3. You Make Me Love You - Capítulo 23

Bloqueio Criativo

Belieber’s POV
   Já estava anoitecendo, quando notei Justin dormindo ao meu lado, no sofá. Aparentemente, ele não havia gostado tanto assim do segundo filme romanticamente meloso que estávamos vendo. Assim, desliguei a televisão com o controle remoto, enquanto procurava um modo de me levantar, sem acordá-lo. Coisa que só consegui fazer após longos segundos de movimentos completamente calculados.
 
     Me dava dó de deixá-lo na sala, sozinho, mas eu ainda estava tensa por conta das minhas obrigações e achava que quanto mais rápido trabalhasse nelas, melhor. Ainda assim, acordá-lo não era uma opção, então, apenas endireitei sua posição no sofá, ajeitando a almofada em sua cabeça e dando-lhe um beijo na testa, antes de me dirigir até o segundo andar.

     Senti a necessidade de parar três vezes nas escadas e virar-me para observar Justin dormindo como um anjo. Ao finalmente chegar no meu quarto, desabei na cama. Eu não estava, de fato, cansada, apenas ansiosa. Inquieta, me levantei novamente, pegando minha bolsa – repleta de coisas desnecessárias – que eu levava em viagens. Tive certa dificuldade em pegar uma pasta, onde eu guardava papéis, em sua maioria, também desnecessários. Porém, no meio desses, havia um no qual havia anotado o tema que eu escolhera para o trabalho de biologia. Não tive coragem de desdobrá-lo. Não estava com paciência suficiente para pensar em uma monografia agora.

      Me levantei novamente, indo pegar uma roupa qualquer na mala, antes de me dirigir ao banheiro. Como tudo ali era luxuoso, além de chuveiro, havia uma banheira. Quase optei por ela, pensando que ajudaria a relaxar, mas ainda achava nojento, acima de tudo. Então segui para debaixo do chuveiro, após me despir.

    Demorei mais que o usual, aproveitando a sensação que a água quente me causava. Ao terminar, vesti meu pijama azul – um dos mais curtos – e deixei o cabelo solto para que secasse mais rápido.

     Quando voltei ao quarto, me senti meio desorientada, sem saber o que fazer. Parte de mim queria ceder as minhas obrigações e a outra, implorava para que eu fosse fazer qualquer coisa para me distrair. Infelizmente, sou completamente insegura e algo me dizia que tudo melhoraria se eu fizesse logo, o que devia ser feito.

      Caminhei até uma das minhas malas, revirando as minhas roupas e, pegando, no fundo da mesma, o caderno onde eu sempre escrevia as letras das minhas músicas. Não estava me sentindo muito inspirada para escrever e isso só sustentava o meu medo de nunca mais ter inspiração para continuar com meus trabalhos.       

     Rabisquei dois versos no começo de uma folha qualquer. Era só isso. Não havia mais nada que pudesse ser dito. Encarei a folha quase completamente em branco, começando a ficar nervosa. Eu deveria estar passando por algum quadro de bloqueio criativo ou algo parecido.

     A porta do cômodo se abriu.

     - Ei, eu estava te procurando!

     Justin entrou sorrindo no quarto. Seu rosto estava todo marcado pela almofada de um lado. Ele estava com aquela carinha fofa de bebê que sempre fica após acordar. Suspirei para evitar a distração.

     - O que fica bem com “nunca”? – perguntei, ignorando o que ele havia dito antes.
     - Para sempre? – riu, sugestivamente. – O que você está fazendo, hein?
     - Tentando compor uma nova música e você está me atrapalhando. Silêncio, por favor!
     - Para com isso, (Seu Nome)!

      Em uma fração de segundos, Justin puxou o caderno de minhas mãos, sem que eu pudesse fazer nada. Fitei-o com raiva, enquanto ele não parecia nem um pouco arrependido. Senti vontade de atirar qualquer coisa no mesmo. Será que ele não podia notar pelo menos por um instante que aquilo era importante?

      - Justin, me devolve isso! – pedi, me levantando.
      - Não mesmo... – falou, enquanto colocava o caderno por dentro da blusa, como se isso pudesse me impedir de pegá-lo – Já chega!
      - Posso saber qual é o problema?
      - Me diz você... – Justin pareceu pensativo. – Sobre o que estava compondo?

      Fiquei muda. Eu não havia parado para pensar nisso, mas agora que ele tocara no assunto, me senti idiota. Não havia um motivo especial para eu estar fazendo aquilo. Nem mesmo vontade de fazê-lo. Os dois versos que eu escrevera foram vazios e desconexos. Talvez algo estivesse mesmo errado.

