Para impressionar...
Música do capítulo: Macaé - Clarice Falcão
Justin's POV
Logo que acabamos nossos lanches, um grupo
de meninas veio até nós e passamos alguns bons minutos tirando fotos, dando
autógrafos e conversando com todas elas, que pareciam profundamente animadas
pelo encontro. Embora uma delas já tivesse encontrado a mim e a (Seu nome)
algumas vezes antes, quando já estávamos separados e também enquanto
namorávamos, felizmente não fez nenhum comentário maior em relação a
isso, me poupando de um constrangimento a mais.
Eu nunca havia parado para pensar nisso,
mas depois daquele encontro, me ocorreu que, de uma forma ou de outra, minhas
fãs haviam “convivido” com o meu namoro com a (Seu nome) e isso me perturbou um
pouco, porque a opinião delas
importava. Eu nunca tinha parado para descobrir a fundo o que elas achavam
sobre esse relacionamento e nem como o término daquilo havia chegado até seus conhecimentos. Por um momento, fiquei com receio de eu ter sido visto como
o vilão, porque isso não era verdade. Ou era?
Aliás,
como a gente terminou mesmo?
A
animação de Manuela e (Seu nome) prendeu minha atenção para o atual momento,
mas antes mesmo que eu conseguisse perceber, nós já estávamos em uma loja de
roupas, onde as meninas passaram sabe-se quanto tempo decidindo qual calça
ficava melhor em cada uma e se deveriam ou não levar um sapato que era igual à
metade de todos os outros na loja.
Em geral, eu não era muito impaciente, mas
quando uma de suas amigas veste uma única calça, pede sua opinião como se você
fosse um metrossexual e, independente disso, fica arranjando mil e um defeitos
em seu próprio corpo, você realmente pensa em começar a bater a cabeça na
parede, várias vezes seguidas.
Eu já estava prestes a criar raízes
naquela loja com Harry, enquanto tínhamos uma conversa sem graça e comum,
quando finalmente, depois de incontáveis minutos, as duas retornaram até nós,
rindo como se tivessem acabado de sair de um stand-up ao invés de terem ficado
horas no dilema do sapato. E, quando tudo parecia já estar ruim o bastante, as
duas senhoritas apenas reservaram as peças que queriam, ao invés de comprar
tudo de uma vez. Em outras palavras, nós teríamos que voltar mais uma vez ali e,
com toda certeza, elas entrariam em outro debate sobre uma peça de roupa.
Dá-me paciência!
– Então... Onde vocês querem ir agora,
hein, senhoritas? – perguntou Harry, com o desânimo tangível em sua voz.
– Eu não sei. – a primeira resposta veio
de (Seu nome), que se virou rapidamente para a amiga – Alguma sugestão?
– Hã... Bem... – Manuela tinha algo a sugerir, sim, como sempre – Por que nós não vamos ao cinema ver se tem alguma
sessão para esse horário, hein? Nós temos a tarde e a noite toda livre,
então... Por que não?
– Por mim, tudo bem! – concordou
Harry, sem mais delongas.
Feito as escolhas, nós seguimos até o andar
do cinema, dessa vez, pelas escadas rolantes. Sinceramente eu gostava muito da
ideia de ir ao cinema, independente do filme, porque infelizmente não era algo
que eu podia fazer com muita frequência. Porém, se eu tivesse que aguentar o
Harry e a (Seu nome) se pegando, próximos a mim, durante a sessão, eu
provavelmente vomitaria dentro da sala.
Ao chegarmos ao saguão do cinema, havia
poucas pessoas no mesmo e o agradável cheiro de pipoca invadiu rapidamente as
minhas narinas. Eu gostava daquele ambiente. Gostava do som dos tickets sendo
arrancados, da bombonière no canto direito e da consciência do escuro das salas
logo atrás da demarcação composta por faixas de veludo vermelho.
– Ei, Harry, você pode comprar os
ingressos, enquanto eu e a Manuela vamos comprar alguma coisa para comermos
durante o filme? – falou (Seu nome), logo que nos aproximamos da fila.
– Claro! – concordou, sem pensar
muito – Qualquer filme nesse horário serve?
– Acho que sim... – ela sorriu, antes
de se virar para Manu – E, então, vamos?
– Agora! – Manuela se dirigiu a mim
rapidamente, antes de avançar até os doces – E você, Justin, vem comigo?
Aquela era uma proposta que não eu precisava nem pensar por um minuto, afinal, era mais do que óbvio que na situação em que eu estava, eu iria para onde quer que Manuela fosse. Se a doidinha me chamasse para lhe fazer companhia no banheiro feminino, eu iria sem piscar, embora isso fosse me causar grandes problemas com a mídia, que já não fora uma das minhas melhores amigas nos últimos anos.
Havia apenas duas pessoas na nossa frente
na fila e, durante o tempo de espera, fiquei observando enquanto Manuela e (Seu
nome) conversavam sobre o filme que estavam com vontade de ver há certo tempo.
