15 fevereiro 2013

3. You Make Me Love You - Capítulo 54



Uma notícia de cada vez...


Belieber's POV
  
A hora passou tão arrastada que eu mal conseguia me conter de ansiedade, quase quicando no sofá, já que a programação da televisão era maçante demais para aprender minha atenção por muito mais que um minuto. Apesar disso, Lucas ainda permanecia ali, ao meu lado, completamente disposto a continuar me importunando e retirando a minha concentração do que importava de verdade: esperar Justin e não morrer antes que acontecesse.

   Aliás, eu nem sequer sabia porquê estava tão ansiosa. Eu já tinha me acostumado a ter que esperá-lo ou a sentir falta, mas agora parecia diferente. O único significado concreto que eu via para isso era que Justin, com certeza, havia aprontado alguma coisa enquanto estivera em Los Angeles e seria algo que eu teria que escutar quando ele chegasse. Ou poderia ser algo que ele ainda fosse aprontar.

   Tentei me concentrar em algo que não fosse meus pensamentos embolados, mas não havia nada ali capaz de fazer isso por mim, exceto Lucas. Fixei minha atenção na imagem do meu melhor amigo. Sentado no sofá a uma pouquíssima distância, parecendo completamente distraído, ele deslizava os dedos pela minha perna, absorto em um possível desenho imaginário que pudesse estar traçando ali. Me esforcei para não rir da sua atenção, mas não fui tão discreta. Lucas olhou para mim, com uma expressão que misturava susto e surpresa.  

   - O que foi? – perguntou.
   - Eu só estava pensando se você já acabou, porque minha perna está começando a ficar dormente... – disfarcei, sorrindo.
   - Vou fingir que acredito nessa sua desculpa ridícula... – ele revirou os olhos, parando de brincar com o nada. – Pode tirar essa sua perna gorda daqui!
   - Gordo vai ser o impacto da minha mão na sua cara... – ameacei, me endireitando no sofá, irritada por suas palavras.
   - (Seu nome), você não conseguiria bater em mim, nem se quisesse! – continuou ele, presunçoso.
   - Cala a boca, idiota! – resmunguei, insatisfeita comigo mesma por saber que era verdade – Se eu não estivesse tão entediada, te colocaria para dormir lá fora. Mas... Preciso de alguém para me entreter.
   - Te entreter até o seu namoradinho chegar, não é?
   - Você pode parar de falar “namoradinho” quando for se referir ao Justin? – pedi, chateada, mas ainda incapaz de ser autoritária. – Isso faz com que eu me sinta uma criança no jardim de infância.
   - Para mim, você é.  – esclareceu ele, como se tivesse ao menos um pingo de razão. – Assim como o Justin é praticamente um pedófilo!

   Suspirei, sem paciência para mais um debate sobre o meu relacionamento. Exagerei na expressão mais dócil que conseguia, apenas para deixar claro o meu interesse nulo em levar aquilo adiante. Aparentemente, Lucas percebeu minha mudança depressa, embora não parecesse tão feliz assim com isso. Eu não sabia como, mas parecia que eu tinha algum tipo de imã para pessoas que gostavam de discutir.

   - O que você quer que eu faça por você, hein? – indagou, rendendo-se a minha meiguice planejada.
   - Continue a conversar comigo. O silêncio me cansa... – pedi, esforçando-me para deixar a voz tão arrastada quanto possível – E quando eu digo conversa, não é nada relacionado à sua desaprovação quanto ao meu namoro, ok?
   - E o que eu não faço por você, hein? – ele se endireitou no sofá, virando sutilmente para mim – Me fala sobre o que você quer saber agora...

   Precisei de um minuto. Eu não sabia bem sobre o que queria que ele me contasse no momento, afinal, acho que não havia nada que eu ainda não tivesse perguntado. Mas precisava profundamente que ele mantivesse minha mente ocupada com palavras, para que assim eu evitasse ter que lidar com o meu silêncio novamente e acabar voltando minhas energias para a dor que a saudade de casa me provocava.

