08 fevereiro 2013

3. You Make Me Love You - Capítulo 51


Discutindo relações alheias...


Belieber's POV


  
Foi um alívio abrir a porta da casa de Justin e encontrar a sala de estar tão conhecida. Eu já estava lá há tantos dias que, provavelmente, consideraria difícil abandonar o lugar, quando chegasse a hora. Tentei me desconcentrar por um minuto, enquanto lutava para afastar o clima nostálgico e melancólico em que estava me enterrando desde que vira meu quarto me lembrando do Brasil.

   Larguei a bolsa sobre a poltrona e corri para as escadas rapidamente. Eu já estava esquecendo completamente que estava acompanhada, quando ao chegar ao segundo andar, ouvi passos atrás de mim. Se fosse em uma situação normal, eu provavelmente enlouqueceria, achando que era algum maníaco do parque, mas, no momento, eu estava crítica demais para não pensar que era Lucas.

   - Pensei que você quisesse vir para casa para ficarmos um tempo sem sentir que estão te observando e não para me ignorar por completo... – miou, dramático.
   - E é esse o plano, cavalheiro! – concordei, rindo. – Mas, talvez, a dama aqui precise de um tempinho para um banho e também para se recompor. Será que você me daria licença para isso?
   - Claro, senhorita!

   Lucas se curvou diante de mim, fazendo uma reverência, antes de tomar a minha mão com cuidado e beijar suavemente as costas da mesma. Sorri com sua atuação barata e, então, ele afinal me deu espaço para que eu entrasse no confortável vazio do meu quarto. Apesar de ser supostamente um lugar reconfortante, não pareceu. Senti falta da cama do Justin, dos móveis dele e da sua decoração, mas parecia errado usar o seu cômodo, enquanto ele não estava lá. E, sem ele, não faria diferença.

   Fechei a porta atrás de mim, imediatamente. Eu só queria desesperadamente tomar um banho e me jogar na cama. Assim, já estava pronta para praticamente arrancar as peças de roupa do meu corpo, quando notei meu celular no bolso de trás da saia que eu usava. Retire-o com cuidado – um cuidado bastante incomum, para falar a verdade –, jogando em cima da cama.

   Já estava prestes a tirar a blusa e correr para o banheiro, quando meu pequeno aparelho telefônico pareceu me chamar insistentemente em cima da cama. Mais especificamente, a culpa estava me chamando de cima da cama. E também um receio de, em breve, ser procurada pela polícia como “artista desaparecida”.

   Peguei meu celular e entrei, rapidamente, no twitter. Eu não sei se era devido a minha melancolia nostálgica, mas era estranho pensar que eu estava há tantos dias sem atualizá-lo, quando, há anos atrás, era onde eu passava grande parte do meu tempo livre, quase sempre perturbando a Manu no FC dela. Este agora nem existia mais, ela o havia excluído – ou a conta havia sido suspensa, desaparecido, não importa – e feito um outro. Mas o que ninguém sabia era que a Manu, belieber maluca e descontrolada que cuida de um FC entre tantos outros, era a mesma Manuela que tinha milhares de seguidores, apenas por ser “melhor amiga da (Seu Nome)”. Isso não é infinitamente estranho?  

   Tentei observar a timeline por algum tempo, mas não estava dando muito certo. A imagem de várias fotos minúsculas seguidas por letras que pareciam se misturar estavam me deixando com dor de cabeça. Ignorei o aviso de que havia centenas de tweets novos, enquanto montava uma forma de pedir desculpar pelo meu sumiço. Não tive tanto sucesso assim...

   “Ei, eu não desapareci! As coisas estão meio confusas ultimamente, mas eu continuo aqui. Eu tenho vocês, certo? :) #aindaamo”

   Suspirei, percebendo o quão patético aquilo parecia. Como eu poderia dizer que continuava ali se já fazia dias que eu não mostrava a cara em qualquer rede social que fosse? Como eu poderia pedir para alguém acreditar naquele conjunto de palavras que eu chamava de desculpa?

