3. You Make Me Love You - Capítulo 24

Saindo da rotina

Justin's POV

    A luz do sol estava entrando parcialmente pela janela da cozinha, exatamente como eu esperava. A claridade que vinha do lado de fora emanava não só em todos os cantos da casa, como também no limite dos meus planos. Estes estavam me dando mais trabalho do que eu achei que teria, mas deveria valer à pena.

    Terminei de colocar todos os doces (como bolos e tortas) e salgados (croissant, joelhos, folheados e sanduíches) – que eu havia encomendado da padaria e confeitaria mais próxima dali –, na cesta de tamanho médio, pousada em cima da bancada. Estava pegando os refrigerantes na geladeira, quando ouvi ruídos vindo da sala.

    -... Ok. Sem problemas! Vai ser ótimo! – era a voz da (Seu Nome) parecendo se aproximar.

    Em poucos segundos, a porta da cozinha se abriu. Minha namorada entrou com uma expressão fofa de sono. Ainda assim, não me deixei levar por isso e fiz esforço para me concentrar no celular – agora, desligado – em suas mãos. Cruzei os braços, olhando sugestivamente para ela, enquanto esperava respostas.

     - O que foi? – desconversou, fingindo-se inocente.
     - Com quem estava falando, no celular? – especifiquei minha dúvida, esperando que ela não tentasse me fazer de bobo, novamente.
     - Hã?
     - (Seu Nome)... – a repreendi, exagerando no ar de frustração.
     - Ok, chato! Eu estava... Confirmando uma entrevista daqui a uns dias! – ela tossiu entre as palavras como uma forma de me distrair.
     - Achei que tivéssemos combinado que você pararia com essa sua compulsão por trabalho, não é?
     - Justin, menos. Eu não tenho compulsão por trabalho! – resmungou, fazendo um biquinho. – A entrevista já estava agendada. A única coisa que eu precisava fazer era confirmar. Deixa de ser bobo.

     Dei de ombros e voltei a colocar os refrigerantes numa pequena bolsa térmica, antes de levá-los a cesta, para mantê-los gelados. Escutei o cantarolar impaciente de (Seu Nome), enquanto ela procurava descobrir o que eu estava fazendo. Tentei ocultar uma risada, mordendo o lábio, mas não fui tão forte assim.

      - O que você está fazendo, além de rir da minha cara, hein? – perguntou, por fim.
      - Estou planejando um modo de te tirar de casa, antes que você enlouqueça e resolva começar uma nova turnê hoje mesmo! – respondi com a maior naturalidade possível.
      - Nossa, Justin, como você é engraçado! – a ironia em sua voz quase sumiu, devido ao tom sério demais.

     Não respondi. Apenas me virei, tentando ser mais rápido do que ela e, puxando-a pela cintura, colei nossos corpos. Passei os dedos suavemente por seu cabelo, entrelaçando-os em alguns fios. Suspirei, antes de levar meus lábios até seu pescoço. Senti (Seu Nome) hesitar em meus braços. Aguentei a vontade de rir da situação, antes de ir subindo até sua orelha, com leves beijos. Suas mãos se apertaram em meus braços, enquanto minha namorada estremecia. Em um segundo, ela já não estava mais tão próxima de mim.

    - Ok, menos! – arfou, se afastando mais do que o necessário. – Foco! Nós vamos fazer um piquenique, né?
    - Hum... Eu não estava perdendo o foco! – provoquei. – Se você perdeu é porque a safadeza está corrompendo sua mente.
    - E isso é culpa de quem, hein? – (Seu Nome) pareceu orgulhosa, negando-se a admitir.
    - Pare de jogar a culpa de tudo em cima de mim e vá se arrumar, por favor! – pedi, por fim. – Nós deveríamos sair daqui antes do meio dia, porque a ideia inicial não era almoçar, sabia?
    - Já estou indo, pessoa inconveniente! – sua expressão se fechou em um beicinho de frustração. – Tenta não comer tudo, antes de eu voltar.
   
    Ri, observando enquanto minha namorada sumia do meu campo de visão, voltando novamente à sala, indo até as escadas. Esperei até que ela já estivesse realmente no segundo andar, antes de subir até lá. Eu tinha que me arrumar também e talvez uma possível distração não fosse necessária agora.

