13 fevereiro 2013

3. You Make Me Love You - Capítulo 53


Pronto para a volta



Justin's POV
  
Terminei de arrumar a mala, finalmente. Ajeitei a última peça de roupa que anteriormente estivera jogada em qualquer lugar do quarto de hotel e fechei o zíper da mala. Eu não usara nem metade das roupas que tinha trazido, mas de algum modo extremamente sobrenatural, eu havia conseguido fazer uma bagunça com quase tudo que trouxera. E agora estava lidando com as consequências de minha desorganização.

   Joguei meu corpo cansado sobre a cama e respirei fundo. Eu estava completamente exausto. O dia tinha sido tão cansativo que eu mal via a hora de voltar para casa, mesmo que eu ainda faltasse um pouco para isso acontecesse ou que eu passasse apenas poucos dias lá, ainda parecia melhor assim. Pensando que aquilo me deixava um passo mais próximo de casa, arrumar as malas nem soava tão ruim.

   O sol já estava começando a desaparecer, quando olhei pela janela. O céu já começava a adquirir um som mais escuro de azul aos poucos. Significava que era a hora de descer e, finalmente, deixar o hotel. Hora de pegar a estrada de volta para casa.

   Me levantei da cama em um pulo e me preparei para tomar as malas, pronto para deixar o meu quarto. Só então me toquei do meu celular abandonado em cima da mesa de cabeceira, ao lado das chaves. Suspirei ao me lembrar de que, a essa hora, eu tinha uma namorada muito estressada, que possivelmente faria um drama terrível sobre como eu me esquecera dela e também da minha promessa de ligar. Dessa vez, eu concordo. Eu havia sido mesmo um pouco negligente quanto a minha palavra, mas a culpa não era minha.

   Com pressa, peguei o celular nas mãos e com apenas alguns toques, fiz a ligação para a (Seu nome) – o número dela ficara, em geral, em destaque. Demorou alguns segundos, até que eu fosse ignorado. Ninguém atendeu e eu tive que tentar novamente. E de novo. Apenas na quarta tentativa, obtive resultado. Uma voz ecoou do outro lado da linha, mas não era bem o som que eu esperava.

   - Alô? – a voz masculina soou milhares de vezes mais irritante e desagradável do que eu achava que poderia ser.
   - Lucas? – perguntei, ainda com esperanças de que fosse algum problema no celular, na ligação ou, sei lá, no meu ouvido.
   - Sim, sou eu. – confirmou, não parecendo nem um pouco disposto a prolongar aquela conversa. – Eu sei o que você está pensando, então se dê por satisfeito por eu estar te dando a honra de poder ter uma conversa comigo.
   - Onde está a (Seu Nome)? – continuei, ignorando seu comportamento ridículo.
   - Ela... – a pausa dele foi bastante longa, o que me fez ter certeza que qualquer coisa que ele dissesse em seguida seria uma grande mentira – Ela não está com vontade de falar com você! Desculpa, você deveria ligar mais tarde...
   - Ei. Ei. Espera! – disse, depressa. – Passe o celular para ela!
   - Primeiro, não fale comigo como se você tivesse algum direito de ao menos tentar me dar uma ordem. E, segundo, ela é sua namorada e se ela não quer falar com você, deve ser por causa de algo que você fez. Então, poupe sua voz e não me culpe por algo que foi causado por você mesmo...
   - Você poderia parar de falar! – rosnei, perdendo a paciência. – Você precisa fazer uma coisa que é extremamente simples até para um ser sem cérebro como você. Olha, é só pegar esse aparelho que está perto do seu ouvido e passá-lo para a única garota presente na casa. Alguma dúvida?
   - Sim, eu tenho uma... – falou, pausadamente. – E se eu não quiser? Vai fazer o quê? Me bater? Ou pior, começar a cantar com sua voz de vitrola emperrada? Não, por favor, isso não. Seria tortura demais para mim...  

  Já estava prestes a desligar a ligação, quando algo diferente do sarcasmo insuportável daquele garoto, me chamou atenção. A voz suave e baixa – parecendo possivelmente fraca – soou um pouco distante, mas ainda assim, pude ouvir as palavras com clarezas e ter a certeza de que não era menos do que eu esperava.

   - Lucas? Por que você está gritando, hein?
   - (Seu nome)? – perguntei, mais para ser notado do que pela dúvida, afinal, eu tinha total certeza.
   - Nada demais, pequena! – a voz de Lucas também pareceu mais distante, como se ele tivesse afastado o celular – Desculpa ter te acordado.
  
   Acordado? Que estranho, eu pensei que a minha namorada não estivesse querendo falar comigo, sabe, senhor dono da razão? Quem precisa de coerência quando se é um grande idiota, hein?