   Podia sentir minhas menções se encherem rapidamente, mas não me dei ao trabalho de checá-las. Eu provavelmente acabaria por não enxergar nada e embolar palavras em minha cabeça problemática. Me preparei para abandonar o celular novamente, quando me lembrei de uma pequena coisinha, que realmente poderia custar a minha vida. Aliás, parecia que já custava.

   “E mãe, se você estiver lendo isso, eu estou viva. E eu ainda te amo. Te ligo amanhã. Não enlouqueça :)”

   Minha mãe não tinha um twitter e eu era muito grata por isso, mas eu sabia que ela fazia questão de verificar cada conta minha em qualquer rede social – incluindo meu tumblr, que até hoje eu não sei como ela achou –, pelo menos duas vezes ao dia. Assim, esperava realmente que ela visse meu último tweet e não surtasse dentro de casa. Ou talvez aquilo só servisse para deixá-la mais louca do que já era. Amo a minha mãe, mas a consciência de que ela pode contatar as forças armadas para me encontrarem acaba me assustando um pouco.

   Por fim, abandonei o celular sobre a mesa de cabeceira e me levantei da cama, voltando a minha atenção novamente para o que eu pretendia fazer.s Separei um pijama e me tranquei no banheiro, pronta para um longo e relaxante banho, onde eu com certeza não me importaria se estava ou não sendo esperada por um loiro impaciente do lado de fora.

   Tirei minhas roupas e entrei no boxe. Hesitei, antes de ligar o chuveiro, mas a temperatura agradável da água me fez relaxar rapidamente. Deixei a minha mente vagar pelo meu dia, enquanto lavava o cabelo. Mas, para dizer a verdade, a minha análise parecia um tanto quanto pessimista. Eu tinha conseguido passar um dia inteiro sozinha com Lucas sem cometer um assassinato (e sem ser abusada também). Uma crise de nostalgia me pegou na metade da tarde e, sinceramente, acho que ainda não me largou. E, para completar, o babaca do meu namorado não havia me ligado até agora. Resumindo, uma coisa boa para duas ruins. Talvez a melancolia não viesse só de mim, mas do universo.

   Retirei o condicionador do cabelo rapidamente, ansiosa para encerrar meu banho, antes que eu começasse a chorar ali mesmo. Eu não estava triste a esse ponto, mas ficar de baixo d’água por muito tempo fazia com que eu desenvolvesse algum desequilíbrio emocional, então, era preferível não arriscar...

   Desliguei o chuveiro e sequei meu corpo com tanta pressa que minha pele mal sentiu o toque da toalha. Vesti minha roupa, tentando desacelerar um pouco o ritmo frenético. Só conseguir abandonar a pressa, quando comecei a pentear o cabelo, aproveitando para fazer uma detalhada analise de mim mesma, enquanto a escova passava suavemente por meus fios. De um modo superficial, eu havia mudado bastante nesses últimos anos, mas para ser sincera comigo mesma, eu ainda me sentia exatamente igual. Talvez só a situação estava mudando, não eu.

   Ajeitei a bagunça no banheiro, antes de sair. Eu mal havia fechado a porta do mesmo e quase cedi a vontade de voltar, devido a minha primeira visão do quarto. Lucas já estava devidamente acomodado na minha cama, parecendo completamente confortável, enquanto mexia no meu celular e devorava pequenas balas de gomas de um pote. A televisão – tantas vezes ignorada por mim, assim como o resto do quarto – estava ligada para ninguém.

   Seus olhos estavam tão concentrados no aparelho que me pertencia, que Lucas mal notou quando me aproximei da cama. Encarei-o, por alguns segundos, até que ele afinal olhou para mim. A expressão estava confusa como se eu estivesse cobrando por satisfações que não precisavam ser dadas.   