      - Não vai responder? – insistiu ele.
      - Eu... Não sei. – admiti, relutante.
      - Ótimo. Então, por que estava toda paranoica se não é importante?
      - Como assim “não é importante”? – indaguei, impaciente. – Justin, esse é o meu trabalho! Obviamente é importante!
      - É, mas isso deveria ser divertido, lembra? – ele se aproximou um pouco mais de mim. – Chega disso! Sua turnê acabou ontem e você já está arranjando mais e mais coisas para fazer...

      Justin me segurou pelos braços, como que para me chamar para a realidade. Nesse curto espaço de tempo, o pequeno caderno caiu de dentro das suas roupas. Olhei para baixo, pensando em pegá-lo e sair correndo. Mas, aparentemente, meus pensamentos eram previsíveis demais e Justin conseguiu interpretá-los depressa. Hesitei diante do embaraço por ser tão óbvia.

     Permaneci quieta, olhando freneticamente para meu namorado diante de mim e o pequeno caderno no show. Assim, antes que eu pudesse fugir, Justin me pegou no colo em um segundo, me levando para fora do quarto, enquanto eu me debatia e gritava, sem obter os resultados esperados.

      - Justin, me solta! – berrei, batendo em suas costas o mais forte que conseguia.
      - Você que pediu por isso, princesa! –sua voz era áspera, enquanto ele seguia pelo corredor, indiferente à minha tentativa de agressão física.
      - Sabia que eu posso te denunciar? – blefei. – Isso se chama maus-tratos.
      - Dramática... – cantarolou, suavemente.

     Percebi, por fim, que só estava gastando minhas forças, já que eu mal o afetava com todos aqueles socos. Assim, me aquietei e deixei que ele me levasse para sei lá onde, fingindo não me preocupar.

     Só realmente me importei quando percebi que havíamos entrado em outro quarto. As paredes pintadas de branco com alguns adesivos próprios – como “swag” e “ei, sexy lady” –, a cama de casal mais luxuosa do que as dos outros quartos, forrada com um lençol de cor neutra, e para completar, a habitual bagunça. Não tinha como se enganar. Estávamos no quarto do Justin.

     Distraída com os detalhes que haviam mudado no cômodo desde que a última vez em que estivera aqui, acabei não reparando para onde meu namorado idiota me levava. Quase berrei, quando desabei na cama, de surpresa.

     - Pronto! – falou, satisfeito.
     - Ok. E agora? – perguntei, com uma pontinha de sarcástico. Fechei minha expressão em um biquinho, após sentir que meu orgulho havia sido levemente ferido.
     - Agora você vai me esperar aqui, enquanto eu tomo banho. Fique quietinha e não ouse voltar lá e pegar aquele caderno, se não eu te coloco para dormir na rua!
     - Pode colocar! – provoquei. – Coloca mesmo, que eu faço um strip tease no meio da rua e vou para casa do primeiro tarado que se oferecer...
    
     Justin me olhou desconfiado, arqueando as sobrancelhas, com um ar incrédulo. Afundei o rosto no travesseiro, envergonhada. Eu não podia acreditar que realmente tinha dito aquilo, mas ele me deixava exaltada. Aliás, já havia pressuposto isso há algum tempo: Respirar o mesmo ar de Justin por muito tempo me deixava frustrada. ELE me deixava frustrada.

     - Por que isso, hein? – suspirei.
     - Porque você não quer fazer isso. – afirmou, coberto de razão, enquanto se sentava na cama, ao meu lado. – Só está neurótica e desesperada para fazer algo que antes fazia com a maior naturalidade do mundo. Isso me preocupa! Você me deixa preocupado, em particular.
     - Parece que isso é o que eu faço de melhor...

     Me endireitei na cama, arfando e sentindo uma onda de culpa horrível sobre mim. Olhei para o inocente garoto diante de mim e deixei que me perdesse em seus olhos, como acontecia sempre. Em um instante, meus lábios se colaram aos deles quase como imãs, que se atraem involuntariamente.

      Eu gostava dessa sensação mais do que deveria. A falta de espaço entre nós, suas mãos deslizando por mim e sua doçura e naturalidade ao me beijar embaralhava meus sentidos. Tinha quase certeza que isso não era normal, mas não importava as características e, sim, os efeitos. Estes eram enlouquecedores e, talvez, de certa forma, mortais, já que eu tinha muita certeza de que meu coração sentia dificuldades de continuar batendo sempre que ele encostava em mim.

      Senti o ar faltar rapidamente, mas eu poderia aguentar mais um pouco. Ou não.