Eu poderia até ter tentando participar do assunto, mas eu não tinha muita referência nesse sentido. Para falar a verdade, eu nem sequer sabia o que
estava em cartaz naquela semana.
– Ei, espera um pouco! – (Seu nome) interrompeu Manuela por um segundo, pegando o celular de dentro da bolsa – Hum, Harry me mandou uma mensagem...
– Ei, espera um pouco! – (Seu nome) interrompeu Manuela por um segundo, pegando o celular de dentro da bolsa – Hum, Harry me mandou uma mensagem...
– Ele já comprou os nossos ingressos? – indagou Manuela.
– Hã... Ainda não. – respondeu, sem
retirar os olhos da tela do celular – Ele disse que daqui a dez minutos começa
uma sessão, mas é um filme de terror. Tem algum problema para vocês?
– Por mim, está tudo bem.
– Por mim, também – suspirei, sem a
certeza de que ela se importaria com a minha opinião –, mas eu achei que você
mesma não gostasse de filmes de terror.
– É, eu não gosto, mas eu vou dar um
jeito de dormir durante a sessão, ficar de olhos fechados, arrancar o braço de
alguém. Eu ainda não sei bem, mas tudo... – ela parou de falar subitamente e
encarou o vazio, parecendo pensativa e ao mesmo tempo chocada – Eu não gosto de
filmes de terror!
– Ei, olha, é a nossa vez! – Manuela
desconversou rapidamente, colocando-se à frente do balcão, onde a atendente
esperava nossos pedidos pacientemente.
Naquele momento, agradeci milhares de vezes à Manuela por estar ali, porque ela era a única capaz de me retirar das
situações mais simples, porém que se transformavam no fim do mundo aos olhos da
nem tão doce (Seu nome). Ela entendia a amiga muito melhor do que eu e, por
assim ser, conseguia contornar quase tudo, antes que virasse um grande
dramalhão e uma desculpa para que ela me odiasse ainda mais.
Assim, avançamos rapidamente para frente do
balcão, onde Manuela se debruçou, analisando suas opções. Porém, durante esse
minúsculo intervalo de tempo, a expressão de confusão no rosto da (Seu nome)
não desapareceu, embora ela continuasse sem olhar para mim. Ela permanecia a
fitar o chão, quieta e visivelmente alheia ao que ia acontecendo a sua volta.
– Pipoca? – perguntou a atendente, utilizando do tom gentil.
– Pipoca? – perguntou a atendente, utilizando do tom gentil.
– Hã, sim, com manteiga e no tamanho
pequeno, por favor. – respondeu Manuela, tamborilando as unhas sobre o balcão – E dez balinhas de menta também.
– Então... Pipoca? – perguntou
novamente, dessa vez para a (Seu nome), após pegar todo o pedido da Manu.
– Hã...
– Não. – interrompi, sem o real
propósito de fazê-lo – Ela não gosta tanto assim de pipoca. Prefere assistir
filmes comendo chocolate.
Essa saiu sem querer, eu juro.
Eu estava começando a pensar que não fora
uma ideia tão boa assim pedir que Manuela me desse algumas orientações sobre a
(Seu nome), porque a minha vontade de esfregar na cara dela todo o meu
conhecimento me tirava um pouco do controle e, mais do que isso, fazia com que
eu parecesse quase louco ou obcecado. Aliás, o tiro estava saindo pela culatra,
considerando que, mesmo sem fazer qualquer contato visual, eu soube que ela
estava me olhando como se fosse capaz de devorar meus olhos no café da manhã.
– Você quer parar de falar por mim e
contestar o que eu faço? – disparou, por fim, nem um pouco amigável – Como você
sabe essas coisas sobre mim, hein?
– E por que não saber? – virei o
jogo, tentando esconder que eu estava ligeiramente sem graça.
– Pessoal, sem estresse, ok? – Manuela interviu, rapidamente – A moça ainda está esperando o resto do nosso
pedido, então... O que vai ser, hein?
– Bom, eu vou mesmo querer o
chocolate. Duas barras do meio amargo e uma garrafa de água, por favor. Ah, e
também uma pipoca e Coca-cola, ambos no tamanho médio.
– E para o senhor? – ela se dirigiu
para mim, afinal.
– Ah... Só um suco de frutas
vermelhas, por favor.
Em um minuto, nós estávamos com tudo o que pedíramos na mão e eu me propus a pagar a conta de todos. Obviamente (Seu nome) não gostou nem um pouco dessa clara gentileza vindo da minha parte, mas com Manuela por perto, ela teve que conter sua insatisfação e permitir que eu prosseguisse no meu ato. Por conta disso, eu tive que repensar a minha ideia de ajudá-la a segurar tudo o que estava em suas mãos – incluindo os seus pedidos e o que ela havia solicitado para o namorado.
Não demorou muito até que Harry nos
encontrasse, distribuísse nossos ingressos e, então, pudéssemos seguir para a
sala em que aconteceria o filme. Acabamos ficando em uma fileira bem
centralizada e, embora eu esperasse ficar em um dos cantos, não aconteceu. Enquanto
nos organizávamos na cadeira, (Seu nome) soltou, inocentemente:
– Eu tenho que ficar no meio de vocês,
porque eu não quero nada pegando o meu pé durante a sessão e me arrastando para
fora do cinema, ok? – avisou ela, já exalando o seu pavor pelo ar.