   - E, então, posso saber o que você está fazendo? – perguntei, cansada daquele silêncio incômodo.
   - Eu coloquei em um canal em que vai começar um filme daqueles de comédia romântica, sei lá, que você gosta... – explicou com uma expressão completamente limpa, enquanto desconversava.
   - Você sabe que não é sobre isso que eu estou falando! – continuei, sem me distrair – Por que está mexendo no meu celular, hein?
   - Ah, nada de mais! Eu estava inocentemente passando por aqui, quando vi seu twitter logado e estou animando algumas pessoas aqui. Será que a senhorita permite?
   - Lucas Barros, o que você está fazendo?
   - Eu já disse... Absolutamente nada! Só estou informando aos seus seguidores como é desaconselhável deixar seu twitter aberto, contando alguns acontecimentos de quando você era menor, dando alguns RTs e respondendo alguns de seus fãs. Apenas isso! – sorriu, calmo. Ele realmente não tinha conhecimento de como aquilo era grave, nos meus conceitos.
   - Você enlouqueceu? – indaguei, perplexa.
   - Não que eu saiba... – sua seriedade me fez hesitar.

   Revirei os olhos, impaciente. Eu sabia que não conseguiria tirar o celular das mãos dele à força, então apenas me joguei na cama, deitando ao seu lado e pegando o pote de balas do seu alcance. Aparentemente, minha reação tranquila não foi tão bem vista quanto eu esperava. Lucas me fitou meio confuso, enquanto eu levava as jujubas até a boca, tentando não me preocupar com o seu pequeno foco de diversão.

   - Você não vai fazer um discurso sobre o quanto eu estou errado e tentar pegar o que resta da sua dignidade da minha mão? – perguntou. As sobrancelhas levemente arqueadas deixavam claro sua incredulidade.
   - Não, porque eu sei que isso só serviria para te deixar mais satisfeito. – sorri, vitoriosa. – Mas, se você não se importar, eu adoraria que você parasse com isso e me entregasse o que me pertence. Você pode estar magoando pessoas assim, sabia?

   Lucas pareceu perdido. Os olhos fixados em mim, buscando respostas para suas dúvidas internas. Permaneci em silêncio, dando-lhe esse tempo extra para seus pensamentos. Antes que eu pudesse perceber, as mãos do loiro se aproximaram da minha, abandonando o meu celular sobre as mesmas. Peguei-o, com cuidado, colocando em seguida em cima da mesa de cabeceira, de onde não deveria ter saído.

   - Só me tira uma dúvida... – ele se manifestou novamente. – Como eu poderia magoá-los se a coisa que eles mais querem é ser notados por você? Era só o que eu estava fazendo. Sem lágrimas, sem dor...
   - Não é isso, bobo! – suspirei, encantada pelo fato de ele tentar me entender – Suas intenções eram boas, eu acho. Mas se eles queriam ser notados por mim e os tweets foram lidos por você, não parece um tanto falso? É quase como se eu os estivesse iludindo... Eu não quero ser mais relapsa do que já sou!
   - Relapsa? Você? – Lucas arfou, sem dá créditos as minhas palavras. – Sério?
   - É... Quero dizer, algumas vezes parece que eu não dou a atenção que eles merecem. Por exemplo, nos últimos dias, eu sumi do twitter e eles sentem essa falta! – disparei, quase atropelando as palavras. Era um pouco difícil falar aquilo em voz alta, então quanto mais rápido eu dissesse, menos estranha eu me sentiria.
   - (Seu Nome), você está bêbada? – indagou, sério. – Não é possível que você pense isso apenas por detalhes. Você é uma das pessoas desse meio que mais dá atenção aos fãs. Eu quero dizer... Quantos artistas levam os fãs para almoçar? Ou fica conversando com um grupo deles, antes de ir embora do local do show?
   - Não é sobre isso que eu estou falan... Ei! Como você sabe sobre essa conversa após o show?