   Só naquele dia, eu já havia escutado sobre cada aula do Lucas e seus devidos professores. Sobre cada momento importante desde que ele chegara lá. Sobre cada festa que ele havia frequentado. Sobre cada centímetro de cada corredor do colégio. Eu tinha sede de conhecer tudo o que ele tinha feito, mas apenas o que ele me contava sobre seus dias não era suficiente. Eu queria mais...

   - E quanto à Manu? – arrisquei, chegando finalmente a algo pelo qual eu não o havia questionado. Não particularmente, pelo menos.
   - O que você quer saber sobre ela que ainda não saiba? – falou, sua voz era um sussurro baixo, quase como se ele estivesse com preguiça de falar.
   - Eu sei lá! – suspirei, sincera – O que você pode me contar ou, pelo menos, acha que pode...
   - Bom... Que tal saber o quanto sua melhor amiga é completamente igual a você? – o olhar de Lucas deixou claro que ele não falava aquilo sem propósito – Sabe que, assim como você, ela parece depender do namorado?
   - Primeiro, você é ridículo! Mas eu não vou deixar que você me atinja assim tão facilmente... – para dizer a verdade, não foi tão fácil me controlar, quanto tentei transparecer – E, segundo, o que você quer dizer exatamente com isso, hein?
   - Nada demais, oras. Você que desconfia muito de mim, mas, para sua informação, eu quis dizer apenas que ela sempre está com o Ryan, sempre. Nos finais de semana, quando temos todo o tempo livre, Manuela fica o dia inteiro com o Ryan. É muito raro ela sair com as amigas e mais raro ainda lembrar a minha existência. Sério, até parece que eles nasceram grudados. 
   - Lucas Barros, eu particularmente só vejo duas possíveis causas para essa sua negatividade. Ou você está com ciúme, assim como tem ciúmes de tudo que te pertence – meu tom era uma clara provocação – Ou está ficando amargo, devido ao fato de não ter uma namorada.
   - Bem, eu não sei se você se lembra, mas eu nunca precisei de uma namorada para me divertir!

   Considerei suas palavras como um convite para me calar. Eu gostava bastante de provocar Lucas quanto a isso, até porque nada dessa história de ele estar apaixonado me agradava. Mas, ainda assim, magoá-lo era algo que eu me recusava a fazer. Mas do que isso, era algo que eu jamais me perdoaria se o fizesse.

   Dando um tempo para que novas questões se acumulassem em minha cabeça, peguei meu celular, abandonado em cima da mesa de centro, e comecei a me distrair apenas com a foto que eu usava de fundo. Ao meu lado, meu melhor amigo se ocupava com o controle remoto, passando pelos canais de televisão sem parecer buscar nada de especial. Foi apenas depois de ouvir uma voz feminina pausada e imparcial sendo emitida por toda a sala – sem realmente me importar em prestar atenção a qual programação era aquela –, que me peguei impaciente mais uma vez.

   - O Justin já não deveria ter chegado? – perguntei, ansiosa – Já faz bastante tempo desde que ele me ligou e disse que já estava saindo. O caminho não é tão longo para esse tempo todo, não é?
   - Você realmente acha que eu me importo com isso?
   - Eu tenho certeza que não, mas deveria. – o repreendi indiretamente, mas Lucas apenas revirou os olhos em reação às minhas palavras – Afinal, considerando o fato de que eu sou sua amiga, você deveria ao menos se dar ao trabalho de me distrair, enquanto eu espero para não morrer de ansiedade, não é?
   - O que foi? Você quer conversar mais? – seus olhos se estreitaram rapidamente e ele bufou – Outra coisa que você tem em comum com a Manuela. Vocês duas adoram falar, não é possível. Vocês não cansam, não? A garganta não fica seca?
   - Não, não fica. – respondi, inflexível – Eu tenho direito de saber o que eu quiser e para isso eu tenho que me comunicar. Posso? Então, a Manu se adaptou bem lá?
   - Claro, por que não se adaptaria? Ela ama o Canadá e... É a Manuela, uma das pessoas mais comunicativas e extrovertida do mundo!
   - É, eu sei, mas... Achei que, pelo menos nos primeiros dias, não seria assim tão fácil para ela. Achei que ela fosse sentir minha falta!
   Lucas não respondeu, apenas assentiu e virou sua atenção para a televisão novamente. Eu até poderia achar que aquilo era apenas uma resposta para sua falta de vontade de investir em algum diálogo, mas eu sabia que não. Algo em seu comportamento me impediu de pensar assim. O seu desconforto com as minhas suposições era evidente. Pior que isso, era patético o modo como ele tentava esconder algo de mim, sabendo que não conseguiria ser tão discreto.

