19 fevereiro 2014

5. You Make Me Love You - Capítulo 16

Joguinhos

Belieber's POV
    Cheguei em casa completamente acabada, mas com uma nova calça jeans e um scarpin com um salto incrível que Manuela me convencera a comprar. Além disso, eu tinha comido tanta porcaria em um dia só que já conseguia imaginar todas as minhas roupas começando a ficar apertadas em mim. Era superficial da minha parte, mas eu estava prestes a casar e, se por algum motivo, aquele vestido resolvesse não caber em mim no grande dia, bem, eu me suicidaria ali mesmo.

    Larguei as bolsas da loja no sofá e resisti a vontade de desabar por ali também. Assim, após dar um pequeno selinho em Harry, me pus a subir as escadas até o meu quarto, com o mínimo de ânimo possível. Aliás, toda a minha animação deveria ter ido parar nos meus pés, que estavam ambos pesados e fazendo com que cada degrau fosse uma tortura. A ideia de colocar um elevador naquela casa se tornava cada vez mais uma futura realidade.

    Assim que cheguei ao meu quarto, abri a porta, quase a escancarando e retirei os sapatos ainda de pé  aqueles tênis eram absurdamente lindos, mas não era um achado no quesito conforto. Em seguida, me arrastei até o banheiro, ansiosa para tirar de mim todo aquele cansaço, dor e sabe-se lá mais o que meu corpo jovem estaria predisposto a sentir. A única coisa que eu queria naquele momento era tomar um banho bem quente e cair na cama.

    Encostei a porta, despreocupada com invasões, e arranquei a jaqueta do corpo, antes de me sentar na beirada da banheira e, devagar, ir deslizando até estar deitada dentro da mesma. Eu estava parecendo uma bêbada desorientada deitada ali, com minha peça de roupa preta em cima do rosto, bloqueando a luz que queimava os meus olhos e me torturava ainda mais, quando eu já não estava em um estado muito bom da minha vida. Todo o meu interior parecia estar explodindo.

     (Seu nome)...  uma voz ecoou por ali, me dando a certeza de que alguém acabara de entrar ali.
     Deus?  murmurei, sem me mover um milímetro sequer  É você? Eu estou pronta para ir...
     (Seu nome)? Cadê você?  eu poderia jurar que conhecia aquela voz, mas eu estava delirando de sofrimento  Por acaso, você está bêbada? Achei que já tivesse parado de tentar beber.

    Ignorei aquela provocação, vinda de uma voz feminina e, no momento, enjoada demais para ser Deus, e apenas levantei o braço direito, indicando onde eu poderia ser achada. Eu não estava em condições de fazer mais do que isso e, com certeza, levantar não era uma opção. A verdade era que havia uma enorme possibilidade de eu acabar dormindo ali mesmo, sem me importar com a frieza do material do qual era feito aquela "cama improvisada".

     (Seu nome), o que você está fazendo?

    Fazendo um esforço maior do que o necessário, retirei um pouco da jaqueta do rosto e espiei por um olho só, para me certificar de que eu não estava ficando louca. Felizmente não estava. Manuela estava sentada na beira da banheira, olhando-me com um ar meio incrédulo e divertido como se eu, de fato, estivesse fazendo algo muito surpreendente. Eu poderia ter ignorado ou mesmo mandado que ela fosse me procurar no fim do mundo, mas eu ficaria com peso na consciência futuramente.

     No momento, sofrendo.  respondi, de má vontade.
     Cólica?  insistiu ela, com uma precisão que chegou a me assustar.
     Como você sabe? 
     Primeiro, porque eu te conheço e, segundo, porque você está com a mesma expressão corporal de drama que você sempre fica quando está nesses dias. Aliás, estica esse corpo e tira essa jaqueta da cara!  ordenou, nadando em ilusões ao achar que eu daria atenção a suas palavras.  Enfim, você quer que eu pegue um remédio ou algo do tipo?
     Não, eu vou deixar para tomar alguma coisa antes de dormir...  miei, procurando outra posição em que a dor amenizasse um pouco.
     Se você prefere assim...  ela fez uma pausa e, segundos depois, conteve uma pequena risada  Falando sobre isso, lembra quando nós éramos mais novas e tão grudadas que o nosso ciclo era até parecido?
     Claro que eu lembro, ficávamos de TPM quase ao mesmo tempo e fazíamos o Lucas querer morrer.  ri diante daquelas lembranças cômicas  Isso não acontece mais, não é? Ou estou enganada? Você também...
     Não. Na verdade, eu...  ela parou de falar por um segundo e eu pude jurar que a morena havia se distraído com qualquer coisa como sempre fazia  Na verdade, ainda faltam alguns dias para mim.
     Sorte a sua...  suspirei, antes de colocar a cabeça para funcionar só um pouquinho e entender que aquele papo estava furado demais  Mas... Você não veio aqui só para conversar sobre esses problemas femininos, veio? O que está acontecendo, hein, Manuela?

