18 fevereiro 2013

3. You Make Me Love You - Capítulo 55



Sala de espera


Belieber's POV

  
O tempo que passei dentro daquele maldito táxi pareceu infinito. Enquanto eu me retorcia por dentro, sentada sozinha no banco traseiro, podia sentir o motorista olhar assustado para mim, pelo retrovisor. Lucas pigarreava e encarava o homem com uma careta feia, cada vez que ele parecia preocupado demais com o meu desespero. Mas eu não me importava. Qual era o problema em haver uma manchete sobre mim no dia seguinte? Eu não era uma adolescente famosa, naquele momento. Eu era eu e estava preocupada demais em pedir para que todas as forças do universo permitissem que o coração do garoto que eu amo continuasse batendo, mesmo sem ter certeza do que havia acontecido.

   Meu corpo todo estremeceu quando o carro parou em frente a um hospital de logotipo iluminado. Eu conhecia o lugar, ficava nos limites da cidade. Sem esperar que Lucas pagasse o motorista, me apressei em sair do veículo, mas não tive tanta facilidade. Aparentemente, nem abrir uma porta, eu estava conseguindo, talvez por conta das minhas mãos que não paravam de tremer involuntariamente. Gemi, irritada com minha própria incapacidade. Se meus nervos não estivessem à flor da pele, eu até teria me importado com o olhar de reprovação do taxista insatisfeito.

   A porta se abriu, de repente, e Lucas estava do lado de fora, esperando por mim. Suspirei, aliviada, quando suas mãos se estenderam para me ajudar a sair e, então, rapidamente utilizei-as como apoio, me pondo de pé do lado de fora do carro. Felizmente, meus ossos já haviam se solidificado novamente dentro do meu corpo, mas ainda assim, não havia feito muito diferença. Minhas pernas continuavam a tremer tão compulsivamente que eu mal conseguia me sustentar.

   Porém, nem mesmo meus membros foram meu pior problema naquela situação. Assim que demos alguns passos para longe do veículo, um flash atingiu meus olhos, cegando-os temporariamente. Mas, apesar da falta de visão ter passado depressa, isso apenas desencadeou mais raios de luz, que explodiam em minha direção, como se eu fosse apenas parte de alguma exposição.

   Senti a raiva arder em minhas veias. Por um segundo, fiquei com uma ligeira sensação de culpa por deixar que minha tristeza fosse substituída por um sentimento tão mais bruto, mas era tão injusto. Como eles podiam fazer isso? Como podiam ser tão frios, tão desumanos ao ponto de não respeitar a dor alheia? Desejei profundamente enlouquecer, surtar, como a Britney – agora eu finalmente a entendia. Mas eu não tinha um guarda chuva. E muito menos força para conseguir lidar com um.

   Lucas permaneceu ao meu lado, fazendo com que os monstros, chamados muito gentilmente de paparazzis, recuassem ao menos um pouco. Mas não era o suficiente. O loiro era um só para tantos curiosos em cima de nós. Rapidamente, um tom repreensivo ecoou mais adiante e, então, eu pude ver um pequeno grupo se locomovendo até nós. Eram os funcionários da segurança do hospital, que estavam ali para me ajudar a passar por aquela muralha de desalmados. Sinceramente, eu sempre achei que ter esse tipo de profissionais era apenas frescura de hospitais particulares, mas agora parecia extremamente necessário.

   Suspirei ao entrar nos limites da instituição de saúde, observando enquanto os seguranças permaneciam lá fora, tomando conta do lugar. Agora, dentro do hospital, a sensação de adrenalina e raiva havia se dissipado completamente. O ar gélido do local fazia a depressão voltar até mim. Fazia os ossos voltarem a se dissolver e a garganta ficar travada novamente. Era simplesmente desesperador. Não saber que eu poderia morrer sem ar, mas sim a possibilidade de morrer sem saber se Justin ficaria bem.