   - Lucas...
   - (Seu nome)... – era só uma tentativa de me distrair.
   - Vai me contar ou não? – tentativa esta que não deu tão certo.

   Ele arfou. Sua expressão corporal se suavizando lentamente, talvez porque ele mesmo estava forjando isso, mas não tinha como saber. Esperei. Eu tinha certeza de que Lucas não conseguiria aguentar meu olhar sobre ele por muito tempo. Uma hora, ele teria que falar o que quer que fosse que estivesse escondendo de mim.

   Passou um minuto. Depois dois. Precisei me esforçar infinitamente para não transparecer nenhuma ansiedade, porque se eu o fizesse, Lucas aproveitaria da minha fraqueza para tentar desviar minha concentração. Assim, continuei a me esforçar discretamente, enquanto quase mordia a língua para evitar falar demais... Ou, em outras palavras, choramingar, implorando para que ele me contasse o que estava errado.

   - Bom, você disse para eu te contar apenas o que eu pudesse... – começou ele, parecendo meio inseguro – E isso não faz parte desses termos!
    
   Respirei fundo, contendo a vontade de sambar na cara dele, enquanto cantarolava o quanto ele era fraco, como não conseguia ficar calado sobre algo que não deveria ser dito e como eu havia vencido aquela pequena batalha. Eu sabia que havia o pequeno detalhe que até o momento, ele não havia deixado claro que iria me dizer algo, mas no meu interior, eu tinha consciência de que aquilo era uma introdução antes que ele começasse a relatar o que eu queria.

   - Esqueça os termos! – exclamei, exaltada – Solte o que você sabe, ok?
   - Se a Manuela me matar, a culpa será exclusivamente sua! – resmungou, meio contrariado – Eu não deveria te contar, mas não acho que seja algo muito comprometedor...
   - Comece quando quiser... Tipo, agora!
   - Como quiser, alteza! – ironizou ele, antes de afinal começar. – Bom, a verdade é que talvez a Manu não tenha se saído tão bem. Pelo menos, não nos primeiros dias. As pessoas de lá são bastante receptivas, mas ela teve dificuldades de se enturmar, talvez pelo medo de estar em um país novo, praticamente por contra própria. Ela ficou um pouco fechada nas primeiras semanas, mas ela é a Manuela. Não durou muito!
   - Bem, se a situação é tão simplória quanto você faz parecer com essa meia dúzia de palavras... Por que você relutou para me contar de início, hein?  
   - Porque eu sabia que você surtaria com o que isso significava...

   Arquejei, esperando. Eu sabia que não gostava de ouvir sobre isso, afinal, pensar na Manuela mal parecia uma cena meio surreal na minha cabeça. Para mim, ela era como um pedaço de sol que caiu na Terra por acidente e vivia radiante a espalhar sua felicidade e histeria pelo mundo. Pensar em algo que pudesse atingi-la de uma maneira negativa parecia ter que pensar em algo vindo de outro extremo do universo. Ainda assim, eu não conseguia juntar todas as peças e identificar o que aquilo significava. Talvez porque eu não tivesse peças suficientes, afinal, essa história parecia cheia de buracos, perguntas que provavelmente não seriam respondidas, como... Por que ela não queria que eu soubesse disso? Por que ela não me ligou quando aconteceu?    
                    