    Logo que cheguei ao quarto, taquei minhas roupas em qualquer lugar, após tirá-las do corpo com pressa. Peguei uma toalha e algo para vestir, antes de entrar no banheiro, finalmente. Não queria ter qualquer preocupação ou pensamento aleatório, então, apenas entrei de baixo d’água, deixando a mesma deslizar pelo meu corpo, enquanto eu lavava o cabelo.

    Após longos minutos – já vestido com uma blusa branca e bermuda vermelha –, ocupei-me em secar o cabelo e o penteei da forma usual. Em seguida, voltei ao quarto e calcei o par de tênis, encostado perto á porta. Então, finalmente, parecia que eu estava pronto. Ou seja, teria que ficar esperando minha doce e lerda namorada.

     Aproveitei o suposto tempo e comecei a recolher as roupas bagunçadas pelo quarto, colocando-as em um cesto próprio. A atividade quase me cansou, já que eu não imaginava que houvesse tantas coisas quanto realmente havia. Quando tive a felicidade de conseguir juntar todas, desci até o primeiro andar, caminhando até a lavanderia.  Eu, com certeza, não lavaria nada agora, mas não custava nada as deixar lá, para quando eu lembrasse de fazer isso... Tipo nunca.

      Voltei à sala de estar com esperanças de que (Seu Nome) já estivesse lá, mas minhas expectativas não foram correspondidas. Completamente sem paciência para ficar parado, fui até a cozinha pegar a cesta que eu havia preparado e, então, deixei a casa, saindo pela porta que a ligava até a garagem.

    Sozinho, arrumei a cesta no acento traseiro do carro. Levei incontáveis minutos até achar o controle do portão da frente da casa, já que eu costumava deixá-lo dentro do veículo, mas não era lá que ele se encontrava dessa vez.

    - Ei, te procurei por toda parte!

    A voz de (Seu Nome) ecoou pela garagem. A surpresa me fez perder a concentração e o controle caiu da minha mão, batendo duas vezes no chão, antes de parar debaixo do carro. Suspirei de frustração.

   - Por que não me esperou lá dentro? – perguntou ela, possivelmente incomodada com meu silêncio.
   - Eu pensei que...

    Minha voz sumiu ao, finalmente, perceber a pessoa radiante parada à minha frente. (Seu Nome) estava magnífica de uma forma simples. Usando um short curto jeans e uma blusa branca com alguma coisa irrelevante escrita e um par de sapatilhas, ela, ainda assim, fazia uma modelo com seu melhor vestido se sentir humilhada. Havia uma leveza no ar que a rodeava e, percebi pela primeira vez que eu sentia falta daquilo.

     - Justin?
     - Hã? – tentei fazer as coisas voltarem a fazer sentido, mas tudo ainda parecia embaçado na minha mente.
     - Que tal irmos logo? – (Seu Nome) franziu a testa, parecendo confusa com a minha própria confusão.

     Assenti, sem coragem de tentar dizer mais nada. Agachei-me para pegar o controle, enquanto (Seu Nome) contornava o carro. Quando nos dois já estávamos seguros e confortáveis, sentados nos acentos dianteiros do veículo, saí dali, acelerando no caminho até o portão da frente. Fechei o mesmo, segundos depois de atravessarmos.

     O caminho até o lugar que eu havia planejado era consideravelmente longo. Porém, minha namorada permaneceu calada durante grande parte do percurso. Sua concentração estava completamente voltada para a paisagem que corria por nós na janela do carro. Tentei fazer o mesmo e manter o foco na estrada à minha frente, mantendo uma velocidade razoável, antes que fosse parado por algum policial novamente.

     Já estava se aproximando do meio-dia, quando finalmente chegamos. O local era isolado, como já esperava. Quase não passavam carros por ali, então, não tive problemas para estacionar e não me preocupei em ficar paranoico com possíveis paparazzis.

    - Chegamos! – anunciei, embora já fosse óbvio.
  
    Um sorriso se desenhou no canto dos lábios da (Seu Nome) e seus olhos brilharam ao encontrarem os meus. Senti meu coração vacilar durante um logo minuto. Precisei desviar o olhar, disfarçando, enquanto tirava o cinto de segurança, apenas para não começar a agir como idiota, o que eu provavelmente já estava fazendo.