    Houve um silêncio longo demais e eu soube, no exato segundo, que eu tinha feito a pergunta correta. Manuela era rainha em chegar de mansinho, antes de jogar a bomba no seu colo e, qualquer que fosse o assunto que ela estava protelando, eu sabia que não ia gostar tanto assim. Dessa forma, aguardei o suspense involuntário dela para preparar a mim mesma para o que estava por vir.

     Me diz você, (Seu nome)!

    Tudo bem, por essa eu não esperava.

    Imediatamente retirei a jaqueta de cima do rosto e fitei Manuela por um instante, buscando em seu olhar alguma pista para o que ela queria dizer, mas eu não consegui arregalar os olhos o bastante para descobrir o que se passava naquela mente. A frustração apenas me deu vontade de bater com a cara dela nos azulejos do meu banheiro por ter a coragem de revirar um jogo de forma tão injusta quando eu nem sabia que estava jogando.

     Do que você está falando, hein?  indaguei, franzindo o cenho, completamente confusa.
     (Seu nome), quando eu cheguei aqui, nós tivemos aquela pequena discussão, mas quando eu perguntei se queria que eu inventasse uma desculpa e fizesse o Justin ir embora, você negou e disse que seria rude e tentaria lidar com isso, mas não é isso que eu estou vendo ultimamente.  explicou, com um tom de superioridade que fazia parecer que ela estava completamente certa em suas palavras  Sim, era rude da sua parte praticamente expulsar o menino da sua casa e fico feliz que você não o tenha feito, mas tratá-lo como um traste também não é uma atitude muito notável.
     Eu não tenho ideia do que você está falando, Manuela...  disfarcei, revirando os olhos.
     Ah, não? Não mesmo?  ela ergueu uma sobrancelha, surpresa pelo fato de eu ter tamanha cara de pau para dissimular algo tão óbvio  E quanto ao que você fez com ele hoje no cinema? (Seu nome), você quase arrancou a cabeça do Justin só porque ele falou que você prefere chocolate a pipoca, o que é uma verdade incontestável.
     E o que você esperava que eu fizesse, Magalhães? Desse parabéns? Eu não gosto de gente que se intromete no que não é chamado, coisa que ele vem fazendo com muita frequência desde que chegou nessa casa.  explodi, desconcertada por aquela afronta  E, outra, como ele pode saber dessas coisas em primeiro lugar, hein?
     Eu...  Manuela pigarreou antes de continuar  Eu não tenho ideia!

    Eu não tinha certeza desde quando Manuela havia ficado tão clara quanto eu, mas aquilo era uma forma muito indiscreta de esfregar a verdade na minha cara e fazer com que eu me sentisse a pessoa mais burra do universo. Ao mesmo tempo em que uma ira ardente ia crescendo dentro de mim, eu me perguntava como eu não havia pensando naquela possibilidade antes. Era a mais óbvia, a mais aceitável, a mais traidora, porém, acima de tudo, era a única do mundo que fazia sentido. Seria bobo da minha parte pensar diferente.

   Foi desse jeito meio despropositado que Manuela assumiu todas as minhas suspeitas anteriores. Aquela morena traidora tinha acabado de despejar a verdade, que estava, sim, tramando com o inimigo, que estava ajudando um moleque inconsequente ao invés de auxiliar sua melhor amiga quando a mesma se aproximava do dia mais importante de toda a sua existência. Essa atitude era tão mesquinha e idiota.

    Eu estava com fumaça saindo dos ouvidos e prestes a começar a cuspir fogo na cara daquela boba sem graça, quando me levantei bem devagar da minha confortável posição na banheira e aproximei o meu rosto do dela, quase encostando nossos narizes. Eu queria queimá-la com o meu olhar, mas me limitei a apenas fuzilá-la em minha mente, enquanto sussurrava a ameaça mais amistosa que eu poderia pensar, porém no tom mais ameaçador que eu conseguia.

     Manuela Magalhães de Oliveira, se você acha que vai me fazer de boba, está muito, muito enganada. Eu abriria meu olho se fosse você!

    Respirei fundo, antes de lhe dar as costas e sai definitivamente da minha cama de brincadeira, pegando minha jaqueta em seguida. Ignorando por completo Manuela, retirei a blusa e pendurei minhas peças no gancho, ficando apenas de short e sutiã, antes de começar a pentear o cabelo, enquanto me admirava no espelho. Minha cara estava amarrada, mas internamente eu estava satisfeita por ainda não ter começado a tacar as coisas por aí, a dramatizar e destruir metade do meu próprio cômodo, embora eu fosse capaz de fazê-lo.