   Tentei reconstituir mentalmente alguns poucos tecidos do meu corpo para assim conseguir andar até o balcão da recepção e, por um segundo, pareceu que eu estava ao menos obtendo um pouco de resultado. Ou não. Lucas mantinha seu braço contornando minha cintura, fazendo exatamente o que fizera antes de sairmos de casa. Aliás, para completar, eu não tinha muito certeza se meus pés tocavam o chão.

   Assim que me aproximei do balcão, não precisei fazer qualquer tentativa de chamar atenção, porque a jovem morena logo retirou os olhos do pequeno computador para olhar para mim. Sua expressão mudou para uma mais alarmada no mesmo segundo. Seus olhos ficaram cautelosos e ela tentou disfarçar um suspiro baixo. Embora fosse visível que ela tentava não me assustar, seu comportamento teve o efeito contrário.

   - Senhorita (Seu sobrenome)... – sussurrou a morena, como uma saudação. 

   O meu senso de boa educação me inclinava a dizer “boa noite”, mas seria tão incrivelmente hipócrita da minha parte supor que uma noite como aquela pudesse ser, de alguma forma, boa, que acabei engolindo minha ideia de cumprimento junto com qualquer outra coisa que pudesse sair da minha boca. Me limitei a assentir, suavemente, enquanto ela continuava a tentar parecer indiferente.

   - Então, você está aqui para ver o senhor...

   Ela se interrompeu no meio da frase, quando voltou a me fitar. Eu não sabia se havia algo comigo, se eu estava com uma expressão mais fragilizada do que eu pensava ou se o meu rosto já havia começado a inchar devido a todas as lágrimas que eu deixara escapar dos olhos durante o caminho. Enquanto eu tentava pensar em outras possibilidades, a moça a minha frente arfou e voltou os olhos para uma pequena gaveta atrás do balcão.

   - Desculpe-me! – recomeçou ela – Eu sou nova aqui e às vezes soou como uma avoada. Eu não deveria ter perguntado isso, foi um equívoco. Vou fazer um crachá para você...

   Agradeci num murmúrio baixo, um pouco encabulada por sua falta de jeito, como se ela por algum motivo pudesse ter culpa de algo. Ansiosa, aguardei inquieta enquanto a morena pegava um crachá de identificação e com uma caneta escrevia algo na parte de trás. Hesitei quando ela soltou a caneta e virou-se para verificar algo no pequeno computador a sua frente, mas foi absolutamente rápido e, logo, a moça havia voltado a preencher algo no mesmo crachá. Prendendo este em um cordão de algum tipo estranho de fita onde havia o nome do hospital gravado, ela deslizou e identificação pelo balcão até parar em minhas mãos.

  Observei as palavras ali gravadas, enquanto pendurava aquilo em volta do meu pescoço. Na parte frontal, havia apenas “visitante” escrito em letras maiúsculas de forma, já atrás, a morena havia preenchido quatro lacunas: meu nome, tipo de ligação com o paciente, quarto do mesmo e autorização. Desses três espaços, era fácil saber qual havia me desestabilizado. Ler “paciente” e imaginar meu Justin em uma cama de hospital, cercado por, sei lá, tubos em todas as partes, me fez engolir em seco. Lutei para retirar essa imagem da minha cabeça o mais depressa possível. Eu precisava ser positiva!

   - Bom, você poderá esperar na sala de espera, enquanto ele é examinado – explicou parecendo cautelosa, antes de se dirigir a Lucas - E quanto a você?
   - Ele está comigo! – sussurrei, receosa de tentar usar o tom normal da minha voz, afinal, provavelmente eu não a acharia mesmo.
   - Claro. – ela sorriu, compreensiva. – Então, qual o seu nome, cavalheiro?
   - Lucas Barros! – respondeu o loiro, ao meu lado, parecendo natural.