   - Com quem está falando? – perguntou (Seu nome), a voz angelical fazendo minha atenção voltar a se focar na conversa.
   - Ninguém importante! – continuou Lucas, dirigindo-se só à minha namorada – Aliás, eu já deveria ter desligado...
   - Ei! – berrei, esperando que alto o suficiente para ser ouvido ao longe.
   - Lucas... – seu tom repreensivo me fez duvidar se ela tinha ouvido meu protesto.
   - Tudo bem, então... – ele suspirou, ainda mantendo o celular longe do alcance total de sua voz. – É o seu namoradinho idiota. Feliz?
   - O quê?

   Após o grito surpreso de (Seu Nome) – que ouvi sem muitas dificuldades –, a ligação chiou um pouco, emitindo ruídos estranhos e me fazendo estranhar aquela situação. Um minuto depois, escutei um resmungar baixo que não consegui identificar, um suspiro e, em seguida, um “me dá logo isso”. Respirei fundo, enquanto minha impaciência lutava arduamente contra a minha vontade de escutar a voz da minha princesa.

   - Justin? Você ainda está aí? – era ela.
   - (Seu Nome) está tudo bem? – perguntei, aliviado por finalmente falar diretamente com ela.
   - Claro! – confirmou ela e, por um segundo, eu a imaginei segurando um sorriso, enquanto falava – Eu só... Tive dificuldades para conseguir pegar o meu próprio celular, sabe? É isso que acontece quando não adestramos corretamente nosso animal de estimação.

   Houve uma pausa lenta, enquanto (Seu Nome) gemia baixinho, provavelmente após uma reação inesperada de Lucas. Apesar disso, precisei concordar mentalmente com suas palavras. Nenhuma termo seria melhor para descrever o melhor amigo da minha namorada do que “animal”. Como eu nunca pensei nisso antes? Bom, eu já havia pensado sim, mas evitava dizê-lo para não deixá-la irritada.

   - Sei como é... – continuei, concordando indiretamente – Mas, vamos falar de coisas boas, como você está, hein?
   - Sinceramente, não sei. – seu suspiro pareceu pesado e eu imitei a ação, involuntariamente – Meu namorado se esqueceu da minha existência e permaneceu sem dar sinais de vida durante um longo período, enquanto eu ficava aqui, sozinha e abandonada. Mas, tirando isso, tudo está ótimo. Eu estou pensando em arrumar um escravo para namorar, só para ter certeza de que alguém vai se importar comigo!
   - Não seja dramática! – ri, embora estivesse sem graça diante de suas acusações – Eu não me esqueci da sua existência, ok? Eu permaneci ocupado durante o dia todo ontem e hoje também, princesa. Mas isso não significa que eu não tenha pensado em você o tempo inteiro. Eu te amo e sinto muito não ter mantido contato...
   - O que temos aqui? Você se empenhou em fazer um pedido de desculpas convincente dessa vez, utilizou até um “eu te amo”. – a ironia que ela tentara usar saíra um tanto falha, devido a sua possível vontade de rir – O que é isso, hein? Culpa eminente ou medo de que eu te espanque quando chegar em casa?
   - A segunda opção. – afirmei, rindo. – Você sabe... A prática leva à perfeição e eu estou ficando realmente bom, nesse negócio. Então, o meu pedido de desculpas ficou bem elaborado dessa vez. Serve para você?
   - Bem... – a pausa dela foi apenas um suspense – E eu tenho escolha?
   - Na verdade, não.
   - Então, acho que você está desculpado!

   Sorri ao escutar o tom da risada baixa dela pelo celular. Segundos depois, o silêncio já havia pairado na ligação e eu notei tarde demais. Eu tinha me perdido, sem querer, entre pensamentos sobre o que tinha sido me dito há alguns minutos. Me preparei para voltar a falar, antes que minha namorada começasse a achar que eu tinha a abandonado até desse jeito.

