com o meu maravilhoso logotipo... E eu não estou dizendo isso, porque quero que vocês o achem maravilhoso também, mas na verdade é isso mesmo.  a loira riu, puxando Manuela pela mão e caminhando com ela até a porta dupla da direita, a qual abriu delicadamente – Porém, voltando... Eu achei que você já fosse levá-lo, mas, pelo que vejo, uma última prova não faz mal a ninguém, não é mesmo?
     Exatamente! 
     Você vai precisar de ajuda? Porque, se sim, eu vou chamar a Boni e vocês duas marcam as possíveis alterações que possa querer que eu faça e eu dou conta disso, tranquilamente! – informou, paciente.
     Alterações? A essa altura do campeonato, só aconteceria alguma alteração no meu modelo se eu tivesse engordado e não entrasse mais nele, o que definitivamente não pode acontecer ou eu começarei a pensar em suicídio! – Manuela sorriu, antes de balançar a cabeça negativamente – Não se preocupe, ok? Não preciso de ajuda, não. Estou bem!
     Tudo bem, se precisar, é só me chamar...

    Manuela entrou em um dos vestuários – pelo menos, era o que eu deduzia ser –, no qual estava o seu vestido, e fechou a porta bem atrás de si. Assim, a tal da Dany suspirou, antes de voltar seu olhar para mim e (Seu nome), mantendo um sorriso no rosto. Instintivamente, desviei meus olhos para o lado, apenas para me certificar de como estava o humor da mulher ao meu lado e me assustei quando notei que ela tinha pensado exatamente como eu e também me fitava. Desviei o olhar rapidamente.

    – Mas o que é isso, hein, (Seu nome)? – a voz doce da estilista voltou a preencher o ambiente – Está tão quietinha que nem parece aquela mulher decidida que me ligou meses atrás, dizendo que precisava de um vestido para se casar e que era necessário que fosse eu a desenhar um modelo exclusivamente seu... O que é isso, hein? Nervosismo para o grande dia?
    – É... – (Seu nome) suspirou, afastando-se de mim – Acho que é bem isso mesmo. Agora falta tão pouco!
    – Eu sei, mas se eu fosse você, não me preocuparia, você vai ser a noiva mais linda que já se viu, isso eu garanto! Agora, vem! Eu estava justamente mexendo no seu vestido quando vocês chegaram... Então, vamos colocar essa coisa linda e fazê-lo ficar mais perfeito do que já é, porque, da próxima vez, vai ser para valer!

    (Seu nome) sorriu uma última vez, antes de seguir Danyelle até a sala em que ela estava antes de chegarmos e, pouco antes de fecharem a porta atrás de si, a loira pareceu se lembrar da minha existência e se dirigiu a mim.

    – Justin, por que você não se senta para esperar Manuela? Aliás, eu posso pedir para trazerem um café, suco, água, qualquer coisa, se você quiser... O que você acha?
    – Não, não. Não precisa! – arfei, caminhando devagar até o móvel estufado ao centro – Eu estou bem! 

    A loira sorriu para mim, uma última vez, antes de sumir do meu campo de visão. Assim, repousei sobre o sofá de casinha de boneca e esperei, tentando me distrair. Mas os minutos pareciam correr, enquanto eu permanecia sozinha no completo silêncio. Definitivamente, isso era a pior coisa do mundo para mim, porque na quietude era quando eu começava a imaginar besteiras desnecessárias.

    E foi exatamente assim. De início, eu tentei pensar no que eu precisaria fazer para que aquela estilista maravilhosa ficasse comigo, mas, então, eu me lembrei do beijo da (Seu nome) e eu soube que o que eu queria mesmo era aquilo, aquela sensação, aquele sabor, aquela boca. E eu soube também que aquela loira sem graça nunca seria capaz de ser daquele jeito.

    Espera. Loira sem graça? Será que eu estou ficando louco?

    Era só o que me faltava mesmo. Depois de todas as agressões morais, só estava faltando que (Seu nome) provocasse em mim uma espécie rara de impotência sexual. Ah, não, não, não. Isso nunca!

    – Justin? – a voz de Manuela ecoou por trás da porta.
    – Eu estou aqui! – falei, afastando aqueles pensamentos terríveis de mim.
    – Está pronto?
    – Espero que sim...