   A recepcionista procedeu exatamente como fizera há minutos atrás comigo e lhe passou sua pequena identificação. Nesse pequeno momento em que as mãos do loiro pegaram, atrapalhadas, o crachá sobre o balcão, eu notei que Lucas não tirara os olhos de mim desde então. Ele me fitava de forma apreensiva, parecendo tão preocupado comigo, que uma onda de culpa me inundou por completo. Embora ele não tivesse qualquer envolvido com o que ocorrera, de alguma forma aquilo também o atingira apenas por me magoar tanto.

   Respirei fundo, antes de entrelaçar meu braço ao dele para seguirmos até onde nos fora indicado. Apenas o jeito como se portara ao meu lado já deixava claro sua preocupação, mas eu tentava passar por cima disso. As coisas pareciam estar melhorando, pelo menos subjetivamente. Sendo otimista, agora eu já começara a conseguir permanecer de pé sozinha, novamente. Porém meu otimismo desceu por água abaixo em poucos segundos.

   - (Seu Nome)... – chamou nem tão alto a jovem morena quando já estávamos nos afastando. Ela parecia cheia de pesar – Eu sinto muito!

   As palavras, que deveriam ser um ponto de conforto, serviram apenas como um golpe bem forte no meu peito. Arfei, desnorteada, enquanto Lucas continuava a me conduzir até as cadeiras acolchoadas da sala de espera. Eu tinha recomeçado a chorar, antes mesmo de perceber isso. Para dizer a verdade, eu ainda tinha esperanças de que as minhas lágrimas tivessem secado, o que tornaria a minha dor muito mais particular, mas aparentemente, eu estava enganada.

   - Vai ficar tudo bem... – sussurrou o loiro, se agachando perto de mim, enquanto eu me sentava. – Ele vai ficar bem!
   - Por favor, não fale como se você pudesse me dar certeza. – pedi, ouvindo minha voz completamente afogada pelas lágrimas.
   - Ei, você não sempre esfrega na minha cara o quanto o ama? – Lucas tentou sorrir ligeiramente, mas não teve muito sucesso, porque aquilo não passara nem perto de uma tentativa de ser engraçado. Ele não estava se sentindo bem o suficiente para isso – Então, o seu amor por ele não é o suficiente para te deixar um pouquinho mais positiva?
   - Você tem razão. Desculpa! – suspirei, enterrando a cabeça nas mãos – Agora... É melhor eu ligar para a Pattie.

    Lucas pôs-se de pé, saindo da minha frente, quando eu me levantei. Não tinha nenhum lugar ali que não parecesse exposto demais, mas ainda assim caminhei até um corredor mais silencioso. Peguei o meu celular – a única coisa que conseguira trazer – e procurei pelo nome dela na lista de contatos. Precisei de um pouco mais de tempo do que o normal, já que após achar, meus dedos acabavam deslizando sem querer pelos nomes errados, devido a tremedeira de todo o meu corpo que eu ainda não conseguira controlar.

   Assim que consegui afinal selecionar o número correto, aproximei o aparelho do ouvido, aguardando. A cada chamada que dava, meu coração parecia se contorcer, inseguro. Eu não havia pensado ainda no que falar, aliás, o que eu poderia dizer? Ela era a mãe de um garoto que havia acabado de ser internado, após um acidente e, eu sequer sabia se essa notícia já tinha chegado aos seus ouvidos. Se não, como eu poderia dizer isso a ela? Se sim, o que eu iria falar para confortá-la quando nem eu mesma conseguia me acalmar?

   - (Seu nome)? – foi a primeira coisa que ela disse ao atender.

   Sua voz me alertou do seu conhecimento perante a situação. Havia urgência em suas palavras, misturando-se suavemente com o medo, dor e preocupação. Esses mesmos sentimentos eu tentava camuflar, pelo menos naquela conversa. Tentava esconder qualquer faísca de nervosismo que eu estava sentindo. Sinceramente, eu duvidara de que fosse conseguir, mas a tentativa era ainda melhor do que deixar Pattie saber tão facilmente do meu nível de desespero e acabar por se desesperar também.

