Terapia de avelã
Belieber's
POV
Minha cabeça estava tomada por
besteiras aleatórias, enquanto eu acabava de devorar quase metade de uma caixa
inteira de bombons de avelã, me lamentando um pouco por não serem de cereja.
Sentada em cima da bancada, fiquei admirando o final da tarde pela janela da
cozinha, tentando melhorar um pouco meu humor, que não estava um dos melhores
desde a noite passada.
– A mocinha está sozinha?
Distraída como estava, não me dei conta
quando Harry entrou pela porta da cozinha, caminhando com um passo de veludo
que o tornava praticamente invisível em meio aos meus devaneios idiotas. Mas
rapidamente ele tomou parte da minha atenção só para si ao parar diante de
mim. Seus olhos estupidamente lindos buscavam pelos meus de uma forma tão
ansiosa que eu me senti boba por não sentir a mesma necessidade que ele no
momento. Eu não era uma boa companhia naquele dia.
– Oi, Harry! – soltei um meio sorriso sem
vontade, para não decepcioná-lo.
– Oi...
Ele passou os dedos com suavidade pelo meu
rosto e, em seguida, pegou uma mecha do meu cabelo, brincando com a mesma.
Harry levantou meu queixo devagar para que eu olhasse diretamente para ele e
aproveitasse o silêncio consigo. A única coisa que enchia a cozinha era o ruído
baixo demais de nossas respirações, além – é claro – dos meus pés batendo na
porta dos armários abaixo da bancada.
– O que aconteceu, hein? – perguntou, por
fim.
– Nada demais, oras. Por que você
acha que tem alguma coisa? – disfarcei pateticamente, enquanto mordia outro
pedaço do bombom que ainda tinha em mãos – Aliás, que falta de educação a
minha... Você quer um?
– Ah, meu Deus! Vamos analisar a
situação... – Harry falou com um tom de nítida suspeita – Ontem à noite, quando
eu fui até o seu quarto, você havia trancado a porta e já estava dormindo.
Hoje, passou o dia todo meio quieta. E, agora, você está aqui, na minha frente,
me oferecendo doce, me oferecendo um bombom! Você realmente quer me fazer
acreditar que está tudo uma maravilha?
– Ah, qual é? São só bombons de
avelã. Não é nada demais. – afirmei, deixando que meu entusiasmo desse o ar da
graça bem de leve – Se fosse de cereja, nós começaríamos uma enorme briga!
A risada de Harry teria agradado facilmente
meus ouvidos, mas não era bem a que eu esperava no momento. Eu teria ficado
mais satisfeita com aquela gargalhada que demonstrava que ele estava quase
tendo um infarto de tanto rir – embora eu não tivesse dito nada tão engraçado,
na verdade –, ou seja, aquele risinho tímido que dizia sublinarmente
"deixa de ser boba, garota" não me deixava tão contente.
Eu queria tanto que Harry apenas melhorasse o meu lado mais chato, dramático e piegas involuntariamente como ele sempre fazia...
– Então... Você não vai mesmo me falar
nada?
– Não é nada demais, Harry, como eu
já disse. Eu só fiquei meio chateada, porque... A Manuela parece que não
desgruda mais desse novo amiguinho dela. Eu aguento a menina durante toda a
minha vida e, de uma hora para outra, ela simplesmente me deixa de lado para
ficar para cima e para baixo com um fulano qualquer. – disparei, soltando toda
a minha irritação por estar sendo deixá-la de lado pela minha suposta amiga – Isso não é repugnantemente frustrante?
– Bom, eu sinto muito por isso, mas,
para ser bem sincero, eu não vejo mal nenhum em ela estar se distraindo com
algo que não seja você. – falou, antes de pegar um dos bombons na caixa – É
muito bom ainda ter tempo para nós apesar da casa não está mais tão vazia,
porque eu não achei que isso fosse acontecer tão fácil.
Por um instante, me senti culpada por não
estar tão empolgada quanto Harry, afinal, eu geralmente gostava muito de ter um
tempo para passar com ele, mas não naquela situação. Eu sabia que estava me
permitindo ficar frustrada por nada, só que eu não estava nos meus melhores
dias e me sentir trocada e ignorada era fácil demais, quando a minha autoestima
não era bem uma coisa muito admirável.
A verdade da situação era que eu não teria
nenhum problema se Manuela estivesse dando tanta atenção a Ryan, a Lucas ou, eu
não sei, à Selena Gomez, mas trocar minha amizade de ouro pelo idiota do Justin
era demais para o meu pobre ego. Eu conseguia superar o fato de que na maioria
das vezes Manu não era a pessoa mais sensata do mundo, mas se juntar com o
inimigo já era um pouco demais. Teoricamente falando, ela estava tramando para
ajudar aquele garoto a me derrubar e isso eu não podia engolir.