   - (Seu Nome), posso fazer uma pergunta? – falei, só para quebrar o silêncio, tentando não se direto demais.
   - Além dessa, acho que sim!
   - O que você estava fazendo quando Lucas atendeu seu celular? Você não estava me evitando, não é? – perguntei, só por segurança.
   - Claro que eu não estava te evitando, Justin! – assegurou – Eu estava dormindo, ok? Acredite ou não, mas sua namorada também fica cansada, ás vezes...
   - E... Por que você estava tão cansada?
   - Justin Drew Bieber, está suspeitando de mim? – o tom de voz dela se elevou, aparentando incredulidade – O que você acha que eu fico fazendo em sua ausência, hein? Eu não sou depravada igual você, não, sabia?
   - Primeiro, eu não sou depravado, (Seu nome)... – esclareci, sério – E, segundo, foi só uma pergunta, mas se você ficou tão nervosa. Bom, isso faz parecer que você tinha realmente algo a esconder.
   - Se você não estivesse seguro por esta distância, eu provavelmente te daria uma tapa na cara! – resmungou – Eu dormir apenas pelo tédio excessivo, ok, senhor suspeita?
   - Tudo bem, então. Não sou tão desconfiado assim, mas ajudaria muito se o seu amiguinho aí parasse de atender ao seu celular...
   - Vamos parar de falar disso, ok? Só por precaução... – ela suspirou – Mas, e quanto a você, vai voltar para casa essa noite?
   - Esse é o plano! Por quê? Você está com saudades de mim?
   - Eu? Saudades? Eu nem sei o que é isso, garoto! Me poupe!
   - Bom, se você não sente minha falta, talvez eu possa ficar aqui por mais um tempo, hein? – chantageei, já esperando um resultado favorável.
   - O quê? Por quê? Tem alguma amante aí, é?
   - Bom, talvez se você dissesse que sente a minha falta... – sussurrei.
   - Ok, Justin! – ela bufou, descontente. – Eu... Sinto a sua falta, está bem? Feliz agora ou espera que eu beije seus pés também?

   Ri, satisfeito por ela não poder me ver no momento. Afinal, eu parecia um bobo, parado ali no meu quarto de hotel. A verdade é que era eu quem sentia mais falta de alguém ali. Não uma falta absoluta, porque eu já havia me acostumado a ficar longe dela, por mais tempo que isso. Mas, sim, de pequenas coisas, como a possível careta que (Seu nome) estava fazendo, somente por ser obrigada a admitir aquilo.

   - Bom, se o caso é esse... Acho que alguém tem que pegar a estrada hoje! – falei, encenando como se fosse um grande sacrifício.
   - Se esse “alguém” não quiser que eu encomende a morte dele, bem, tem!
   - Já entendi, futura psicopata! Então, acho melhor eu desligar agora, antes que alguém com uma faca atrás de mim me mate, não?
   - Não... – ela miou baixinho, quase soando arrependida – Ninguém vai te matar, mas não desliga, ok? Você me abandonou durante muito tempo para telefonar uma vez rapidinho e tudo estar bem?
   - Eu sei, sou culpado, mas... Se eu não desligar, como eu vou poder voltar para casa, hein? Eu não posso falar no celular e dirigir. É ilegal, além de não ser nada seguro...
  - Já entendi... Se é assim, boa viagem!
 
  Eu tinha certeza absoluta que (Seu nome) não estava tão feliz assim em ter que desligar, mas ela também enlouqueceria se eu demorasse muito mais para chegar em casa. Além disso, aquele quarto de hotel, apesar bastante confortável, já estava me deixando um tanto quanto entediado, embora eu tivesse passado o mínimo tempo possível ali dentro.

   - Estarei aí em breve... – assegurei. – Te amo!
   - Eu também te amo... Só que mais. – houve um suspiro baixo. – Tchau...

   Desliguei a ligação, rapidamente, e coloquei o celular no bolso da calça. Em seguida, peguei as malas e me certifiquei de que não havia deixado nada para trás, antes de sair do quarto. O elevador pareceu demorar uma eternidade, enquanto eu esperava impaciente no corredor, quase rezando para que nenhum funcionário do hotel aparecesse. Eu não queria escutar mais uma gentileza excessiva sobre o motivo pelo qual eu estava carregando as minhas malas, já que eles poderiam fazê-lo por mim. Eu tinha duas mãos perfeitamente boas, então era óbvio que minhas malas eram minha responsabilidade.

  Ao finalmente chegar ao saguão, quase corri até a recepção, ainda receoso de que algum funcionário achasse meu comportamento desnecessário. Eu podia claramente sentir os olhos de outras pessoas nas minhas costas, enquanto eu me apressava, louco para deixar o local. Felizmente, o recepcionista foi bastante eficiente ao realizar o meu check-out e eu não economizei em elogios apenas para poder encerrar aquilo mais cedo. Porém, como nem tudo é perfeito, eu tive que passar por uma insistência chata, onde eu acabei cedendo a chave do meu carro, para que algum funcionário fosse pegá-lo na garagem e estacioná-lo na frente do hotel para mim. Nem um pouco desnecessário, hein?

   Enquanto me dirigia despreocupado para o lado externo do hotel, uma menininha correu em minha direção. Ela não parecia ter mais que cinco anos de idade e abraçou minhas pernas assim que me alcançou. Sorri, colocando as malas de lado e pegando a pequena garotinha no colo. Só depois de já estar fazendo graça para a mesma rir, que eu notei um grito desesperado chamando por “Ally”, a uma considerável distância.        
 
