27 fevereiro 2014

5. You Make Me Love You - Capítulo 18

Declive

Música do capítulo: Treacherous - Taylor Swift (Vocês também podem preferir ouvir com a música "California King Bed" da Ryhanna, em todo caso.) 


Belieber's POV
    Já estava anoitecendo, quando Harry se dispôs a ir até a locadora pegar uns filmes para ficarmos vendo até tarde da noite, depois de termos passado um dia inteiro juntos, fazendo absolutamente nada  e inconscientemente fazendo com que minha parte mais ativa se remoesse de culpa por estar me tornando sedentária. Porém, o fato de eu ter ficado tão na dele me impedira de tentar ir falar com a Manuela, o que, de certa forma, fora bom, porque eu não iria mesmo esfregar meu orgulho no chão dessa forma, ainda mais quando a culpada da discussão fora ela.

    Eu estava na cozinha, lutando contra o meu humor impaciente para fazer o brigadeiro que Harry me pedira. Era uma troca justa. Ele pegava os meus filmes preferidos e eu preparava todas as porcarias para que nele tivesse o bastante para comer, enquanto eu alagava o quarto, vendo minha comédia romântica favorita e completamente ultrapassada de tão antiga.

    Eu já estava cansada de ficar mexendo o conteúdo daquela panela e, mesmo sabendo que eu estava só fazendo minha parte, foi um enorme alívio quando notei que já estava pronto.

    Acabei por ficar na dúvida se deveria enrolá-los e passar no granulado ou se deveria deixar para comermos de colher, mas eu ainda tinha bastante tempo, o que significava que talvez a primeira opção fosse melhor. Assim, esperei até que o brigadeiro esfriasse, enquanto preparava as coisas e pegava uma tigela de morangos na geladeira para ir comendo e gradativamente permitindo que meu corpo se sentisse ilusoriamente saudável.

    Eu já estava quase acabando com todos os morangos e passando o sexto brigadeiro no granulado, quando minha solidão na cozinha acabou. Enquanto eu me perguntava mentalmente o que tinha feito para merecer aquilo, Justin entrou no cômodo, com a visível intenção de ser sorrateiro, mas sem tanto sucesso assim. Devagar, respirei fundo, antes de pedir em silêncio para que ele estivesse ali somente para pegar algo, porque eu não estava nem um pouco a fim de escutar aquela conversa barata de novo.

     Oi.  soltou, frustrando todas as minhas expectativas, enquanto caminhava até a geladeira.
     Oi!  falei, contra minha vontade.
     O que está fazendo?  Justin insistiu em prolongar aquilo com perguntas mais do que desnecessárias.
     Brigadeiro.
     Sério? Eu adoro isso!  ele pareceu empolgado, aproveitando-se para espiar minhas ações, o que me incomodou um pouco  Manuela costumava fazer algumas vezes. Ela sempre ia me visitar levando os ingredientes certos. É por isso que eu engordei um pouco e tive que me exercitar bem mais do que o que era costume.
     É o que acontece quando se come coisas gostosas demais...  suspirei, sem ânimo  Eu até te ofereceria esses daqui, mas digamos que já estão reservados, sabe? E, para tê-los você teria que praticamente me matar...
     É, eu sei o quanto você gosta de chocolate!

    Eu teria corrigido sua teoria, alegando que aqueles não eram para mim, mas me distraí ao notar que mais uma vez ele estava tentando esfregar conhecimentos sobre mim na minha cara e isso me frustrava. Soava como se ele estivesse tentando provar que se lembrava de mim quando na verdade a tonta da Manuela havia lhe contado cada palavra, assim como admitira pateticamente na noite passada. Harry estava certo, afinal, os dois tinham muito em comum.