   - Eu particularmente acho que esse foi o momento em que ela mais precisou de você... – Lucas fez meus pensamentos voarem para longe, me chamando de volta para onde estávamos – Quando ela ia até o meu dormitório para passar a noite comigo, eu sabia que seria melhor se você estivesse ali.
   - Espera! Nesse tipo de colégio, não tem uma regra sobre meninas em dormitórios masculinos até tal horário?
   - É só uma regra, (Seu Nome)... Não uma lei!
   - Ok, você está certo. Desculpe! – suspirei. – Então, você estava dizendo...?  
   - Eu sugeri que ela te ligasse, porque era muito mais fácil você saber lidar com isso do que eu. Mas ela se recusou a fazer isso. Achava que você estaria muito ocupada e a última coisa que queria era te fazer surtar por, segundo ela, “coisas bobas”. Manuela se importa com você. Ela jamais faria nada que desse prejudicar 1% de qualquer coisa que você goste.
  
   Assenti, atônita. Então, aparentemente, minha melhor amiga não havia esquecido que eu existo, ela havia pensando em me procurar, mas não achava que podia comprar essa ideia. Aliás, o que essa menina tem na cabeça? Que tipo de droga ela passou a tomar quando viajou para começar o intercâmbio? Como o lado retardado dela havia aumentado tanto, a ponto de ela acha que uma simples ligação iria me atrapalhar? Ou pior, que ela me atrapalharia? Será que ela ainda sabia que era minha melhor amiga? Sabia que eu seria capaz de parar o que estava fazendo apenas para ir atrás dela se fosse preciso?

   - Quer saber? – explodi, por fim – Você tem razão! Eu iria surtar mesmo. E, mais, eu vou ligar para ela, agora mesmo!

   Antes que eu pudesse começar a procurar o número dela no meu celular, o mundo pareceu girar em minha cabeça e, então, minhas mãos ficaram vazias depressa. Ouvi o barulho de algo se chocando contra o chão, antes de perceber a dor extrema em minhas costas. Do sofá, eu agora estava sobre o carpete da sala, me queixando de dor, enquanto Lucas rodava o meu aparelho telefônico entre os dedos. Seus olhos assustados foram a única coisa que me impediram de partir para cima dele, assim como meus instintos assassinos pediam.

   - O que foi isso? – rosnei, me levantando.
   - Desculpa. Eu sinto muito mesmo! – a expressão dele parecia realmente arrependida, mas ainda assim eu me perguntava se deveria confiar nisso. – Não era bem para você cair, eu só queria pegar seu celular. (Seu Nome), você não pode deixá-la saber que eu te contei...
   - Mas, Lucas, eu tenho que ligar pra ela. Eu tenho saber se ela está bem e tirar satisfações, afinal, essa história de ela evitar me procurar é um absurdo! – defendi meu argumento, enquanto voltava ao meu lugar no sofá.
   - Tudo bem, então. Mas só para sua informação, se você fizer essa ligação, eu nunca mais volto para o colégio. Nunca mesmo. Eu saio daqui e, sei lá, fujo para alguma floresta do mundo. Mas eu não volto para viver no mesmo teto que Manuela, correndo o risco de ser assassinado enquanto durmo. Caso você não saiba, sua amiga continua a mesma morena psicótica de antes...

   Respirei fundo, tentando convencê-lo com a expressão mais amável que consegui pensar no momento. Mas minha tentativa caiu no vazio, quando Lucas permaneceu sustentando meu olhar, sem se deixar amolecer. Decidi parar assim que notei o quanto não era justo o que eu estava fazendo. Afinal, Manuela era mesmo um pouco... Eu sei lá. Mas ela tinha uma tendência psicopata. Nada que não pudesse ser controlado, matando-a alimentada, satisfeita e amada. Porém, eu não tinha certeza se ela ficaria tão satisfeita ao ter consciência do que Lucas me contara e, considerando o fato de que a segurança do meu amigo estava em jogo, eu tinha que ser flexível.