   - Sim, Pattie, sou eu... – assegurei, por fim.
   - Ai, meu Deus! (Seu nome), você está sabendo do que aconteceu? Você está com ele? Ele vai ficar bem?
   - Eu soube e eu já estou aqui no hospital, mas... Eu não sei de nada ainda. Cheguei há tão pouco tempo e ainda não tive nenhuma informação sobre o que aconteceu especificamente. Eu estou apenas juntando toda a minha fé junto com todas as minhas forças para continuar aqui...
   - Eu sei, querida, eu sei...

   Ela estava se limitando a curtos períodos, tentando me passar algum tipo de calma. Senti o meu disfarce patético de pessoa forte começar a se dissolver com sua atitude. Era simplesmente tão adorável o que ela estava fazendo para não me assustar, enquanto a própria deveria estar apavorada. Eu sabia a dimensão da dor que eu estava sentindo, mas isso apenas me dava a certeza de que nem se aproximava do sofrimento daquela mulher. Embora Justin fosse uma parte íntegra de mim, ele sempre seria o garotinho dela. Ser mãe era uma experiência que eu ainda não tinha experimentado, mas eu sabia que desistiria da mesma, caso algo acontecesse com o garoto sendo possivelmente operado dentro de uma dessas salas. Porque sem ele, não teria sentido.

   - (Seu nome), Scooter me ligou há pouco. – continuou ela, voltando a reter minha atenção – Ele já sabe o que aconteceu e está arranjando um transporte para nos levar até aí, então... Eu tenho que manter o celular desocupado para o caso de ele ligar.
   - Tudo bem, Pattie. Eu entendo! – suspirei – Eu te ligarei mais tarde se ficar sabendo de alguma coisa.
   - Obrigada. Eu agradeço muito o que está fazendo – normalmente, ela diria essa frase sorrindo, mas era óbvio que nem um esboço disso passaria pelo seu rosto em uma noite como aquela.
   - Pattie, eu...
   - Eu sei, querida... – ela me interrompeu, gentilmente, adivinhando meus pensamentos – Eu estou com medo também!

   Aquilo fora o suficiente para mim e eu sabia que se continuasse investindo em uma conversa, ultrapassaria até os limites de Pattie. Ela havia acabado de admitir que temia por seu garotinho, que não tinha a certeza de que tudo ficaria bem, que pedir calma era exigir demais dela. Continuar com aquela ligação era quase como obrigá-la a soluçar na minha “frente” e não parecia ser isso que ela queria. Assim, sussurrei um “tchau” antes de desligar, me sentindo pior do que antes.

   Retornei pelo corredor até o espaço de espera, onde Lucas ainda me aguardava. Ao longe, observei-o entrelaçar os dedos repetidas vezes, mantendo a atenção completa em suas próprias mãos. Conhecendo o loiro como eu conhecia, poderia afirmar que ele estava nervoso com tudo aquilo. Não era o tipo de sensação que eu sentia, afinal, ele não estava nervoso por Justin, mas, sim, por mim e pela reação que eu estava tendo em relação a tudo aquilo.

   Com passos apressados, eu me dirigi mais rapidamente até ele. Por dentro, eu desejava arduamente mentir, colocar um sorriso no rosto e enganar meu melhor amigo com uma falsidade exagerada. Mas eu simplesmente não podia. A dor em mim era tão dilacerante que tentar guardá-la em silêncio só faria com que doesse mais e, assim, Lucas acabaria por perceber ainda mais rápido. Sem muitas outras opções, me arrastei e sentei ao seu lado sem utilizar qualquer tipo de disfarce emocional.

   Lucas me abraçou de lado, tão rápido quanto possível. Suspirei baixinho, me sentindo extremamente desmerecedora de tamanha preocupação. Por que ele tinha que fazer aquilo, afinal? Se ele soubesse como seu carinho especial só fazia com que eu me sentisse mais frágil e desamparada, talvez isso evitasse outra atitude amável de sua parte. Mas mesmo que eu me prontificasse a avisar – o que eu com certeza não faria –, já não adiantava. Eu já havia voltado a chorar, mas dessa vez era um pranto mais silencioso, onde apenas as lágrimas me denunciavam.