     Por que você faz questão de saber essas coisas, hein?  indaguei, impaciente.
     Você não gosta que eu saiba coisas sobre você?  prosseguiu, tentando reverter o jogo.
     Para ser sincera, não...  admiti, percebendo que havia perdido por completo a atenção no que estava fazendo  Eu não gosto que você saiba coisas sobre mim, porque você não tem interesse sincero e isso é óbvio. A única coisa que eu não entendo é porque você insiste em tentar me provar alguma coisa para depois vir com o seu papo furado, tentando fazer com que eu repense uma decisão que já está totalmente tomada!
     (Seu nome), eu só tive aquela conversa com você, porque eu me preocupei em relação a isso, ok?  respondeu, firme, enquanto pegava uma jarra de suco da geladeira  E eu só procurei saber coisas sobre você, porque por um momento eu te dei razão. Sim, eu achei injusto eu chegar aqui e julgar a sua vida, quando eu sequer sabia o que deveria saber e é por isso que, sim, eu tentei me informar sobre você da melhor forma possível...
     Claro, para depois tentar mudar minha cabeça novamente!  interrompi.
     Não  ele negou com firmeza , eu só queria me aproximar de você.

    Senti-me um pouco idiota após ter minhas certezas destruídas apenas com meia dúzia de palavras, mas aquilo não me atingiu com a intensidade que deveria, porque eu não confiava nele com tanta entrega quanto fazia antes. Então, sim, talvez ele pudesse ter tirado as palavras da minha boca após dizer aquilo, mas não foi bem assim que eu me senti. Na realidade, eu não cheguei nem a acreditar, porque havia mais ali e, mesmo que ele não percebesse, Justin Drew Bieber não podia  e aparentemente não conseguia  se aproximar de mim. Eu já tinha aceitado isso, por que todo mundo não podia simplesmente acreditar também?

     Então, é uma pena!  murmurei, voltando meus olhos para o doce a minha frente  É uma pena, porque você nunca vai se aproximar de mim. Se sentir perto de uma pessoa, a qual você está sob o mesmo teto, às vezes vai além de conversas... E olhe para você! Você não consegue nem olhar para mim, não consegue nem encostar em mim.
     Isso não é verdade!  negação, o primeiro vestígio do problema.
     Ah, não?  desafiei.

    Eu sabia que era idiotice da minha parte insistir, mas o próprio Justin havia me tentado a isso, então não havia mais nada que eu pudesse fazer. Assim, fingi estar pensativa, fitando meus afazeres e sorrateira e repentinamente aproximei minha mão da dele, que estava largada despretensiosamente sobre a bancada. Exatamente como eu previra, ele a retirara de lá em um piscar de olho, em uma reação rápida e irracional diante da minha aproximação. Suspirei. 

    Embora Justin ainda parecesse constrangido pela sua ação, eu já havia me acostumado com isso.

     Viu?  falei, conservando meu sorriso vitorioso para mim mesma.

   Após confirmar minhas teorias, Justin se calou por completo e, assim, o silêncio retornou a cozinha e eu me vi calma o bastante para voltar minha atenção ao que realmente interessava e terminar minha sobremesa, mas não consegui colocar tudo em prática como queria. Afinal, apesar de já estar conformada com aquele comportamento de Justin, ser ignorada e tão rudemente repelida por alguém feria gravemente meu ego, fazia com que eu me sentisse mal. Saber disso me deixava ainda frustrada.

    Eu estava tão concentrada em tentar recuperar o nível mínimo de bom-senso que estranhei quando as costas da minha mão entraram em contato com algo agradavelmente quente. Se eu pudesse agir de acordo com os impulsos do meu corpo, eu teria retirado-a rapidamente, mas não consegui. Não consegui, porque no segundo que meus olhos focalizaram o que estava aquecendo a minha pele e eu vi aquela mão sobre a minha, todo meu corpo estremeceu.

    Justin estava tocando a minha mão. Justin Drew Bieber estava tocando a minha mão. E por algum motivo completamente estranho e bizarro, minha mente estava semelhante à de uma fã maluca de treze anos de idade, o que por si só já era um erro. Eu não deveria me dar ao luxo de ficar sequer surpresa em relação a isso.