   Gelei. Eu não esperava que isso tivesse chegado ao conhecimento de outras pessoas. Aliás, não tinha sido um dos meus melhores momentos. Então saber que isso tinha chegado a se tornar notícia em algum lugar poderia ser descrito como humilhante. Se tivessem fotos do acontecido, talvez eu nunca mais saísse de casa.
 
   - Bom, eu vi em um dos seus fansites, como sempre! – a voz de Lucas me tirou dos meus lamentos internos.
   - Droga! – choraminguei baixinho.
   - Eu não quero parecer fofoqueiro, mas... – ele claramente reprimiu um riso antes de continuar. – Você não chorou apenas porque estava emocionada com seus fãs naquele dia, não é?

   Respirei fundo, deixando que recordações da situação que acontecera há meses atrás tomassem minha atenção por completo. Quis morder os lábios ou talvez morder a língua até não poder mais falar, apenas para não soltar a verdade. Mas não adiantaria. Não com Lucas. Ele me conhecia o suficiente para ter feito aquela pergunta, aliás, me conhecia o bastante para já saber bem a resposta.

   - Na verdade, não. – engoli a saliva, junto com o meu orgulho. – Eu estava meio que desabafando com eles. Antes que você ria de mim, eu estava meio chateada nessa época, porque eu tinha terminado com o Justin. Então, eu estava me preparando para ir embora, completamente esgotada do show, quando esse pequeno grupo venho até mim. Eles estavam meio histéricos e meus seguranças fizeram menção a afastá-los, mas eu não recuso autógrafos ou abraços, então os dispensei. Só que o grupinho percebeu que eu não estava legal e, antes de se darem por satisfeito com uma assinatura ou alguma foto, eles insistiram em saber se estava tudo bem. Eu não pude mentir para eles e acabei soltando a história toda!

   Eu estava tão perdida em minhas próprias lembranças que demorei a notar o modo como Lucas olhava para mim. Seus olhos brilhavam nos meus e, se eu tivesse que deduzir, diria que aquilo era uma pequena pontada de orgulho. Embora não soubesse exatamente de quê, era isso que parecia. Foi o suficiente para me confortar um pouco.

   - Sabia que é lindo você contando isso? – sussurrou baixinho, deslizando os dedos pelo meu cabelo jogado sobre o travesseiro. – Você realmente acredita neles, como se conhecesse todos há anos!
   - E não deveria? Pense bem, eu contei isso a alguns deles há meses e você só veio ficar sabendo agora. Se eu tivesse feito com outras pessoas, muito provavelmente meu pequeno coração partido já estaria em muitos noticiários por aí... – sorri involuntariamente – A verdade é que, quando eu estou viajando, eles são a única base em quem eu posso me apoiar. Quer dizer, eu não posso apenas ligar para a Rihanna e dizer “Ei, Ri, eu preciso de conselhos. Tem um tempo?”. Até porque eu nem sou tão próxima dela assim... Talvez eu devesse tentar a Taylor Swift!

   Lucas riu da minha brincadeira e eu, da sua risada. O som do seu divertimento era tão comum para mim que eu não poderia deixar de achar lindo.

   - E até as pessoas que eu confio, como Justin, Demetria e... Até a Taylor, são meio difíceis de procurar nessas horas. Eu me sinto meio mal de incomodá-los, afinal, todos eles já tem seus próprios problemas e, em geral, estão ocupados com o próprio trabalho. – meu tom pareceu um pouco lamentável demais e eu me esforcei para que minhas palavras parecerem menos piegas – E, quanto a você e a Manu, são sempre em quem eu penso primeiro, mas... Eu também tenho que pensar no fuso horário, nas horas das aulas! É complicado...
   - Acredito! – a voz de Lucas pareceu mais repreensiva do que compreensiva, de fato – Mas você sempre pode ligar para mim. Não importa onde ou quando, é só ligar e eu vou estar lá pra você!
   - Você não tem ideia de como eu senti sua falta!