Algumas pessoas definiriam isso como
ciúmes, porém não era algo tão simples assim. Havia algo mais por baixo daquele
grude que unia Manuela e Justin. Eles estavam tramando algo, alguma coisa suja
o bastante para terem que planejar tudo bem diante do meu nariz. Porém, se eles
estavam achando que iam me derrubar assim tão facilmente, estavam profundamente
equivocados. O meu sexto sentido já havia me informado que algo não cheirava
bem por ali e eu não deixaria que eles fossem muito longe com aquilo.
O pior problema com tudo isso era que eu
não podia sequer demonstrar minha indignação para Harry, porque a última coisa
que eu queria era gerar atritos entre ele e Justin. Os dois tinham um bom
relacionamento – embora não muito próximo – e eu não via motivos para me
intrometer entre eles e estragar tudo com os meus sentimentos negativos em
relação ao intruso, fazendo com que aquela casa virasse um verdadeiro caos. Eu
não queria que Harry compartilhasse comigo o mesmo tipo de negatividade que
Justin me provocava. Isso não era uma opção.
Mas, pensando melhor, talvez o próprio
Harry não estivesse completamente receptivo quanto à chegada de Justin naquela casa, de volta à minha
vida. Aliás, o clima que eu via entre ambos não era bem o que eu esperava,
considerando que homens sempre arranjam algum assunto como futebol ou mulheres para falar. Sinceramente, eu não ficara sabendo de nenhum diálogo menos que
educado entre eles.
– Harry... Você não tem ciúmes? – disparei,
após meu cérebro ter começado a funcionar finalmente – Ciúmes, além da
Manuela...
– Você está se referindo ao Justin,
não é? – ele suspirou, revirando os olhos – Ao fato de vocês já terem
namorado... E por um longo tempo. Estou certo?
– Completamente. – sorri, encorajando-o a
continuar – Então, o que você me diz? Você não tem ciúmes dele?
– Eu? Ciúmes do Justin? Não...
Eu até poderia ter acreditado no seu jeito
bobo de mentir, mas a variação do tom de voz e o modo como ele virou as costas
para mim já me diziam muita coisa. Na verdade, era um jeito bem explícito de
dizer "eu morro de ciúmes desse garoto. Aliás, eu poderia comer todos os órgãos internos dele durante o jantar. Quando é que ele vai
embora?".
– Harry... – repreendi, ajeitando minha
postura sobre a bancada.
– Tudo bem, eu tenho um pouco de
ciúmes do idiota do Justin. – admitiu, utilizando a ofensa de forma mais
amigável do que eu mesma usaria – Eu não queria ter, juro, porque ele sempre me
pareceu um cara muito legal, gentil, talentoso, nada com que eu devesse me
preocupar, mas... Vocês já namoraram e, querendo ou não, isso me deixa com um
pouco de receio, (Seu nome). Além disso, até hoje, eu não sei bem como e porque
vocês terminaram.
– Eu também não...
– Você não prefere conversar sobre
isso? – Harry segurou minhas mãos suavemente, acariciando ambas – Quero
dizer... Você não acha que é algo sobre o qual eu deva saber? Porque,
sinceramente, eu gostaria.
– Para que, Harry? Para procurar
motivos para ter mais ciúmes do meu ex-namorado? – ri, dando-lhe a língua – Olha, eu também acho que é algo que você tem o direito de saber, mas pode ser
depois? Eu não estou com cabeça para falar sobre isso agora, embora não seja
uma grande coisa.
Era meio verdade. Em partes, eu realmente
queria conversar com Harry sobre isso, esclarecer as coisas para que ele não se
sentisse inseguro em relação a Justin. Nosso casamento estava chegando e eu
queria o máximo de sentimentos positivos para nós dois. Mas, uma outra parte de
mim tinha motivos bem mais embaraçosos para não querer falar sobre isso. Na
realidade, fazia muito tempo que eu não falava sobre isso com ninguém. Aliás,
provavelmente eu nunca falei abertamente, pelo menos, não a verdade. Eu tinha
medo de me sentir instável tocando nesse assunto novamente.
Muito medo.
– Mas... – retomei a palavra, buscando
aliviar o clima desagradável – Tem algo que você precisa saber e isso, eu não
posso adiar por nem mais um minuto!
– O quê?
– Eu te amo! Eu te amo tanto que
chego a ficar sem graça por ser isso ser tão intenso... E nada no mundo vai estragar
o que eu sinto, ok? Você vai ser meu para todo o sempre e não há nada que
alguém possa fazer quanto a isso!
Em questão de minutos, seus olhos faiscaram
nos meus e ele abriu seu melhor sorriso, fazendo com que eu sorrisse também.
Assim, Harry envolveu-me novamente quando suas mãos deslizaram suaves pelas
minhas coxas me fazendo estremecer. Lá estava ele mais uma vez, fazendo com que
eu me sentisse um pouco melhor do que esperava ficar nos próximos – sei lá – dias.