   Assim que a tal mulher chegou até nós, ela encarou a menina em meu colo com uma expressão nada agradável, fazendo a mesma se encolher em meu colo, escondendo o rosto em meu ombro e depois voltando a olhar para a moça.

   - Mamãe, quero foto! – pediu ela, a voz baixa e doce.
 
   Só então a mulher diante de mim pareceu notar minha presença e seus olhos se arregalaram. Ela começou a falar compulsivamente. Primeiro, sem acreditar que era eu mesmo ali. Depois, se apresentou e eu descobri que seu nome era Madison e sua filha se chamava Allison – mas isso já dava para supor – e era completamente apaixonada por mim. Por fim, tirou algumas fotos e eu não me importei em fazer várias poses com a pequena.

   Infelizmente, um pouco mais cedo do que eu esperava, Madison acabou e se apressou em tirar sua filha de meus braços, explicando para ela como já estava na hora de se preparar para dormir. Que absurdo! Eu estava me divertindo, não havia problema a Allison ficar comigo mais um pouco. Viajar comigo. Morar comigo. Ser meu treino para quando eu for pai e... Bom, talvez, não fosse tão bom assim. Jazzy surtaria de ciúmes de ter que me dividir com mais alguém.

   Quando, afinal, as duas começaram a se afastar, enquanto Allison continuava a olhar para mim, eu voltei o foco ao meu caminho inicial. Pegando as malas – antes que alguém do hotel as furtasse e levasse para o meu carro antes de mim –, eu me dirigi para fora do hotel, novamente.

   Já havia um funcionário parado ao lado do meu carro, esperando por mim quando cheguei à porta do hotel. Me sentindo um pouco culpado por tê-lo deixado esperando, corri para não prendê-lo mais ali e lhe dei uma gorjeta, após receber minhas chaves em mão. Depois, arrumei as malas nos bancos traseiros do carro, antes de entrar no mesmo, com calma, me certificando de que tudo estava exatamente como antes. Eu não queria parecer arrogante, mas o meu carro era um dos meus bens materiais mais preciosos e eu provavelmente teria um infarto se alguém o danificasse.

   Somente quando notei o homem que guardara o veículo retornado para o hotel, sai dali, acelerando no asfalto, ansioso para voltar para casa. Embora eu tivesse ciente de que ainda havia pessoas desagradáveis sobre meu teto, (Seu nome) estava lá, esperando por mim. Esse pequeno, mas importante detalhe fazia todo meu esforço de ter que ir e voltar duas vezes valer a pena. Afinal, se fosse para estar com ela nada parecia demais.
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Capítulo 53, lindas da minha vida!
  Então, eu sei que eu atrasei um pouco para postar esse, saindo da rotina "post dia sim, dia não", mas foram por conta de coisas do próprio blog, que eu estou tentando melhorar.
  Enfim, o capítulo de hoje é dedicado para a @bealrightts :)
  (Eu juro que vou voltar a fazer isso, eu sempre falo a mesma coisa, mas é porque a lesada aqui demora tanto para terminar um capítulo que quando vai postar, esquece para quem vai dedicar. Sou lerda mesmo.)
  Por agora, espero que tenham gostado e, sim, o trecho que eu postei ontem no twitter foi uma tentativa de trollagem, mas... Podem ir se despedindo desse clima melosinho, tá? Ele já deu o que tinha que dar... E junto com a melação, preparem-se para despedir da terceira temporada, gatinhas! Pois é...

(A imagem do post é da Amalia Nurfallah)

3 comentários:

  1. Carol (@JustinBaldwin)13 de fevereiro de 2013 às 16:02

    Justin, pé no acelerador q eu tô morrendo de saudades! ashuashuahsuahsuahushua N tenho o q falar n, mais um capitulo bem escrito e fofo pelo encontro de Justin com a Aly!
    Isso mesmo, volte adedicar os capitulos dona Julianna! as julilovers sentem falta disso! :)
    Bjkas! <3

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  2. Leitora nova u.u eu estava lendo a IB desde o cap 1 e ja xeguei ate aki (yeah) so qero dizer q to amando mtmt mesmo .. Ta perfeita ... Tomara q o justin chegue logo .. Ai to com uma raiva do lucas fikar implicando com ele kk ... Bjs

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  3. Aaah serio cansei do lucas, ele é muito mimadinho, faz esse garoto voltar logo pra onde ele n devia ter saido. Ele sempre atrapalha. Justin ta voltaaaaaaando pra casa, vou estar a espera dele. Beijo

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