15 fevereiro 2014

5. You Make Me Love You - Capítulo 15

Para impressionar...
Música do capítulo: Macaé - Clarice Falcão

Justin's POV
    Logo que acabamos nossos lanches, um grupo de meninas veio até nós e passamos alguns bons minutos tirando fotos, dando autógrafos e conversando com todas elas, que pareciam profundamente animadas pelo encontro. Embora uma delas já tivesse encontrado a mim e a (Seu nome) algumas vezes antes, quando já estávamos separados e também enquanto namorávamos, felizmente não fez nenhum comentário maior em relação a isso, me poupando de um constrangimento a mais.

    Eu nunca havia parado para pensar nisso, mas depois daquele encontro, me ocorreu que, de uma forma ou de outra, minhas fãs haviam “convivido” com o meu namoro com a (Seu nome) e isso me perturbou um pouco, porque a opinião delas importava. Eu nunca tinha parado para descobrir a fundo o que elas achavam sobre esse relacionamento e nem como o término daquilo havia chegado até seus conhecimentos. Por um momento, fiquei com receio de eu ter sido visto como o vilão, porque isso não era verdade. Ou era?

    Aliás, como a gente terminou mesmo?
                         
   A animação de Manuela e (Seu nome) prendeu minha atenção para o atual momento, mas antes mesmo que eu conseguisse perceber, nós já estávamos em uma loja de roupas, onde as meninas passaram sabe-se quanto tempo decidindo qual calça ficava melhor em cada uma e se deveriam ou não levar um sapato que era igual à metade de todos os outros na loja.

    Em geral, eu não era muito impaciente, mas quando uma de suas amigas veste uma única calça, pede sua opinião como se você fosse um metrossexual e, independente disso, fica arranjando mil e um defeitos em seu próprio corpo, você realmente pensa em começar a bater a cabeça na parede, várias vezes seguidas.

     Eu já estava prestes a criar raízes naquela loja com Harry, enquanto tínhamos uma conversa sem graça e comum, quando finalmente, depois de incontáveis minutos, as duas retornaram até nós, rindo como se tivessem acabado de sair de um stand-up ao invés de terem ficado horas no dilema do sapato. E, quando tudo parecia já estar ruim o bastante, as duas senhoritas apenas reservaram as peças que queriam, ao invés de comprar tudo de uma vez. Em outras palavras, nós teríamos que voltar mais uma vez ali e, com toda certeza, elas entrariam em outro debate sobre uma peça de roupa.

    Dá-me paciência!

     Então... Onde vocês querem ir agora, hein, senhoritas?  perguntou Harry, com o desânimo tangível em sua voz.
     Eu não sei.  a primeira resposta veio de (Seu nome), que se virou rapidamente para a amiga  Alguma sugestão?
     Hã... Bem...  Manuela tinha algo a sugerir, sim, como sempre  Por que nós não vamos ao cinema ver se tem alguma sessão para esse horário, hein? Nós temos a tarde e a noite toda livre, então... Por que não?
     Por mim, tudo bem!  concordou Harry, sem mais delongas.

    Feito as escolhas, nós seguimos até o andar do cinema, dessa vez, pelas escadas rolantes. Sinceramente eu gostava muito da ideia de ir ao cinema, independente do filme, porque infelizmente não era algo que eu podia fazer com muita frequência. Porém, se eu tivesse que aguentar o Harry e a (Seu nome) se pegando, próximos a mim, durante a sessão, eu provavelmente vomitaria dentro da sala.

    Ao chegarmos ao saguão do cinema, havia poucas pessoas no mesmo e o agradável cheiro de pipoca invadiu rapidamente as minhas narinas. Eu gostava daquele ambiente. Gostava do som dos tickets sendo arrancados, da bombonière no canto direito e da consciência do escuro das salas logo atrás da demarcação composta por faixas de veludo vermelho.

     Ei, Harry, você pode comprar os ingressos, enquanto eu e a Manuela vamos comprar alguma coisa para comermos durante o filme?  falou (Seu nome), logo que nos aproximamos da fila.
     Claro!  concordou, sem pensar muito  Qualquer filme nesse horário serve?
     Acho que sim...  ela sorriu, antes de se virar para Manu  E, então, vamos?
     Agora!  Manuela se dirigiu a mim rapidamente, antes de avançar até os doces  E você, Justin, vem comigo?

    Aquela era uma proposta que não eu precisava nem pensar por um minuto, afinal, era mais do que óbvio que na situação em que eu estava, eu iria para onde quer que Manuela fosse. Se a doidinha me chamasse para lhe fazer companhia no banheiro feminino, eu iria sem piscar, embora isso fosse me causar grandes problemas com a mídia, que já não fora uma das minhas melhores amigas nos últimos anos.