   - Calma, pequena! – sussurrou, me apertando mais contra seu corpo – Eu estou aqui, ok? Nada de ruim vai acontecer!
   - Eu gostaria tanto de acreditar em você! – respondi, sincera demais.
  
   De repente, enquanto Lucas continuava a afagar meus cabelos suavemente, a atmosfera do lugar adquiriu um clima diferente. Passos calmos e baixos ecoaram em nossa direção e eu senti meu coração pular dentro do peito. A remota possibilidade de que fosse algum médico que tivesse algo para nos informar me fez estremecer de excitação. Mas meus olhos só encontraram decepção.

   Logo que levantei o rosto na direção dos passos, notei um homem alto e esguio prestes a parar diante de nós. O rapaz tinha um olhar ligeiramente assustado, mas também cauteloso. Seus lábios tentavam segurar um sorriso solidário, mas falharam miseravelmente. Ainda assim, o que me chamou mais atenção foi sua falta de uniforme condizente com o local. Ele não era um médico. Pelo contrário, o homem estava portando um crachá muito semelhante ao nosso.

   - (Seu nome)...? – a voz dele soou tão curiosa que me assustei. A ideia que passou por minha cabeça pareceu de imediato repulsiva demais.
   - Eu não quero parecer rude... – comecei, desviando o olhar quando ouvi minhas palavras saírem completamente entrecortadas – Mas eu também não quero ter que fazer isso agora, por favor.
   - Você ouviu. Eu agradeceria se você se afastasse! – Lucas se levantou, colocando-se entre mim e o estranho. Provavelmente, ele havia pensado o mesmo que eu – Ela não está bem o suficiente para ser incomodada, então, por favor, senhor, não insista!
 
   O homem não pareceu abalado. Confuso talvez, mas nem um pouco perturbado. Ele olhou, durante um longo minuto, para mim, por cima do ombro do loiro. Fingi indiferença – que com certeza não me pertencia – enquanto seus olhos me fitavam com uma essência desconhecida. O rapaz ainda não havia feito menção a se afastar, mas de repente com um sobressalto, ele pareceu notar algo que não lhe ocorrera antes.
   - Não! – arquejou o estranho, ultrapassando a barreira corporal de Lucas – Não é isso que você está pensando. Eu não quero nada de você. Preste atenção, (Seu Nome)! Meu nome é Josh Carter. Eu estava dirigindo pelo mesmo caminho de Justin, pelo menos em certa parte deste. Eu vi quando o acidente aconteceu e liguei para a emergência e para os bombeiros...

   As palavras dele me pegaram de surpresa. Até então eu não havia parado para pensar em pequenos detalhes como o modo como Justin havia acabado no hospital, como aquilo chegara ao conhecimento da imprensa, entre outras coisas. Precisei piscar algumas vezes para reorganizar os pensamentos, enquanto puxava Lucas suavemente, esperando que ele voltasse a se sentar ao meu lado. Felizmente, não tive a necessidade de dizer nada, já que Josh considerou meu olhar atento como um convite para continuar.

   - Eu... Não quis deixar o garoto sozinho sem saber se ele iria ficar bem, mas... Bom, eu acabei de ligar para casa e minha esposa e filha estão me esperando. Eu não posso passar a noite aqui e tampouco acho que teremos notícias tão cedo! Olhe, (Seu nome), eu realmente sinto muito. Eu me importo de verdade... – ele fez uma pausa, endireitando sua postura, que havia mudado quando ele se inclinara para frente, disposto a olhar em meus olhos – Se não for pedir demais para você, eu ficaria muito agradecido se pudessem me manter informado quanto à situação do garoto!

