You Make Me Love You - Capítulo 58

Tristeza, dor, raiva, TUDO!

  
Belieber's POV


   Aquele dia amanheceu com um gosto de pior dia da minha vida. Eu não sabia se essa sensação tinha algo ver com o que acontecera noite passada ou se era apenas mais alguma coisa ruim se aproximando.

   Acabei passando boa parte da manhã no quarto, sozinha, escrevendo coisas que aparentemente só faziam sentido dentro da minha cabeça. O auge do meu dia fora quando na hora do almoço, Manu invadira meu ponto de tranquilidade, junto a Chris, me trazendo um prato com um pedaço lindo de lasanha.
 
    Para falar a verdade, eu não ligara muito para a comida e, sim, para os poucos segundos que eu passei sorrindo, ouvindo as bobeiras que Chris falava, propositalmente. Era tão estranho. Aquelas pessoas que eu conhecia há tão pouco tempo, aparentemente, não gostavam de me ver para baixo. Isso, em geral, não acontece com muita frequência.

   Já estávamos no final da tarde, quando os dois finalmente saíram do cômodo, à meu pedido. Embora eu gostasse de companhia, também queria permanecer mais tempo sozinha, apenas para pensar, mesmo sabendo que eu não gostava disso...

   Com o meu celular em mãos, comecei a ver algumas fotos salvas no mesmo. Eu não tirara nenhuma foto, desde a viagem, então basicamente todas eram no Brasil. Tinham algumas minhas e da Manu, outras na escola, no zoológico e muitas com o Lucas. Pensei, rapidamente, em ligar para ele, precisava muito falar com o meu bobão que fazia tudo passar. Mas, eu não podia, afinal, o que iria dizer: “Então, Lucas, por aqui está tudo uma porcaria. Caso você não saiba, eu estou namorando o Justin. Quero dizer estava... Porque aquele safado resolveu se agarrar com uma garota qualquer e agora meu coração está em mil pedacinhos e... O que você disse? Ah, está vindo para cá, espancá-lo? Lucas, não faça isso e... Não, pensando bem, vem sim! E venha preparado para dar muitos socos, ok?”

   Ok, isso NÃO iria acontecer. Na verdade, se eu contasse isso para o Lucas, provavelmente, a reação dele seria essa mesmo, mas de qualquer forma, eu jamais permitiria que ele machucasse o Justin. Sim, Bieber era um safado, nojento, canalha, ridículo, mas ainda é meu bebê, apesar de tudo...
 
   Eu estava quase voltando a chorar novamente, quando percebi o meu celular vibrando na minha mão. Aparentemente, eu tinha uma nova mensagem, de um número “desconhecido” e dizia mais ou menos assim:

    “ Linda, desce aqui!

    Quero falar com você, mas subir as escadas dá trabalho demais...

     Chaz  :) ”

    Eu realmente não queria descer, mas era o Chaz e, ele era tão legal comigo que não seria justo deixá-lo ali, no vácuo. Assim, levantei-me da cama, sem me importar com o fato de ainda estar de pijama e, me pus em direção ao primeiro andar. Estava no último degrau, quando escutei:

    - Nossa, você está péssima!- é, era o Chaz mesmo.
    - Ah, obrigada! Era tudo o que eu precisava mesmo. – ironizei, “sorrindo”.

    Chaz riu, antes de abrir os braços em minha direção, oferecendo-me um abraço. Obviamente, nas condições em que eu estava, jamais recusaria um abraço. Assim, corri até chocar-me contra seu corpo e, senti seus braços em volta de mim.

     Nós ficamos assim durante alguns segundos, até finalmente nos afastarmos. Chaz me conduziu até o sofá e fez com que eu sentasse em seu colo. Ele acariciou meu cabelo, antes de perguntar:

    - Então, o que você tem para me contar?
    - Tudo está dando errado, Chaz, é isso! – suspirei.
    - É, o Justin disse a mesma coisa...
    - O que eu faço, hein? Eu não sei se devo acreditar nele...
    - (Seu Nome), eu realmente não acho que o Justin mentiria para você! – ele pareceu pensar em dizer algo. – Sabe, para falar a verdade, eu vi tudo o que aconteceu no McDonald's, mas te contar não irá fazer muita diferença, né? Aliás, se você não acredita no Justin, por que iria acreditar em mim?
     - Você falando assim, faz com que eu me sinta culpada... Sabe, no meu coração eu sinto que devo acreditar nele, mas o meu lado racional, não deixa. Eu já acreditei em outras pessoas antes, Chaz...
     - Eu compreendo, linda, e sinceramente, se você está assim tão “dividida”, não há mal nenhum esperar um pouco mais. Além disso, pessoas que se amam não costumam ficar, muito tempo, separadas, sabia? – ele sorriu, seguro.
   - Talvez você tenha razão, mas... Falando em pessoas que se amam, você já falou com a Cait?
   - Não! Eu sei que eu prometi que eu falaria, mas não consigo! É difícil demais na prática...
   - Eu sei que é! – sorri, passando a mão em seu cabelo. – Mas você não pode esconder isso para sempre, Chaz. Você a ama, mas ela provavelmente não tem ideia disso e não pode ficar te esperando para sempre...
   - É, eu já pensei sobre isso ... – ele suspirou alto.