   - Tudo bem! – me rendi – Eu não vou ligar para a Manu, mas você poderia, por favor, me dá o meu celular, Lucas?
   - Promete que não vai ligar? – sua carinha inocente me comoveu.
   - Prometo!

   Lucas me devolveu o celular, após um rápido momento de hesitação. Eu sabia que não poderia me distanciar de minhas palavras, mas precisava me comunicar com a Manuela de algum jeito, apenas para deixar claro para aquela teimosa, que eu sempre estaria pronta para ajudá-la, não importava a situação. Eu nem precisei pensar muito para chegar a uma ideia, porque indiferente ao tempo que passava, eu sabia que o vício de Manu sempre seria o mesmo: Twitter.

   Fiz login pelo celular – sem a mínima vontade de subir ao meu quarto e pegar o notebook, embora tempo não me faltasse – e esperei alguns longos segundos, até ser capaz de visualizar minha timeline. Como sempre, a última estava extremamente movimentada por uma histeria usual. Demorei alguns segundos até formular algo decente em minha cabeça e, então, twettei, por fim.

   “ @manuoliveira Eu sinto tanto a sua falta. Te amo, chata, e espero que possamos nos ver logo!”

   Não esperei resposta, afinal, não tinha como saber quanto tempo aquilo poderia demorar. De qualquer maneira, eu estava animada demais – talvez pelo excesso de intensidade – para apenas parar e observar tweets alheios. Eu até pretendia responder alguns fãs e dar RT em algumas coisas aleatórias, mas ainda assim, eu precisava recuperar o tempo em que passara sumida.

   “Dia tedioso. Esperando que entreguem amor em casa haha Mas eu também preciso de um tempo com vocês”

   Só então, depois do meu momento casual, notei algo diferente na minha timeline. Os tweets continuavam a aparecer depressa, à medida que ela ia atualizando sozinha, mas havia algo incomum. Uma urgência maior. Eu não estava conseguindo ler nada até o final, mas conseguia distinguir claramente um certo desespero em meio a tantas letras maiúsculas e tags confusas. Queria buscar algo específico que pudesse me trazer respostas, mas não foi necessário.

   Finalmente, a voz feminina e imparcial, que eu percebi tarde demais que fazia parte de um telejornal, chamou minha atenção. O som ecoava pela sala, mas eu mal conseguia entender a mensagem que ela estava passando. De repente, o desespero já não estava apenas em uma rede social qualquer, mas sim ecoando por cada célula do meu corpo, enquanto eu tentava juntar os poucos termos que eu conseguia distinguir. Justin Bieber. Carro. Acidente. Gravemente.

   Tentei continuar com a minha atenção na tela da enorme televisão. As imagens estavam confusas, tremidas, mas eu sabia que não era algum efeito da minha cabeça. Parecia um vídeo amador. Estava escuro, mas havia luzes piscando ao fundo. Um ruído fraco ecoava, embora eu não soubesse se vinha da gravação ou eram apenas meus ouvidos tentando me poupar. E, no meio de toda a confusão, o carro vermelho ao lado do branco virou o foco do meu olhar por cima de tudo. Dava para ver partes de uma maca, mas não quem estava nela.

   A imagem começou a ficar mais embaçada aos poucos. Me virei instintivamente para o lado, procurando algum ponto de apoio, mas a visão turva ainda permaneceu. Foi após uma piscadela que eu senti o líquido em meus olhos transbordar e molhar lentamente minhas bochechas. Com um pouco mais de claridade para enxergar, eu pude ver a expressão cautelosa de Lucas, enquanto ele me fitava. Algo realmente estava errado.    
  
   Tentei, com todas as minhas forças, formar alguma frase coerente, pedir alguma cosia ao loiro ao meu lado, mas nem uma palavra saia. Eu tinha certeza que não esquecera como falar, mas talvez a falta de ar estivesse tendo algum efeito sobre isso. Todas as minhas vias respiratórias pareciam estar fechadas, enquanto eu lutava para realmente sentir o ar entrar em meu sistema. Sabia que o meu comportamento era semelhante ao de um asmático, mas nem as contrações do meu corpo eram involuntárias.