     Achei que você estava com cólica demais para sequer se mover...  comentou ela, perdendo a noção do perigo.
     A raiva faz a dor passar.  rosnei, entre os dentes.
     (Seu nome), dá para parar com isso?  insistiu, levantando-se e caminhando até mim  Eu achei que você já tivesse passado da idade de perder tempo com joguinhos.
     Engraçado, porque eu pensei o mesmo de você!  provoquei.
     Eu estou falando sério! Eu não sei qual é o seu problema. Quando você me falou que deixaria tudo como estava, que iria até convidar o Justin para o seu casamento, eu achei que você estava levantando bandeira branca. Achei que você estava disposta a tentar ser ao menos amigável com ele. Por que essa agressividade agora?  o modo como ela me questionava estava começando a me tirar do sério, porque, de alguma forma, eu sempre tinha que estar errada na história  (Seu nome), nós duas sabemos que Justin é um doce. Ele é gentil, cavalheiro, uma ótima pessoa com um coração maravilhoso. Por que isso, então?
     Porque é você quem está dizendo isso, não eu.  afirmei  Não ouse colocar palavras na minha boca, ok?

    Ela estava começando a perder as estribeiras comigo, mas eu não me importava, porque estava cansada de ser repreendida. Embora eu não fosse mimada e soubesse reconhecer meus erros, aquela situação não era algo a ser debatida, afinal, não havia uma lei no mundo que dissesse que eu precisava ser mais do que só educada com um garoto que fora como uma pedra na minha vida. E, se eu não estava sequer utilizando da educação com ele, era porque Justin nunca me dava brecha para isso, sempre metendo aquele narizinho branquelo onde não era chamado, sempre forçando sua intromissão em minha vida, quando o cadeado dos portões para a mesma já estava fechado há muito, muito tempo.

     Ótimo, (Seu nome). Você quer continuar com isso? Tudo bem, nós vamos fazer do seu jeito, então.  Manuela explodiu de raiva, por fim, enquanto se afastava de mim e seguia em direção à porta  Mas, se eu fosse você, tomaria um pouco mais de cuidado, porque você pode até não se lembrar, mas eu me recordo perfeitamente. Nós duas sabemos onde esse joguinho de caras feias e hostilidade termina...
     Eu não sei do que você está falando.
     Não sabe?  ela fez uma expressão de incredulidade, já prestes a atravessar a porta  Isso é o que veremos...

    E, então, ela saiu, afinal, me deixando sozinha, mas não completamente. Como se não bastasse vir me estressar, Manuela ainda tinha feito o enorme favor de encher minha cabeça com besteiras, como se eu já não tivesse milhares de outras coisas com o que me preocupar, problemas demais para lidar. Aliás, um desses problemas envolvia um dicionário, que eu teria que dar para Manu o mais urgente possível para que ela se lembrasse do significado da palavra "amiga".

    Eu aposto que não teria nada parecido com "indivíduo disposto a te enlouquecer e trair sua confiança por não ser capaz de esquecer um passado que deveria ser enterrado a sete palmos" na descrição.

    Tentei retornar às minhas atividades comuns antes de dormir, mas não foi tão fácil depois daquela conversa. Eu tomei banho, hidratei a pele, me vesti, ajeitei o banheiro, dei uma geral no quarto e fui me deitar ainda com as palavras dela  que mais pareciam uma ameaça do destino  ecoando em minha cabeça. Se minha situação já estava ruim tendo que lidar com aquela cólica que corroía meu corpo todo de uma forma terrível, tudo só havia piorado, porque tentar dormir com cólica e dor de cabeça não é a coisa mais fácil do mundo.

    Obrigada, Manuela!


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Capítulo 16, gurias. :)
    Então, esse é o capítulo de hoje e esse vai ficar sem ser dedicado para ninguém, por motivos de: São 23h07 e eu andei muito, muito hoje (fui caçar meu material e tudo. Gente, hoje é terça-feira. Semana que vem, dia 10/02 começam minhas aulas. Vocês conseguem ouvir meu choro? Na verdade, provavelmente não, porque quando vocês lerem isso já vou estar na segunda, acho, semana de aula e espero já estar conformada, enfim...). Resumindo, eu estou morrendo de cansaço, mas passando os capítulos rapidinhos para o blog.
    Por hoje, é só. Até sábado!
    Amo vocês :)

Um comentário:

  1. Graças ao not da minha mãe consegui comentar aqui huahu
    eu fico pensando quando acabar essa ib o que vai ser da minha vida hau
    Juh, eu to com pressa mas eu precisava comentar aqui pra c saber q eu continuo aqui., e aguardo ate hj um encontro do Chaz e do Lucas huah ia ser hilario, reflita hah
    preciso ir, te amo gatinha :3

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