   Abracei Lucas apertado, me aninhando suavemente a seu corpo. Eu já poderia sentir uma leve faísca de carência me atingindo lentamente. Mas a sensação foi diminuindo sozinha à medida que o loiro retribuía o abraço de forma protetora. Embora a sensação fosse uma das coisas que eu mais sentia saudade em relação a ele, eu não queria usá-lo para preencher a falta de Justin. Seria errado com os dois.

   - Eu senti sua falta também, pequena!

   Epa.

   O seu sorriso não foi suficiente para me distrair da verdade assim como ele pretendia. Eu tinha certeza absoluta – ou talvez paranoia excessiva – de que aquelas palavras eram apenas uma gentileza. Superando a vontade de socar a cara dele, me sentei na cama, escapando do seu abraço. Eu deveria me lembrar de ser um pouco menos óbvia, mas já era tarde demais quando eu pensei nisso. Minha expressão já estava fechada em um bico insatisfeito e eu estava matando Lucas em minha mente.

   - Sentiu nada! – resmunguei. – Você estava ocupado demais com a Miss Canadá para poder se lembrar da minha existência...
   - (Seu Nome) se eu não te conhecesse bem, diria até que está com ciúmes. – ele fez uma pausa para respirar profundamente – Ah, não. Você está!
   - Não estou com ciúmes! – bufei, irritada.

   Cruzei os braços diante de mim, impaciente, enquanto encarava a televisão, me sentindo frustrada. No filme romântico que começara a pouco, a mocinha já havia conhecido o amor da sua vida e não sabia disso. Era tão absurdamente clichê que não serviu para prender minha atenção. Por trás da minha raiva e suposta indiferença, eu podia ouvir a respiração calma de Lucas atrás de mim, assim como podia notar que ele se esforçava para não rir. Fiquei esperando durante longos minutos até que ele falasse alguma coisa em sua defesa, porém não aconteceu. Ao invés de palavras, seus braços fortes se apertaram em volta de mim por trás. Aquele era um golpe indescritivelmente baixo, mas, aparentemente, muito funcional. A irritação se dissipou depressa e meu coração amoleceu.

   - O ciúme cai tão bem em você, pequena... – sua voz era um sussurro de provocação.
   - Um olho roxo também fica ótimo em você, mas nem por isso eu estou te batendo... – ameacei indiretamente – Ainda.
   - Vai me dizer o que te incomoda tanto? – perguntou, ainda baixinho.
   - Eu não sei... – admiti. – Por que ela, hein?
   - (Seu Nome), você nem a conhece!
   - É, mas eu sei que eu não vou gostar, porque ela está tirando você de mim... – me arrependi de tais palavras logo após dizê-las. Era patético. – Se você quer saber, eu preferia muito mais aquelas oferecidas com que você ficava sempre.
   - Ei, elas não eram oferecidas... Eram garotas mais fáceis que as outras, apenas isso!
   - Garotas fáceis? – arfei, perplexa. – Caso você não lembre, você já ficou comigo... Não do jeito convencional, mas já aconteceu. Então, está me chamando de fácil também, seu corno babaca?
   - Deixa de ser boba, garota! – o riso dele foi baixo e rápido. – Você é praticamente a coisa mais complicado que a vida já me deu. O enigma mais chato e insuportável que eu já vi. Mas, talvez por isso, seja a coisa mais difícil de apenas pensar em perder ou deixar para trás. Isso seria completamente impossível.
  
   Os dedos de Lucas deslizavam delicadamente por meu braço, enquanto ele falava. Sua voz pausada fazia com que as palavras entrassem na minha cabeça e fossem repetidas internamente. Hesitei ao sentir sua mão afastar meu cabelo para o lado e, em seguida, sua respiração bateu em minha nuca, fazendo com que eu me arrepiasse. Eu não tinha certeza se ainda estava lúcida, quando seus lábios tocaram meu pescoço.