      Justin parou o beijo, lentamente, me dando um último selinho. Isso apenas me deixou com mais vontade de agarrá-lo novamente. Por questões de seguranças, mantive os olhos fechados, embora tivesse total consciência de que ele ainda me olhava da maneira mais doce possível. O som de sua risada ecoou perto de mim. É, eu provavelmente estava parecendo uma idiota.

      - Só me escute, ok? – pedi, ainda sem coragem de olhar para ele. – Eu não faço essas coisas de propósito. Mas... Eu tenho medo. Medo de não conseguir lidar com isso durante muito tempo. Não quero perder tudo que já conquistei. E, muito menos, decepcionar meus fãs! Eu nunca pensei que pudesse me preocupar tanto com milhões de pessoas ao mesmo tempo, mas olhe para mim agora!
      - Eu entendo, mas... – ele se interrompeu, de súbito. – (Seu Nome), já pode abrir os olhos agora.

      Mordi o lábio inferior, antes de atender ao seu pedido. Olhei para Justin por um intervalo curto de tempo e, depois, me obriguei a deitar na cama, apenas para manter meu rosto um pouco mais longe do dele, evitando distrações.

      - Como eu estava dizendo... Eu entendo! – Justin retomou o assunto, ainda olhando fixamente para mim. – Só acho que não precisa disso tudo. Eu não te colocaria nessa se não acreditasse em você. Eu sei que você vai conseguir, (Seu Nome). Além do que, eu sempre vou estar aqui para você, independente do que aconteça...
      - Eu já disse que te amo hoje? – perguntei, com um sorriso que não cabia no rosto.
    
      Justin sorriu para mim e se inclinou para beijar minha testa. Ele ainda acariciou meus cabelos por algum tempo, enquanto seu olhar ainda ardia no meu.

     - Ainda não, mas é bom ouvir! – sussurrou. – Eu te amo!

     Ele se levantou da cama, pegando o pijama que estava dobrado no canto da mesma. Meu namorado continuou caminhando calmamente até o banheiro do quarto. Porém, parou diante da porta, virando-se novamente.  Observei enquanto Justin retirava a camisa e, em seguida, inesperadamente, lançou-a em minha direção, piscando para mim. Não consegui evitar rir, ao pegar sua roupa, antes que ele finalmente entrasse no banheiro.

     Sozinha novamente, resisti à vontade de voltar ao meu quarto e pegar o caderno. Ao invés disso, apenas me agarrei à blusa em minhas mãos e me acomodei sobre os travesseiros. Eu não tinha intenção de dormir, mas as pálpebras começaram a pesar, enquanto eu me embriagava com o perfume do meu namorado. Passaram-se poucos minutos até que eu sentisse alguém ao meu lado novamente. Mas eu estava confusa. Realidade, sonho ou devaneio pareciam estar se mesclando. Não era algo para o qual eu deveria dar muito importância. Afinal, Justin já estava presente predominantemente em cada segundo da minha vida.    

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Capítulo 23, princesas!
   Sim, eu sei que eu demorei para postar, mas é que tudo tem estado meio louco ultimamente (hahaha), mas eu estou tentando ajeitar meus horários.
   Hoje, eu tenho alguns aviso simples a dar a vocês. Primeiro, faz tempo que eu não falo disso aqui no blog, mas, leitoras novas, se quiserem que eu avise sempre que postar capítulo novo, deixe um pedido, junto ao seu user aí nos comentários ok? O mesmo para aquelas que querem que eu pare de avisar, é só me pedir, que eu não mordo hahaha. E, segundo, falando sobre isso ainda, vocês podem continuar pedindo que eu dibulgue o blog/IB de vocês, ok?
   Por fim, o terceiro aviso é na verdade uma divulgação. Então, um dos motivos para eu me afastar ym pouquinho do blog é que eu me envolvi com um outro blog hahaha. Completamente diferente dos meus outros blogs, fui chamada para ser moradora do...
http://umabrasileira.weebly.com

Então, o "uma brasileira" foi criado há dois dias e como podem ver, ainda está bem no comecinho. Ainda não há nenhum post de minha autoria lá, mas vale à pena conferir. O blog é direcionado a tudo que se relacione com a época mais "se joga" do ano: O VERÃO. Então, go, girls! Porque estou com um pressentimento ótimo sobre o que essa história toda vai dar haha)

    Para finalizar mesmo meus falatório de hoje, só queria lembrar que eu continuo lendo os comentários, continua abrindo o maior sorriso do mundo com as palavras e o apoio de vocês. Sério, assim que entrou na internet, corro para acessar o painel do Blogger e sofrer uma overdose de amor de vocês. Hahaha. Obrigada por ainda estarem aqui, garotas! Amo vocês... :)