    Respirei fundo, tentando me manter aparentemente indiferente, mas, enquanto o fazia, seus dedos, que acariciavam suavemente minha mão, foram subindo calmos e aveludados pelo meu braço, fazendo com que cada centímetro do meu corpo se arrepiasse de uma forma constrangedoramente indiscreta. Embora fosse muito provável que ele não estivesse notando o mesmo que eu, não deixei de me sentir embaraçada, de querer fugir dali, sabendo ao mesmo tempo que não o faria.

    Eu estava gostando daquilo mais do que deveria.

     Justin, eu...

    Eu sou uma tonta!

    Eu já estava ficando parcialmente acostumada com a presença do Justin naquela casa, mas, naquele momento, quando eu pronunciei seu nome, soltando um suspiro involuntário, meus lábios fraquejaram e, tremendo de insegurança, eu me calei. Fiquei completamente muda, quando na verdade a vontade que eu tinha era de gritar a plenos pulmões e pedir que ele não voltasse mais àquela casa.

    Mas eu não faria isso. Em primeiro lugar, porque eu queria saber até onde Justin poderia se forçar a ter algum tipo de contato físico comigo, depois de tanto tempo evitando a minha pessoa. E, depois, porque eu queria provar para mim mesma que aquilo não seria algum tipo de teste à minha fidelidade, que continuaria sendo um episódio insignificante como todos aqueles que Justin protagonizara desde que chegara ali. O momento estranho ao qual eu estava me submetendo não passaria de um tremendo nada.

     Shh!  pediu ele, mais perto do que já estivera em anos  Eu ainda quero tentar uma coisa...

    Não me opus, esperando sua próxima atitude, o que foi um tremendo erro. Diferente do que eu esperava, Justin levou seu toque macio e quente até o meu rosto, deslizando seus dedos devagar sobre a lateral do mesmo. Ele segurou meu queixo com firmeza e, quando eu já estava começando a sentir minha pele arder diante daquele contato, ele me surpreendeu novamente e seus olhos encontraram os meus.

    Naquele momento, meu mundo caiu.

    Meus joelhos fraquejaram, minha garganta ficou seca e involuntariamente eu sorri. Eu até tentei, mas foi difícil me segurar, depois de poder lembrar tão de perto que os olhos de Justin eram perfeitamente hipnotizantes, exatamente como minha memória havia guardado por tanto tempo. Mas se havia algo que minhas lembranças não foram capazes de reter por muito tempo fora a sensação que aquele par de olhos cor de mel me causava. Eu estava vulnerável, totalmente submetida a qualquer que fossem suas vontades.

    Mas, como era de se esperar, não durou muito tempo.

    Justin abaixou o olhar rapidamente, como eu já deveria esperar. Suspirei, tentando esconder a frustração, enquanto ele fitava o chão insistentemente, voltando a evitar algum contato visual comigo. Embora, para ele, aquilo pudesse significar algum tipo de vitória mesmo que parcial, para mim, era regredir em todo o progresso que eu tinha conseguido naqueles últimos anos, porque eu estava voltando a me sentir repulsiva de um jeito que só ele conseguia provocar.

     Porém eu estava errada mais uma vez, porque subitamente ele voltou todo o poder daqueles olhos estupidamente lindos para mim. Assim, enquanto eu estava permitindo a mim mesma me perder naquela imensidão sem volta, Justin voltou a usar da influência do seu toque sobre mim e seus dedos deslizaram por meus lábios, sujando-os de chocolate. Ele havia pegado um pouco de brigadeiro sem que eu sequer me desse conta.

    Sinceramente eu odiei aquilo. Odiei não ter controle sobre as reações do meu corpo. Odiei me sentir vulnerável. Odiei mentir para mim mesma, dizendo que eu só estava satisfeita com aquele momento por causa do brigadeiro. Mas, acima de tudo isso, odiei me sentir insegura e em dúvida em relação ao que eu estava sentindo no momento.

     Seus olhos...  ele murmurou, ainda próximo demais  Seus olhos, eles me queimam por dentro!
     Eu sei...  respondi, indo contra todos os meus conceitos do que era certo ou errado  É exatamente o que eu sinto quando você me toca.

    Não, não. O que raios eu estou fazendo?