    A risada de Manuela soou suave, enquanto ela abria as duas portas de vidro turvo devagar. Assim, ela saiu quase desfilando descalça em minha direção, com o sorriso mais doce que eu poderia imaginar em seu rosto. A morena parecia ter saído de um filme da Disney, vestida em um modelo tomara que caia rosa claro, de comprimento indefinido para mim – mas que eu apostara que tinha um nome super especifico no chamado “mundo da moda” – e trabalhado em um tecido fluído que a parecia fazer uma fadinha pronta para levantar voo. Aquilo fez com que eu me perguntasse se haveria alguém no mundo mais fofa do que Manuela.

    – Então... – ela me olhou, ansiosa, esperando que eu dissesse algo.
    – Bom, o que eu posso dizer? Eu estava certo e, se nós tivéssemos apostado, certamente eu teria ganhado uma grama. Você está insultantemente linda! De verdade... – sorri, me levantando – É sério, essa cor fica maravilhosa em você. E esse sorriso também, sabia?
    – É, eu sei. É a minha cor favorita... – ela mordeu o lábio inferior, antes de me dar as costas devagar e caminhar até estar próxima o bastante de um dos espelhos enormes – Você não faz ideia de como eu me esforcei para convencer todas as meninas e a (Seu nome) para que essa fosse a cor dos vestidos das madrinhas. Sério, achei que fosse precisar subornar todas!
    – Sério?
    – Essa coisa de estadunidense de vestidos semelhantes, assim e assado, não é para mim, sinceramente!
    – Diz isso, mas não sai da América do Norte por nada no mundo!
    – Ah, não é bem assim. É só que eu estou tendo muito mais oportunidade aqui, mas eu adoro o meu país, ok? Principalmente porque lá essa frescura de madrinhas não é sempre tão comum! – Manu riu, enrolando o cabelo com os dedos – Aliás, se eu tivesse que usar alguma cor estranha como marrom ou, não sei, verde, eu provavelmente fugiria para a Groenlândia. Eu fico péssima em vestidos verdes!
    – Felizmente, a sua melhor amiga é muito legal e nunca deixaria que você tivesse que vestir algo assim...

    A voz de (Seu nome) de forma inesperada me pegou desprevenido e eu quase agarrei Manuela de susto – consequências das diversas agressões verbais dela para comigo. Essas coisas parecem usuais, mas experimenta estar conversando a sós com alguém e, do nada, ouvir uma voz vinda do além... Especialmente quando essa voz pertence a alguém que deixa bem claro que não tem qualquer simpatia por você.

    Levei um minuto para me recuperar do susto, enquanto notava Manuela virar-se rapidamente para a amiga e deixar que seus olhos brilhassem com ainda mais intensidade. Eu não estava pronto para ter reflexos tão rápidos, por isso me demorei um pouco mais, porém assim que foquei meus olhos na imagem daquela garota me arrependi amargamente de tê-lo feito.

    Foi como se tivessem tapado os meus ouvidos e tudo ficasse abafado. Eu sabia que a tal loira sem graça tinha falado alguma coisa e que Manuela, bem ao meu lado, também, mas eu não ouvira nada. Absolutamente. A única coisa sobre a qual eu mantinha minha atenção era na beleza estupidamente desconcertante e imprópria que parecia brotar naturalmente de (Seu nome).

    Ela dava um meio sorriso sem graça para as palavras inaudíveis de Danyelle e todo o planeta Terra parecia se resumir àqueles lábios. Emoldurando o mesmo, estava o Sistema Solar, perfeitamente representado naquele vestido branco com um generoso decote que deixava seus ombros à mostra. Mas, apesar disso, não era o bordado com pérolas na altura da cintura, nem a saia estruturada ou mesmo sua cintura perfeitamente marcada, era o conjunto da obra. Era o corpo, o cabelo bagunçado, o olhar sem graça e aquele sorriso de “eu não estou explodindo de animação, mas estou satisfeita”, era tudo.

    Eu não conseguia nem lembrar como se respirava.