     Saí do carro depressa, ainda embaraçado pela situação mais que usual. Ia abrir a porta do carona para (Seu Nome), mas ela foi mais rápida e, logo, já se encontrava parada perto do veículo, apenas esperando por mim. Assim, peguei a cesta que ainda estava em perfeito estado – consequência da minha direção cuidadosa.

      - É bonito aqui! – constatou ela, quando me pus a seu lado.

     Sorri, satisfeito, antes de segurar firme sua mão e apertar o passo, praticamente correndo de forma moderada. Pelo canto do olho, observei, enquanto (Seu Nome) parecia se maravilhar com a extensão do gramado verde, onde se estendiam árvores maravilhosas por grande parte do local. Ao fundo, havia um chafariz em um formato de estrela, jorrando água e agradando o ambiente. Apesar do último ser uma das partes mais bonitas da praça, não ficamos perto do mesmo.

     Embora o sol não estivesse tão forte assim, estava bastante quente. Assim, forramos o típico pano quadriculado de piquenique abaixo de uma árvore, onde ficávamos protegidos pela sombra.

     Quando estava me prontificando para tirar a comida da cesta, (Seu Nome) tirou-a de meu alcance e começou a vasculhar, retirando apenas aquilo que lhe interessava. Fingi não notar, quando ela retirou uma cereja da torta de chocolate e levou até a boca, tentando –sem sucesso – ser discreta.

     - Está com fome? – perguntei, tentando ganhar um pouco de atenção.         
     - É, mas... – ela faz uma pausa para analisar minha expressão. – Estou com pena de qualquer coisa.
     - Por quê? – franzi a testa involuntariamente.
     - Porque isso me lembra de outras coisas, oras. – havia uma subjetividade implícita em sua voz. Ainda assim, era óbvio sobre a que ela estava se referindo.
     - Você está falando do dia em que começamos a namorar, não é?
     - Bom, é...
     - Então, por que você se diz com pena de algo? Só para deixar claro, nós não vamos terminar, se você comer o que eu trouxe, ok?  
     - Ai, como você é bobo! – ela riu, me dando uma leve tapa no braço.

     Revirei os olhos, demonstrando o quanto aquilo era desnecessário. Não demorei a retirar alguns utensílios que havia na cesta e cortar uma fatia de torta, levando um pedaço até a boca da maravilhosa garota diante de mim. (Seu Nome) arqueou as sobrancelhas – como se ainda não tivéssemos acabado a conversa –, enquanto terminava de mastigar.

     - O que foi agora?
     - Nada. Estava só pensando... Já imaginou se nada daquilo tivesse acontecido? Digo, se eu não tivesse percebido que estava sendo idiota e não tivesse voltado atrás no meu erro. O que será que estaríamos fazendo agora? – sua expressão parecia tão confusa como a de uma criança de quatro anos.
     - O seu problema, (Seu Nome), é que você pensa demais... – falei, sorrindo, para amenizar a dureza indesejada em minhas palavras. – Não importa o que estaríamos passando e, sim, o que estamos fazendo agora. E, bom, no momento, eu não estou comendo, o que eu gostaria muito de fazer.
    - Está vendo, Justin? Por isso que você está gordo assim. Só pensa em comer...
    - Gordo? – perguntei, indignado. – Não é isso que você diz, quando estamos sozinhos em um quarto, né?
    - Cala a boca, Justin!

    A risada dela ecoou pela extensão da praça deserta. Continuamos nos provocando durante um longo tempo, até que finalmente a fome ficou insuportável e nos aquietamos para comer. Ainda assim, arranjei um modo de continuar implicando com a minha princesa. Eu gostava de discutir com ela, com a condição de que quando acabasse, estaríamos aos beijos, como deveria acontecer sempre.

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Capítulo 24, princesas!
   Eu sei que eu estou devendo uma explicação a vocês por ter sumido, mas agora não dá tempo. Eu estou me atrasando muito apra postar os capítulos e aí não dá tempo nem de "conversar" com vocês por aqui. Mas amanhã explicarei tudo direitinho, ok?

Enfim, boa noite, amores!

(A imagem do capítulo é da Carolina Maia)