   Não respondi. Era muita coisa para processar de uma só vez. De certa forma, era bom ouvir palavras como “eu me importo”, mas eu não sabia até que ponto poderia confiar em qualquer pessoa na situação em que eu me encontrava. Apesar disso, eu ainda considerava a hipótese de que todas as suas palavras fossem verdadeiras, afinal, ele fizera questão de focalizar meus olhos ao falar e, sinceramente, eu não conseguira identificar nenhum vestígio de mentira ali. Além disso, havia ainda tantas dúvidas que eu poderia extinguir com ele, embora não conseguisse formular nenhuma pergunta completa, mesmo me esforçando bastante. A única coisa que saiu dos meus lábios, talvez tenha sido a que mais importava...

   - Se você estava lá, você viu quando eles retiraram o Justin do carro... – eu não tinha percebido que havia começado a tremer novamente – Como ele estava nesse momento?

   Josh abriu a boca, pronto para me responder. Antes, porém, seus olhos encontraram os meus e isso pareceu decisivo na sua escolha de se calar. Ele rapidamente uniu os lábios novamente, sem formular nenhuma palavra, enquanto fitava o chão, com os ombros completamente desabados. Embora sem qualquer explicação, aquele conjunto de detalhes deixava tudo extremamente claro.

   A sua reação negativa poderia simplesmente significar que ele não estava mentindo, ele realmente estivera lá na hora exata em que aconteceu. Mas representava muito mais que isso para mim. Era como se meu corpo tivesse recebido milhares de soco em diferentes regiões. Senti a dormência completa novamente, antes de apoiar o rosto nas mãos, tentando me manter excluída de assuntos externos aos meus pensamentos embaralhados.

   - Hã... Josh, não é? – a voz de Lucas ecoou suave, ao meu lado e, depois, foi se afastando gradativamente – Por que não conversamos um pouco, hein? Você poderia me passar o seu número, assim podemos ligar se ficássemos sabendo de algo.

   Eu sabia que Lucas não se importava em nada em manter um estranho informado, mas talvez em um possível ataque de preocupação, o loiro percebera que eu precisava ficar sozinha e, felizmente, arrastou o inconveniente para longe de mim, a fim de me ceder um pouco de espaço. Bem a tempo. Assim que não havia mais ninguém ao meu redor, desabei internamente. Sufoquei o choro dentro do peito, enquanto mordia o lábio inferior com toda a força que ainda me restava. O mesmo pânico, que praticamente separava o meu corpo de mim e ao qual eu experimentava a receber aquela péssima notícia pela televisão, havia voltado a se arrastar suavemente por cada célula que me pertencia.

   O silêncio do homem que eu acabara de conhecer havia sido uma das coisas mais dolorosas que já me atingiram. Tentei imaginar uma cena condizente com essa ausência de palavras, mas não consegui. A única coisa horrível suficiente que se formava na minha cabeça era a imagem do monitor cardíaco indicando batidas cada vez mais devagar, cada vez mais dolorosas. Fechei meus olhos, repletos de lágrimas, ao visualizar aquilo e desejei fervorosamente, que ao voltar a abri-los, descobrir que tudo não passara de um pesadelo. Mas não adiantou. Eu ainda estava ali. Assim como Justin ainda estava em uma dessas salas infinitas. Sobrevivendo? Morrendo? Eu não sabia...

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Aí está, lindas. Capítulo 55.
  Primeiro, desculpa "magoar" vocês, mas entendam: Nenhuma história sobrevive só de "amorzinho", melação, mimimimi e derivados. Eu vou pegar leve, ok? Relaxem!
  Segundo, o capítulo de hoje é dedicado a minha Julilover @JustinsBaldwin (Posso com isso, gente? Ela mesmo que inventou esse nome fofo para os meus "fãs". Muito linda essa Carol!). Espero que o meu amor por drama não afaste você, Carol! hahahahah

  E, terceiro, tem ib nova para vocês lerem quando eu sumir, nos dias que eu não posto capítulo haha (: É da Thaís. Então, deem uma olhada, comentem, curtam e sigam, porque toda autora merece ser feliz hahaha O link é esse:

http://believebeliebersforever.blogspot.com.br/ 
  Por hoje, é isso, lindas :)
  Espero que tenham gostado!