    Não resisti à abraçá-lo da forma mais forte que pude, ele parecia precisar disso muito mais do que eu agora. Fiquei com medo dele chorar e eu não saber o que fazer, nem sempre sou boa para aconselhar pessoas. Mas, felizmente isso não aconteceu.

    Logo, nos afastamos um pouco. Chaz encostou a ponta do nariz dele no meu e fez uma careta, me fazendo rir. Bobo! Era estranho. Eu estava ali, sentada no colo do Chaz, minhas mãos em volta de seu pescoço, e as deles na minha cintura, enquanto ele mantinha seu nariz grudado ao meu, fazendo nossas bocas ficarem a centrímentos de distância, mas, mesmo, não estava rolando nenhum clima ali. Eu sabia disso e sabia que ele também sabia! Aquilo era tão inocente, quando poderia ser. Nós só parecíamos duas crianças, esquecendo a dor por alguns minutos e sorrindo sem motivo.

   - Nossa, que legal! Então, agora, acho que percebi o motivo da sua insistência toda em terminar comigo...

   Essa voz... É, aparentemente, se o momento entre mim e Chaz estivesse sendo visto de fora, não pareceria tão inocente, assim. Pelo menos, para um Justin raivoso diante de nós, não pareceu.

    - Justin, você... – tentei falar, me levantando.
    - Tão clássico, hein? “Terminar” um namoro e já ir correndo para se jogar no melhor amigo do namorado. Sinceramente, esperava mais originalidade, vindo de você... – ele continuou, sarcástico.
    - O QUE VOCÊ ESTÁ INSINUANDO? – exaltei-me.
    - Não estou insinuando nada. Estou DIZENDO que agora entendo perfeitamente o motivo pelo qual Manuela te chamou “daquilo” há alguns di...

    A única coisa que se ouviu depois disso foi o som muito alto do impacto da minha mão no rosto do Justin. Respirei fundo, enquanto algumas lágrimas caíam do meu rosto e eu observava Justin acariciando a bochecha, perplexo.

    - Você era a última pessoa de quem eu esperava ouvir algo assim... Obrigada, hein?

    Saí da sala, correndo depois disso. Subi as escadas com passos duros até chegar ao meu quarto, mas antes pude escutar um baixo “Pegou pesado, cara” com a voz de Chaz. Só! Depois disso ignorei qualquer barulho que não fosse a confusão enorme dentro da minha cabeça.

    Acho que nunca sentira tanta raiva e tristeza na vida. Limpei rapidamente as lágrimas do rosto, enquanto batia a porta do quarto e me dirigia ao banheiro. Eu estava decidida a fazer o que, aparentemente, eu deveria fazer.

    Tomei um banho rápido e, em seguida, voltei ao meu quarto novamente. Peguei um dos vestidos mais curtos que eu tinha: Um tomara que caia super justo e curto, que eu ganhara e só usara uma vez na vida em uma balada há muito tempo.

    Calcei um scarpin preto e, fiz uma maquiagem um pouco mais elabora. Coloquei uma gargantilha e, em seguida, sequei o cabelo, penteando para o lado, de forma a deixá-lo um pouco mais volumoso. Por fim, peguei uma bolsa micro, onde coloquei meu celular e um pouco de dinheiro, apenas o que sobrara do que Justin havia me dado para eu comprar o vestido que usei no Ano Novo.
 
    Assim que sai do quarto, encontrei Manuela, saindo do cômodo ao lado. Ela olhou bem para mim, da cabeça aos pés. E pareceu bem assustada ao perguntar:

    - Onde você está indo assim?

    Ignorei-a, seguindo em frente até as escadas. Desci, de forma delicada, apenas para não cair. Salto alto mais escadas, sempre são iguais a tombos horríveis. De qualquer forma, o que importava agora era Justin e Chaz olhando para mim, visivelmente, perplexos. Passei por eles, sem nem olhar para trás e, assim que estava me aproximando da porta de entrada, ouvi Justin atrás de mim:

     - Posso saber aonde você vai assim?
     - Para falar a verdade, pode! – provoquei. – Eu vou honrar o meu novo “título”. Vou fazer o que as vadias fazem. Ir para o bar mais próximo e me agarrar com o primeiro homem que aparecer, porque aparentemente é isso que eu faço, né?

     Não esperei nenhuma reação dele, apenas sai batendo a porta. Andava pelas ruas, com pressa, enquanto me sentia praticamente nua, naquela roupa. Mas, de qualquer forma, isso nem importava muito, quando dava para ouvir o meu coração latejando de tanta dor. Tentei afastar esse texto de “mocinha magoada” da minha cabeça, assim que entrei no táxi e lhe disse meu destino.

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  Então, esse capítulo ficou bem mais tenso do que eu "gostaria", mas as idéias vão crescendo a medida que eu vou escrevendo e resulta em coisas assim: TENSAS! kkk
  Enfim, de qualquer forma, eu espero que vocês tenham gostado, lindas :)
  Tenham todas uma boa noite!

(PS: A imagem do capítulo é da Lorrayne Cardoso)

9°  dia da "Maratona Um Post Por Dia"! :)