    – Dany, será que você poderia me ajudar a tirar o vestido? – Manuela conseguiu milagrosamente chamar minha atenção com sua pergunta inusitada.
    – Ahá! – a loira riu, caminhando até ela – Você estava certa em achar que não precisaria de mais ajustes, porque está lindo, mas eu sabia que você iria precisar de mim, cedo ou tarde.
    – Ok, você venceu...
    – Vamos lá! – Dany seguiu Manuela até o vestuário em que ela estava e fechou a porta, pouco depois de se dirigir a (Seu nome) – E, quanto a você, está perfeita, de verdade, exatamente como estava perfeito quando experimentamos pela última vez... Mas, se você ainda quiser ajustar alguma coisa, olhe bem, que eu já volto, ok?

    (Seu nome) assentiu, antes de voltar a se examinar, sem sequer notar que eu não conseguia tirar meus olhos dela. Assim, a mesma caminhou bem devagar quase parecendo insegura até o espelho mais próximo e ficou se admirando, ao mesmo tempo em que eu o fazia. Ela passou a mão pela saia delicadamente, examinando cada detalhe e, em seguida, ajeitou firmemente o cabelo, colocando o para trás e fazendo um rabo de cavalo e depois um coque com as mãos. Sua expressão parecia confusa.

    Eu sei que eu deveria estar ficando louco – realmente louco, completamente perturbado –, mas não resisti a me aproximar e, com a mesma insegurança com a qual ela fizera, caminhei até a mesma, esperando que não desencadeasse um ataque de fúria. Porém, a cada mísero passo que eu dava, parecia que eu ia ficando mais fraco, o que me fazia perguntar se era justo que eu ficasse ao lado dela naquele estado tão surreal. Eu poderia pensar em todas as pessoas ligadas a realeza no mundo e, ainda assim, não se assemelhava àquela mulher.

    No momento em que me vi a centímetros dela, bem atrás de seu corpo esbelto, foi como se meus músculos sofressem uma espécie de fusão. Assim como acontecia com o gelo, nenhum deles mais era sólido, tinham derretido por completo.

    Notei (Seu nome) gelar indiscretamente ao reparar na minha presença, afinal, mas não me abalei. Eu não estava em condições de fazer nem isso, mas me esforcei para manter os pensamentos alinhados, quando percebi que ela encarava meu reflexo pelo espelho e, aproveitando-me daquilo encarei-a também. Nós acabamos trocando olhares, durante um longo período, através de uma superfície de característica refletora. Mas eu não conseguia detectar nada proveniente disso.

    De repente, quase como se meu corpo fosse dopado por instintos, movi minha mão e entrei em contato com sua pele, tocando o seu braço. O arrepio que veio em seguida me deu vontade de soltar um riso de contentação, mas não o fiz. A temperatura quente de sua pele lisa me passava uma seriedade, a qual eu sentia que não deveria ignorar, porque dava intensidade ao momento. Eu não tinha ideia do que estava fazendo ou do que estava pensando, mas eu queria sentir aquilo exatamente do jeito que parecia.

    Devagar, fui deslizando meus dedos por todo o comprimento do seu braço, passando por uma fina pulseira dourada que pendia em seu pulso, até que tocasse sua mão. Eu já estava preparando-me para segurá-la suavemente, quando percebi uma reação inesperada de (Seu nome). Rapidamente, ela voltou a me encarar pelo espelho e eu acabei fazendo o mesmo, até que seus olhos se apertaram nos meus, de forma ameaçadora, assassina e principalmente ressentida.

    – Eu te odeio... – murmurou.
    – É, eu sei! Eu também. – concordei, sem sequer pensar.
    – Quer saber? Eu não tenho que ficar aqui te escutando! – diferente das outras vezes em que havíamos nos desentendido, (Seu nome) agora mantinha um semblante duro, mas sua voz era calma, como se ela não conseguisse se exaltar – Vou trocar de roupa!

    (Seu nome) passou por mim, com a mesma leveza, mas com um ar decidido que antes não havia ali. Se eu fosse um homem com o mínimo de bom-senso, deixaria que ela apenas seguisse para onde quisesse e voltaria para o centro daquela casinha de boneca, voltando a me sentar no sofá arredondado. Porém meu nome é Justin Bieber e provavelmente eu não conheço o significado da palavra prudência. Foi por esse motivo que eu segurei o pulso dela firmemente, puxando-a para trás, fazendo com que cambaleasse um pouco.

    Em um minuto, (Seu nome) acabou apoiada em meu peitoral, sem querer, para se equilibrar.

    – Você... – murmurei, colocando-a sobre os próprios pés – Está linda! Muito.