(A imagem do capítulo é da Kiara)

8 comentários:

  1. PRIMEIRA? MEU DEUS, QUE EMOÇÃO! FINALMENTEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE CONSEGUIR LER TODA SUA IB, AMÉM JESUS! KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

    SERIO, JÁ FALEI QUE VC ESCREVE BEM NÉH? OK OK, DEVE ESTAR CANSADA DE SABER. MAIS SABE, SEMPRE É BOM FALAR. VC ESCREVE MUITOOOOOOOOOOOO BEM, POR FAVOR, VC É DEMAIS!

    CONTINUA, QUE AMOOOO SUA IB, É VIDA.

    (se alguns capítulos eu num comentar,num fica magoada com eu naum, mais eu sempre vou ler)

    Beijinho,
    @thataloopes
    http://looveeimaginebelieber.blogspot.com.br/

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  2. ai socorro lwkdjaçskldj gosto desse tipo de drama rçççççççç

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  3. aaaaaaaaah finalmenteee eu chegueii Juh desculpe a demora mais como te falei tava esperando o filme acabar e tbm precisei de um 'tempo' pra organizar todos os meus 'possiveis' comentarios oq nao foi facil afinal pra uma IB como a sua precisa-se se de mtaaa inspiração u.u...eu preciso arrumar mais tmp pra poder vir ak e me atualizar das coisas e dos seus posts mais nem sempre eh tão facil parece uma praga pq na maioria das vezes acontece alguma coisa mais msm assim eu faço o possivel pra não te deixar nao mão...
    como voc tinha me dito tem muito drama msm oq não eh tao bom pra mim ja que eu fico mais preocpada que o normal e anciosa demais pra que vc continue u.u...o acidente do Juss foi algo mto rapido oq fez eu me perder completamente em um mundo conplicado onde nem eu mesma consigo entender nada pelo menos eu tenho o Lucas neh e ver ele nesse estado por minha causa eh bem mais doloroso....enfim continua logo pq eu preciso ter a certeza de que o meu bebe esta bem embora o meu estado de incapacidade para absorver qualquer tipo de informação seja mto grandee..
    Bom axo que ja falei demaiis não quero te cansar então não deemora pra continuar não gatiinhaa bjuuus ate maaaiiis
    @BiebasMyPride

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  4. drama: mais conhecido como escritas da julianna kk
    dedica para todo mundo, menos pra mim, legal;

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  5. Carol (@JustinBaldwin)18 de fevereiro de 2013 às 21:53

    Ahhhhhhh! Juh, dedicação, p mim? anw *-* e sim, sou Julilover, admitida e feliz! kkkkk. N se preocupe, seu drama não vai me afastar de ti, alias, o que poderia mesmo? ashuashuahsuahs nada né, só se esse drama demorar mt, ai meu bem, eu n sei! >>Brincadeira<< E só vou pedir mais uma coisinha... CONTINUA LOGO MINHA ÍDOLA! kkk é isso juh.
    Da sua Julilover n° 1,
    @JustinsBaldwin ;)

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  6. AIIIIIII MEUUUUU DEUSSSSS, MORRI CHORANDO SERINHOOO, TADINHO DO BIEBS! Leitora nova aqui, li toda a historia em 5 dias hehe, meu nome e gabriela, prazer! CONTINUAAA PELO AMOR D DEUSSSSSS GURIAAAA

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  7. Olha vo te dar um dia pra postar ok? se nao tu vai apanhar e dia 1 em 1 dia tu vai postar a ib , meu aviso esta dado hahaha , ta parey ate eu me assustei cmg mesma creedo , leitora noova aqui amoore~ muuuito diva sua ib continuua pfv @Dileydrauhl_

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