    Havia apenas duas pessoas na nossa frente na fila e, durante o tempo de espera, fiquei observando enquanto Manuela e (Seu nome) conversavam sobre o filme que estavam com vontade de ver há certo tempo. Eu poderia até ter tentando participar do assunto, mas eu não tinha muita referência nesse sentido. Para falar a verdade, eu nem sequer sabia o que estava em cartaz naquela semana.

     Ei, espera um pouco!  (Seu nome) interrompeu Manuela por um segundo, pegando o celular de dentro da bolsa  Hum, Harry me mandou uma mensagem...
     Ele já comprou os nossos ingressos?  indagou Manuela.
     Hã... Ainda não.  respondeu, sem retirar os olhos da tela do celular  Ele disse que daqui a dez minutos começa uma sessão, mas é um filme de terror. Tem algum problema para vocês?
     Por mim, está tudo bem.
     Por mim, também  suspirei, sem a certeza de que ela se importaria com a minha opinião , mas eu achei que você mesma não gostasse de filmes de terror.
     É, eu não gosto, mas eu vou dar um jeito de dormir durante a sessão, ficar de olhos fechados, arrancar o braço de alguém. Eu ainda não sei bem, mas tudo...  ela parou de falar subitamente e encarou o vazio, parecendo pensativa e ao mesmo tempo chocada  Eu não gosto de filmes de terror!
     Ei, olha, é a nossa vez!  Manuela desconversou rapidamente, colocando-se à frente do balcão, onde a atendente esperava nossos pedidos pacientemente.

    Naquele momento, agradeci milhares de vezes à Manuela por estar ali, porque ela era a única capaz de me retirar das situações mais simples, porém que se transformavam no fim do mundo aos olhos da nem tão doce (Seu nome). Ela entendia a amiga muito melhor do que eu e, por assim ser, conseguia contornar quase tudo, antes que virasse um grande dramalhão e uma desculpa para que ela me odiasse ainda mais.

    Assim, avançamos rapidamente para frente do balcão, onde Manuela se debruçou, analisando suas opções. Porém, durante esse minúsculo intervalo de tempo, a expressão de confusão no rosto da (Seu nome) não desapareceu, embora ela continuasse sem olhar para mim. Ela permanecia a fitar o chão, quieta e visivelmente alheia ao que ia acontecendo a sua volta.

     Pipoca?  perguntou a atendente, utilizando do tom gentil.
     Hã, sim, com manteiga e no tamanho pequeno, por favor.  respondeu Manuela, tamborilando as unhas sobre o balcão  E dez balinhas de menta também.
     Então... Pipoca?  perguntou novamente, dessa vez para a (Seu nome), após pegar todo o pedido da Manu.
     Hã... 
     Não.  interrompi, sem o real propósito de fazê-lo  Ela não gosta tanto assim de pipoca. Prefere assistir filmes comendo chocolate.

    Essa saiu sem querer, eu juro.

    Eu estava começando a pensar que não fora uma ideia tão boa assim pedir que Manuela me desse algumas orientações sobre a (Seu nome), porque a minha vontade de esfregar na cara dela todo o meu conhecimento me tirava um pouco do controle e, mais do que isso, fazia com que eu parecesse quase louco ou obcecado. Aliás, o tiro estava saindo pela culatra, considerando que, mesmo sem fazer qualquer contato visual, eu soube que ela estava me olhando como se fosse capaz de devorar meus olhos no café da manhã.

     Você quer parar de falar por mim e contestar o que eu faço?  disparou, por fim, nem um pouco amigável  Como você sabe essas coisas sobre mim, hein?
     E por que não saber?  virei o jogo, tentando esconder que eu estava ligeiramente sem graça.
     Pessoal, sem estresse, ok?  Manuela interviu, rapidamente  A moça ainda está esperando o resto do nosso pedido, então... O que vai ser, hein?
     Bom, eu vou mesmo querer o chocolate. Duas barras do meio amargo e uma garrafa de água, por favor. Ah, e também uma pipoca e Coca-cola, ambos no tamanho médio.
     E para o senhor?  ela se dirigiu para mim, afinal.
     Ah... Só um suco de frutas vermelhas, por favor.

    Em um minuto, nós estávamos com tudo o que pedíramos na mão e eu me propus a pagar a conta de todos. Obviamente (Seu nome) não gostou nem um pouco dessa clara gentileza vindo da minha parte, mas com Manuela por perto, ela teve que conter sua insatisfação e permitir que eu prosseguisse no meu ato. Por conta disso, eu tive que repensar a minha ideia de ajudá-la a segurar tudo o que estava em suas mãos  incluindo os seus pedidos e o que ela havia solicitado para o namorado.

    Não demorou muito até que Harry nos encontrasse, distribuísse nossos ingressos e, então, pudéssemos seguir para a sala em que aconteceria o filme. Acabamos ficando em uma fileira bem centralizada e, embora eu esperasse ficar em um dos cantos, não aconteceu. Enquanto nos organizávamos na cadeira, (Seu nome) soltou, inocentemente:

     Eu tenho que ficar no meio de vocês, porque eu não quero nada pegando o meu pé durante a sessão e me arrastando para fora do cinema, ok?  avisou ela, já exalando o seu pavor pelo ar.
     Tudo bem, eu vou sentar do seu lado...  assegurou Harry, dando-lhe a mão.