   - Eu sei, eu sei... – a voz de Lucas chegou fraca aos meus ouvidos – Eu vou te levar até lá, mas, por favor, mantenha a calma! Vai ficar tudo bem...

   Eu não sabia exatamente onde “lá” significava, mas não fazia diferença. Lucas provavelmente conseguira captar mais informação do que eu fui capaz. Mesmo que não fosse esse o caso e ele quisesse me levar para um lugar completamente desconhecido, não havia nada que eu pudesse fazer, além de confiar nele. Eu mal conseguia sentir o meu corpo, quanto mais protestar contra alguma coisa. Eu não conseguia falar, quanto mais pedir explicações. Eu simplesmente não conseguia pensar.

   Lucas colocou meu braço em volta de seu pescoço e contornou a minha cintura, sustentando todo o meu peso com a sua força, já que meus ossos haviam se transformado em espuma, me impedindo de andar por mim mesma. Não conseguia distinguir para que direção da casa estávamos indo. Minha cabeça girava completamente desnorteada, enquanto meu coração doía a cada batida, como tivesse se esforçando para me manter viva. Além desse desconforto constante, havia a dor de sentimentos incomuns que estavam me dominando com uma intensidade absurda. Preocupação. Medo. E, principalmente, vazio.
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Então, capítulo 54, gatinhas :)
  Uhhh... Vejo um drama começando? Ou talvez não? Não sei, posso pensar sobre isso. Ou talvez eu já tenha pensando e decidido exatamente o que fazer... Mas vai saber, é tudo tão confuso! skaopskaposkaoks Parei.
  Então, amores, o capítulo de hoje será dedicado para a @gotsdrew, simplesmente porque... ELA É A ANIVERSARIANTE DO DIA (e minha velhaca boba hahaha Uma velhaca que é mais nova do que eu, mas ainda assim.). Então, corre lá e dá parabéns para ela, vai. Por mim! (:
  E, Quel, se você estiver lendo isso (eu sei que está), parabéns de novo, gatinha. Tudo de bom para você, muito swag na sua vida, muito "eu" na sua vida, porque eu brilho like diamonds in the sky hahahahaha
 
  E, outra coisa, cadê minhas nenéns, hein? Vocês estão tão sumidas aqui. Eu sei que a maioria já voltou às aulas, mas... Quando arranjarem um tempinho, venham dizer um "oi para Juh", venham me dizer o que estão achando da história. Vocês sabem que o meu coração é carente de atenção e ainda me abandonam? hahahahah
  Enfim, por hoje, é isso! Espero que tenham gostado do capítulo.

5 comentários:

  1. KRAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA QUE PORRA DE DRAMA, PQ PORRAS O JUSTIN TINHA QUE SOFRER O ACIDENTE? CONTINUA ESSA MERDA LOGOq!!!!!!!!!!!!

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  2. aaaaaaaaaaaaaa, estou ansiosa.. Ganhou uma nova leitora! Li todos os capítulos em apenas 2 dias, é a melhor IB que já li.. parabéns! POR FAVOR, NÃO DEMORE A POSTAR ;(

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  3. Carol (@JustinBaldwin)16 de fevereiro de 2013 às 12:55

    Não,não, não! dona juliana, a grande amante do drama PRECISA se contentar com algo simplório dessa vez! meu coração n vai aguentar ver o Jus machucado, numa cama de hospital! :O e esse "suspensse" q a senhorita está fazendo tá me matando então porfavor, poste logo e, de preferencia (leia-se por obrigação de autora) nos traga boas noticias!
    Julilover aqui, Bjkas Juli! :)

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  4. Quando você disse que ia acabar todo esse amorzinho não imaginei que fosse uma tragedia assim, vou começar a levar suas palavras ao pé da letra!
    continua!

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  5. Continua logo PLEASES ><
    amor indica eu ai por favor Blog novo >< http://believebeliebersforever.blogspot.com.br/

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