    E é por isso que está na hora de parar.  interrompi, me afastando bruscamente  Chega de recreio, hora de voltar para nossas obrigações.
    – É, você tem razão...
     Eu sei, afinal, eu ainda tenho que terminar com toda essa tigela de brigadeiros!
     Não é sobre isso que eu estou falando.  corrigiu ele, com um tom mais conformado  Eu estou falando sobre você ter dito que a aproximação não tem a ver somente com conversas e é preciso, sim, contato físico. 
     Pois é, quem diria?  suspirei, revirando os olhos e voltando a me concentrar nos meus pobres doces  Mas, apesar disso, eu espero que você saiba, Justin, que isso não significa nada. Eu fico muito feliz que seu comportamento por aqui mude, mas é só essa mudança que vai acontecer. Sobre aquilo que você veio falar comigo algumas noites atrás, não tem conversa!

    Continuar inflexível em relação a tudo o que ele dizia era o que me mantinha nos eixos, que fazia com que eu não fraquejasse tão facilmente de uma forma tão ampla. Afinal, nada do que ele fizesse por mais impressionante que fosse iria me fazer voltar atrás nas minhas decisões e nos meus sentimentos de verdade  aqueles que só Harry me provocava quando eu estava perfeitamente lúcida e não sendo hipnotizada por um farsante qualquer metido a homem.

     Então, boa noite...  murmurou ele, devolvendo a jarra de suco à geladeira e saindo da cozinha, levando um copo consigo.

    Eu não estava com muita certeza se ele tinha, de fato, levado numa boa as minhas palavras, mas sinceramente, não me interessava. Até porque não seria aquele apelo por contato físico que me levaria a pensar diferente do que nos últimos anos. Justin estava sendo infantil e desesperado demais para provocar uma coisa que ele nem sabia o propósito. Eu só podia ter pena do que quer que fosse que ele estivesse tramando, porque seria um desperdício de tempo. 

    Minhas decisões não estavam à venda!


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    Capítulo 18, anjinhos da juju!
     Eu quero agradecer a todas vocês, que se deram ao trabalho de ler o meu desabafo no post anterior e, também, se importavam com ele e com o que estava sentindo em relação a isso, tudo o que vocês fizeram foi muito importante. Obrigada!
     E, em consideração a isso, o capítulo de hoje será dedicado às duas Juliana? Bom, eu não sei ao certo, mas uma Juliana e uma 'Juh'. Então, minhas lindas, muito obrigada pelo comentário, pela atenção e por ainda se envolverem com o blog. A opinião de vocês sempre vai ter o mundo de importância para mim. É isso! Amo vocês, bbys!
     Por hoje, ficamos por aqui, hahahaha, tenham todos uma boa noite!

3 comentários:

  1. AMEI o capítulo!
    Ai meu Deus, era disso que eu sentia falta sabe... Os arrepios, suspiros, pernas bambas, gargantas secas... Tudo que Justin Drew Bieber é capaz de causar a umas beliebers por aí...

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  2. Capitulo perfeito, e eu não entendo porq "eu" ainda insisto em tentar me afastar do Justin, já que teoricamente eu deveria estar conformada que não há nada mais sedutor do que aqueles olhinhos claros.
    Tudo que eu posso fazer agora é me agarrar a relação estável que eu tenho com o Harry até porq eu estou de casamento marcado certo? (eu não acho que isso vá pra frente, mais ok)
    Mais voltando ao seu talento absurdo, bom, você é muito talentosa e eu me pergunto todos os capitulos, porq não comecei a ler antes? mais enfim, nada é perfeito e cá estou eu, falando e falando demais como sempre, mais o seu talento é algo indescritível, por favor, continuaaaaaaa
    Beijoos da Meg

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  3. Own que fofa dedicou a mim, obrigada, amo muuuuito seu blog e vc ju, e claro EEEEBAAA Justin tentando contatos fisicos, que safadienho uashushauhash..... Eu li o cap hoje pq eu viajei no carnaval....Mas enfim amei demais e obrigada mesmo <3 <3 <3 Meu twitter eh @ju_bsl.... hoje to postando com minha conta no google...
    by Juliana

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