Devagar, Harry levou seus lábios até a
minha bochecha, repousando-os lá durante um minuto, antes de se dirigir com a
mesma lentidão ao meu pescoço e permitindo que todo o meu corpo se arrepiasse
da forma mais indiscreta possível. Sabe aquela sensação de ter a mente
completamente vazia e só conseguir sentir os impulsos do próprio corpo? Era
exatamente como eu me sentia bem naquele segundo.
E aquilo não era sensato.
Lancei meus braços sobre o seu ombro e o
abracei com força, puxando bem para perto e apertando seu corpo contra o meu.
Eu não queria ter que soltá-lo nunca mais, porque enquanto eu permanecia apenas
agarrada com ele, minha mente tentava resistir e reprimir a minha safadeza
interna, que pedia desesperadamente que eu o empurrasse na mesa da sala de
jantar e deixasse rolar por ali mesmo. Era óbvio que eu jamais faria aquilo,
ainda mais tendo acabado de entrar no período mais desagradável do mês – embora
eu soubesse que aquilo não incomodaria nem um pouco o Harry.
– O que eu faria sem você, hein, musa da
minha vida? – sussurrou inapropriadamente em meu ouvido.
– Eu não tenho ideia. – ri ao
concordar com a sua teoria de que eu tinha total importância em sua vida – Mas
eu acho que você pode fazer um programa bem legal comigo amanhã para acalmar os
ânimos. O que você acha?
– Hum... Só eu e você?
– Hã... Não exatamente. – admiti,
chateada por ter que minguar suas expectativas – Eu acho que o shopping se
torna um lugar melhor quando se vai com um grupo maior de pessoas. Além disso,
é para acalmar os ânimos de todos nessa casa, para promover a paz, ok?
– Isso é mesmo necessário? – insistiu, fazendo um biquinho quase irresistível.
– Harry, compreenda... Sair só com
você faz com que o lado mais impróprio da minha imaginação fique em alerta e
isso não é algo muito aconselhável em público, pelo menos. É mais prudente para
nós dois termos companhia.
– Tudo bem. Acho que vou deixar
passar dessa vez... – ele soltou um suspiro acompanhado do sorriso que amolece
meu coração – Porém, considerando o seu argumento, acho que vou aproveitar esse
momento em que ainda temos um pouco de privacidade e curtir minha noiva. Posso?
Não precisei responder, apenas selei meus
lábios nos deles e entrelacei minhas pernas em sua cintura, permitindo que ele
me fizesse perder a cabeça por completo. A única coisa que eu conseguia sentir
era o sangue circulando com rapidez pelas minhas veias, enquanto ele me
segurava com firmeza e delicadeza ao mesmo tempo. Eu ainda não conseguira superar o modo como ele lidava comigo, mas sinceramente aquilo não
era algo que me importava muito.
Assim, em pouco mais de alguns minutos, já
completa submersa em seu charme, deixei que ele me pegasse no colo e me levasse
lá para cima – sem esquecer, obviamente, os limites que meu corpo me impusera
naquela semana. Com ele ali, finalmente não havia mais problemas, não havia
mais Justin, não havia mais bombons de avelã, mais nada. Afinal, quem precisa
de chocolate quando se tem Harry Styles?
...
Tudo bem, eu preciso... Mas eu gosto do Harry
também.
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Capítulo 13, amorinhas.
Então, esse é o meu último capítulo antes das minhas aulas começarem, choremos. Porém, podem ficar tranquilas, porque o ritmo do blog não vai se perder, porque, como eu já comentei várias vezes aqui, esses capítulos estão programados (aliás, estou escrevendo isso no dia 02/02) e vou aproveitar a ocasião para dedicar esse capítulo à Luiza, que é uma amiga virtual minha (sigam-na em @canallkidrauhl), que eu conheci no comecinho desse ano e que, hoje, faz um mês que nosso "encontro" aconteceu. Foi um dia especial e eu espero que ela nunca esqueça isso, porque eu com certeza não vou.
Então, esse é o meu último capítulo antes das minhas aulas começarem, choremos. Porém, podem ficar tranquilas, porque o ritmo do blog não vai se perder, porque, como eu já comentei várias vezes aqui, esses capítulos estão programados (aliás, estou escrevendo isso no dia 02/02) e vou aproveitar a ocasião para dedicar esse capítulo à Luiza, que é uma amiga virtual minha (sigam-na em @canallkidrauhl), que eu conheci no comecinho desse ano e que, hoje, faz um mês que nosso "encontro" aconteceu. Foi um dia especial e eu espero que ela nunca esqueça isso, porque eu com certeza não vou.
Enfim, é isso, anjos meus! Espero que vocês tenham gostado desse capítulo amorzinho com o Harry e espero ainda mais que vocês aprovem o que mais eu irei escrever ao longo desse mês. Enfim, eu amo vocês! Obrigada por tudo!
Boa noite!
Boa noite!
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