– Tudo bem, eu vou sentar do seu
lado... – assegurou Harry, dando-lhe a mão.
Eu ia me prontificar para que Manuela também sentasse no meio, entre a amiga e eu, mas não tive tempo de fazê-lo, porque quando estávamos nos dirigindo para os lugares na fileira, a luz da sala se apagou e começaram os trailers, logo após um grito assustado de (Seu nome), que lhe escapou acidentalmente – pelo menos foi o que deu a entender. Por fim, eu acabei me sentando entre ela e Manuela, o que me deixou levemente inseguro, mas a última não pareceu dar tanta importância assim, já com os olhos vidrados na tela.
Eu não estava com muitas expectativas sobre aquele filme e, logo que começou, percebi que estava realmente certo em não esperar nada, porque não passava do enjoado usual. Um típico filme onde uma família se mudava para uma casa praticamente abandonada no fim do mundo e, sem suspeitar do porque o ambiente enorme e barato estava desabitado, eles ficam feliz da vida ignorando fatos e barulhos estranhos. Até começar o desespero, pistas e momentos de possessão. Bem clichê!
Já estava ficando levemente entediado na
parte em que as coisas começam a piorar, quando olhei para o lado e me deparei
com uma (Seu nome) surtando perto de mim. Ela estava sentada com as pernas em
cima da poltrona vermelha e, enquanto abraçava o joelho com uma mão, mantinha a
outra apertada sobre o braço do Harry, que mal conseguia comer a própria pipoca
por causa disso. Ela mal olhava para tela, já que tinha afundado o rosto no
joelho e, raramente, levantava um pouco para checar o que tanto temia.
Era uma
cena que naturalmente eu acharia engraçado, mas não naquela situação. Era
intrigante ver aquela garota tão acostumada a bancar a durona e a inflexível
completamente amedrontada e vulnerável daquele jeito. Deixava-me de certa forma
desconcertado e, mais do que isso, desconfortável com o que eu estava vendo.
Não era apenas uma garota assustada, era a (Seu nome) e, por algum motivo que
eu desconhecia, isso fazia diferença. Muita diferença.
– Manuela... – eu a cutuquei discretamente, tentando não fazer muito alarde.
– Fala. – ela sussurrou, chegando
mais perto de mim, sem sequer tirar os olhos da enorme tela a nossa frente.
– Você se importa de trocar de lugar
comigo? – indaguei.
De
imediato, ela pareceu surpresa, tanto que conseguiu desprender sua atenção por
completo do filme e virou-se para mim, me fitando por um minuto. Eu já estava
pensando em pedir que ela deixasse para lá, caso fosse a incomodar de alguma
forma, mas algo em minha expressão fez com que Manuela assentisse rapidamente
e, em poucos segundos, eu estava sentado na poltrona que antes lhe pertencia,
enfiando meu suco garganta abaixo para me distrair.
Sentado
a uma distância segura, eu tentei esquecer a cena da (Seu nome) tremendo de
medo, embora ela ainda estivesse bem ali. Não foi algo muito fácil, mas a minha
preocupação comigo mesmo ajudou um pouco para que isso acontecesse. Aquele
momento havia me deixado ligeiramente receoso quanto ao meu próprio
comportamento. Afinal, como eu poderia em um momento querer esfregar milhares
de verdades na cara de uma garota e fazê-la engolir sua teimosia e, no momento
seguinte, estar me sentindo tão solidário em relação a ela?
Não voltei a prestar atenção no filme e nem
obtive uma resposta para a minha pergunta.
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Capítulo 15, anjinhos meus :)
Eu espero que vocês gostem, embora esteja muito pequenininho, choremos :c Me desculpem, mas eu não sei o que aconteceu, acho que esse era para ser pequeno, embora tenha musiquinha e tudo. Aliás, palmas para a minha Clarice, anjo da minha vida. E, por falar nisso, caso vocês não tenham entendido a relação da música com o capítulo, é simples: a música fala sobre pequenos comportamentos psicóticos de amor e, embora não haja amorzinho no capítulo, Justin dá uma escorregadas de conhecimentos que o fazem parecer meio obcecado, então...
Enfim, o capítulo de hoje é dedicado a Yas (sigam-na em @4youjb), que foi um super amor comigo, falando da ib e tudo mais. Enfim, muito obrigada, neném, por tudo, por ler o blog, por mostrar sua opinião e por ser um amor. Obrigada :)
Por hoje, é só! Vejo vocês na quarta-feira!
Cara amei esse capítulo *-*
ResponderExcluirAcho tãão lindo o jeito que o Jus repara em tudo nela, e sem perceber, lembra de coisas que conhecia quando estavam juntos...
Tomara que agora ela perceba isso, e embora eu ame o Harry, imploro pra ver os dois (Justin e a principal) juntos.
Aguardando por mais :)))
Beijinhos