    Eu ia me prontificar para que Manuela também sentasse no meio, entre a amiga e eu, mas não tive tempo de fazê-lo, porque quando estávamos nos dirigindo para os lugares na fileira, a luz da sala se apagou e começaram os trailers, logo após um grito assustado de (Seu nome), que lhe escapou acidentalmente  pelo menos foi o que deu a entender. Por fim, eu acabei me sentando entre ela e Manuela, o que me deixou levemente inseguro, mas a última não pareceu dar tanta importância assim, já com os olhos vidrados na tela.

    Eu não estava com muitas expectativas sobre aquele filme e, logo que começou, percebi que estava realmente certo em não esperar nada, porque não passava do enjoado usual. Um típico filme onde uma família se mudava para uma casa praticamente abandonada no fim do mundo e, sem suspeitar do porque o ambiente enorme e barato estava desabitado, eles ficam feliz da vida ignorando fatos e barulhos estranhos. Até começar o desespero, pistas e momentos de possessão. Bem clichê!

    Já estava ficando levemente entediado na parte em que as coisas começam a piorar, quando olhei para o lado e me deparei com uma (Seu nome) surtando perto de mim. Ela estava sentada com as pernas em cima da poltrona vermelha e, enquanto abraçava o joelho com uma mão, mantinha a outra apertada sobre o braço do Harry, que mal conseguia comer a própria pipoca por causa disso. Ela mal olhava para tela, já que tinha afundado o rosto no joelho e, raramente, levantava um pouco para checar o que tanto temia.

    Era uma cena que naturalmente eu acharia engraçado, mas não naquela situação. Era intrigante ver aquela garota tão acostumada a bancar a durona e a inflexível completamente amedrontada e vulnerável daquele jeito. Deixava-me de certa forma desconcertado e, mais do que isso, desconfortável com o que eu estava vendo. Não era apenas uma garota assustada, era a (Seu nome) e, por algum motivo que eu desconhecia, isso fazia diferença. Muita diferença.

     Manuela...  eu a cutuquei discretamente, tentando não fazer muito alarde.
     Fala.  ela sussurrou, chegando mais perto de mim, sem sequer tirar os olhos da enorme tela a nossa frente.
     Você se importa de trocar de lugar comigo?  indaguei.

    De imediato, ela pareceu surpresa, tanto que conseguiu desprender sua atenção por completo do filme e virou-se para mim, me fitando por um minuto. Eu já estava pensando em pedir que ela deixasse para lá, caso fosse a incomodar de alguma forma, mas algo em minha expressão fez com que Manuela assentisse rapidamente e, em poucos segundos, eu estava sentado na poltrona que antes lhe pertencia, enfiando meu suco garganta abaixo para me distrair.

    Sentado a uma distância segura, eu tentei esquecer a cena da (Seu nome) tremendo de medo, embora ela ainda estivesse bem ali. Não foi algo muito fácil, mas a minha preocupação comigo mesmo ajudou um pouco para que isso acontecesse. Aquele momento havia me deixado ligeiramente receoso quanto ao meu próprio comportamento. Afinal, como eu poderia em um momento querer esfregar milhares de verdades na cara de uma garota e fazê-la engolir sua teimosia e, no momento seguinte, estar me sentindo tão solidário em relação a ela?

    Não voltei a prestar atenção no filme e nem obtive uma resposta para a minha pergunta.

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Capítulo 15, anjinhos meus :)
    Eu espero que vocês gostem, embora esteja muito pequenininho, choremos :c Me desculpem, mas eu não sei o que aconteceu, acho que esse era para ser pequeno, embora tenha musiquinha e tudo. Aliás, palmas para a minha Clarice, anjo da minha vida. E, por falar nisso, caso vocês não tenham entendido a relação da música com o capítulo, é simples: a música fala sobre pequenos comportamentos psicóticos de amor e, embora não haja amorzinho no capítulo, Justin dá uma escorregadas de conhecimentos que o fazem parecer meio obcecado, então...
    Enfim, o capítulo de hoje é dedicado a Yas (sigam-na em @4youjb), que foi um super amor comigo, falando da ib e tudo mais. Enfim, muito obrigada, neném, por tudo, por ler o blog, por mostrar sua opinião e por ser um amor. Obrigada :)

   Por hoje, é só! Vejo vocês na quarta-feira!       

Um comentário:

  1. Cara amei esse capítulo *-*
    Acho tãão lindo o jeito que o Jus repara em tudo nela, e sem perceber, lembra de coisas que conhecia quando estavam juntos...
    Tomara que agora ela perceba isso, e embora eu ame o Harry, imploro pra ver os dois (Justin e a principal) juntos.
    Aguardando por mais :)))
    Beijinhos

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