    Ela pareceu surpresa com minhas palavras, o que era notório, e abriu a boca tentando articular alguma coisa para responder ao meu inesperado e sincero elogio, mas não teve tempo suficiente para fazê-lo, já que Manuela logo retornou acompanhada de Danyelle. Infelizmente, porque eu realmente queria ouvir o que ela tinha a dizer.

    (Seu nome) disfarçou nossa proximidade em um segundo.

    – E aí, minha coisa linda? – indagou Dany, se aproximando – Algum comentário a mais sobre o vestido?
    – Nenhum, exceto que ele está a própria personificação da perfeição, de verdade. Sem palavras para te agradecer por tudo, sério!
    – É muito bom ouvir isso, sinceramente. – a loira segurou as mãos de (Seu nome) por um momento, parecendo completamente animada – Agora, vamos trocar isso, mocinha, para que esse vestidinho possa descansar até o seu dia de estreia.

    Após assentir, (Seu nome) voltou a sumir do meu campo de visão, junto com Danyelle, se enfiando num ambiente alheio. Ironicamente, só no momento em que ela se fora que minha cabeça começou a doer de verdade e eu precisei voltar a me sentar para tentar, sem muito sucesso, me recompor. Notei, me sentindo incomodado, que minha respiração estava descompassada, o que era uma prova clara que eu ainda não tinha me recuperado por completo do efeito de (Seu nome) sobre mim. Eu parecia mais um garoto indefeso perto dela, do que um homem.

    – E, então, Justin, você falou para ela? – indagou Manuela, sentando-se ao meu lado.
    – O quê? – franzi o cenho, confuso – Falou o que para quem?
    – Ora, não se faça de bobo! – ela riu, ajeitando o cabelo – Eu estou perguntando se você falou para a (Seu nome) o quanto você a achou linda naquele vestido...

    Arregalei os olhos, desesperado. Quero dizer... Realmente isso estava acontecendo? Eu estava fazendo um papel de idiota tão grande que se tornava visível para tudo e todos? Como aquela garota boba e distraída poderia ter notado algo assim? Será que eu sou mesmo tão óbvio?

    – Como você...
    – Justin, eu te conheço. – ela revirou os olhos, como se fosse realmente óbvio – E também conheço o olhar com o qual você olhou para ela, ok? Não tente esconder essas coisas de mim, porque não adianta.

    Tudo bem, o tapado naquela situação era eu mesmo, que não tivera sequer a capacidade de perceber a saída estratégica de Manuela. Era claro que ela não precisava de ajuda com um simples traje. Quem precisava de ajuda era eu e ela sabia perfeitamente disso.

    – Tudo bem, você me pegou nessa! – fiz uma careta de insatisfação, antes de prosseguir – E, na verdade, eu disse sim, mas... Eu não acho que ela tenha se importado muito com a minha opinião.
    – Isso é o que veremos...

    Manuela sorriu de uma forma diferente, como se curtisse uma espécie de diversão particular, a qual não fiz questão de saber. Na verdade, tudo o que me consolava era saber que eu não estava tão maluco assim de fazer o que eu vinha fazendo, porque, mesmo sem ter ciência de tudo, Manuela me apoiava nessas questões referentes à amiga – era visível. E, mesmo sem ainda ter ideia do que eu andava fazendo ou de onde estava me metendo, eu começava a entender o que a morena havia me dito dias atrás.

    “Olha, eu sei que isso pode parecer egoísta e até mesmo errado, mas eu não te trouxe aqui somente pelos seus interesses...

    E se talvez – só talvez – nossos interesses convergissem em algum ponto?   

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Capítulo 25, anjos meus! :)
    Pois é, voltei! Julianna voltando para causar aqui, lembrando que tem um blog em que tem que postar. Então, aqui estou e eu espero que vocês gostem do capítulo, porque essa é sempre a ideia, né?
   Então, por hoje é isso. Espero que gostem. Vejo vocês em breve!

PS: Os pedidos de divulgação serão todos realizados no próximo post, ok, lindonas? Se vocês tiverem twitter me lembrem lá, ok? A caixa do meu twitter tá aí do lado é só chegar lá e me pedir e aí, eu lembro mais fácil dos blogs, porque favorito e tudo mais. Enfim, espero que não fiquem chateada :c