   Uma parte de mim – possivelmente uma parte descompromissada – quis virar imediatamente e permitir que a boca dele pairasse sobre a minha. Essa parte não tinha receio em cravar minhas unhas sobre a pele do loiro e se libertar para safadezas. Mas uma parte ainda maior mantinha o nome de Justin em minha mente a cada batida do meu coração. A cada intervalo que o último bombeava sangue para o meu corpo, bobeava também a saudade, que apertava, mas era a certeza de que eu não faria nada.

   - Lucas... – miei, repreendendo-o.
   - Eu sei, eu sei! – suspirou. – Você tem um namorado, você o respeita muito e blá, blá, blá... Não é isso?
   - Exatamente! Além disso, o foco dessa conversa é você e sua paixãozinha nova. Não tente me distrair, ok?
   - Eu não estava tentando te distrair! – continuou, aparentemente indiferente. – Mas se você quer tanto assim continuar a falar sobre isso é o que vamos fazer, embora você saiba que tudo isso que você está sentindo, eu sou obrigado a passar pelo mesmo... Todos os dias. Principalmente, nesses últimos.
  
   O ar escapou de meus pulmões, junto com as palavras que estavam em minha cabeça. Para falar a verdade, eu sabia o que queria dizer, mas também já estava cansada de me humilhar indiretamente. Pensei em todas as combinações de orações e períodos possíveis para dizer a mesma coisa e não fez diferença. Talvez eu não tivesse ainda muita dignidade para manter, então desisti.

   - A última coisa que eu quero é que você se machuque... – comecei, sem jeito – Mas eu não consigo evitar me sentir desconfortável com essa situação. E... Dói quando você fala dela. Parece que meu coração incha de cólera. Eu não gosto disso. Aliás, eu nem sei lidar com isso!
   - Eu sei que machuca, pequena, mas eu vou cuidar de você... Sempre!

   Lucas sorriu para mim e eu fiz o mesmo, enquanto seu abraço se apertava ao meu redor. Me encolhi sobre o calor de seu corpo e ele pareceu notar que eu estava gostando da proximidade. No filme na televisão, a mocinha afinal dava o primeiro beijo no amor da vida dela, antes que eles descobrissem que não seria tão fácil ficar juntos para sempre. Na minha vida, não havia beijo ou “juntos para sempre”. Mas eu, afinal, estava sendo resgatada pelo super homem.   
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Capítulo 51, minhas lindas :)
  E eu vou dedicar esse capítulo às minhas primeiras #TeamLucas, a @JBdocinhodcoco, @opsbrigadeirow e @it_Stephanie_. Eu espero que estejam gostando desse climinha fofo entre eles!
 
  E eu espero que todas vocês votem na enquete aí do lado e decidam qual relação de amizade te agrada mais, a com o Lucas ou a com a Manu (que está sumida, né? Mas relaxem!)
  Enfim, espero que tenham gostado do capítulo!

(A imagem do post é da PiCTURE)

4 comentários:

  1. Oie Juh! Mais um capitulo fofo dos dois, mais um capitulo perfeito! :)
    E quem disse q eu consigo escolher um "team" só? Tô morrendo de sdds da Manu, mas amo o Lucas tmb! "Eu" me dou bem com os dois, mas de maneiras diferentes!
    Maas, como tinha que escolher, eu votei no Lucas, Pq.. Pq... Sei lá! Kkk "nos" ficamos fofos juntos! <333
    Pfvr n desapareça no carnaval, tô esperando o Jus voltar! kkkk
    Beijokas <33333

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  2. #TEAMLUCAS4EVER BABY!!!

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  3. mddddddddddddddddddddddddddds kra que amor, as vezes eu penso que ela deveria ficar com o lucas, desculpa!!!!!! continua logo

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