5. You Make Me Love You - Capítulo 6

Nem tão bem-vinda assim...

Belieber's POV
    Já havia passado o horário do crepúsculo, o jantar estava quase todo encaminhado e eu estava no banheiro do meu quarto, com boa parte do meu corpo submersa na banheira, completamente cheia de espumas. Ao fundo, meu celular estava com “Little Things” versão acústica no repeat e eu estava começando a me sentir perfeitamente dopada pelo aroma maravilhoso daquela loção que eu derramara na banheira, antes de me afundar na mesma.

    Eu já nem lembrava mais há quanto tempo estava ali, mas não queria sair. Havia flashbacks de toda a minha vida se misturando com futuros que eu criava com a minha imaginação fértil demais. Eu gostava tanto de fazer aquilo que soava até bobo. Na verdade, era mesmo. Eu, criando futuros aleatórios, como uma adolescente no primeiro ano do colégio. Por essa razão, aquilo era mantido em extremo segredo. Só eu e minha imaginação.

    Quando a música chegou na minha parte preferida – a que Niall canta "If I let you know, I'm here for you, maybe you'll love yourself like I love you" –, eu soltei um suspiro estupidamente longo e me deixei pensar em Harry só por mais alguns minutos. Aquela música não havia sido escrita para mim nem em sonho, mas eu gostava de pensar que em cada sintonia de amor ali tinha um pouco de nós dois. Aquele era um dos raros momentos que eu me obrigava acreditar em um destino mais forte de tudo, um destino que já estivera traçado há muito tempo.

    – (Seu nome)! – Harry me gritou, em algum lugar do me quarto. – Você está pronta?
    – Quase... – menti, me sentindo culpada.
    – Bem, Manuela acabou de chegar. Ela ainda está animada, falando muito e parece muito ansiosa para te ver. Ah, você sabia que...
    – Harry, você pode me fazer um favor? – interrompi-o, miando completamente sem graça e já me preparando para abandonar minha banheira relaxante – Distraia-a para mim, por favor. Eu já estou quase acabando.

    Não obtive uma resposta, mas o eco da porta do meu quarto se fechando pareceu o suficiente para me dar a certeza de que ele cederia ao meu pedido, porém não para me acalmar. Minha melhor amiga, que eu não via há um tempo considerável, estava me esperando no andar de baixo, e o que eu estava fazendo? Perdendo tempo, esparramada no meio de um monte de espuma que me sufocaria em breve.

    Em um pulo, abandonei a banheira, levantando-me, e segui para tomar uma ducha rápida, apenas para retirar os resquícios de espumas do meu corpo. Porém, precisei ficar repetindo mentalmente na minha cabeça que não deveria demorar tanto tempo debaixo do chuveiro, como sempre fizera. Eu precisava descer em questão de minutos.

    Afinal, como aquela maluca estaria? Só havia se passado algumas longas semanas desde que eu vira Manuela pela última vez, mas conhecendo aquela garota como eu conhecia, nesse espaço de tempo, ela já poderia ter feito tanta coisa e mudado completamente suas convicções. Será que ela ainda estaria com o mesmo corte de cabelo? Ela já havia mudado sua cor, música e filme favorito naquela semana? Que careta ela havia passado horas ensaiando na frente do espelho para quando me encontrasse?

    Ansiosa para acabar com todas essas perguntas, desliguei o chuveiro e enrolei-me na toalha, antes de tirar a pequena tampa do ralo da banheira para fazer toda aquela água e espuma escoar depressa. Era engraçado eu me preocupar em deixar tudo na perfeita ordem, porque até um tempo atrás, eu era infantil o suficiente para achar que sempre teria alguém a minha disposição, alguém para limpar a bagunça que eu sempre fazia. Sim, era um pensamento mesquinho e bobo, que felizmente a vida me fez esquecer. Com o tempo, eu aprendi a cuidar da minha própria bagunça – assim como as bagunças criadas por Harry também, que era mais bagunceiro do que pensava.

    Enquanto a minha calmaria descia pelo ralo, aproveitei o momento para ir penteando o cabelo, decidindo deixá-lo úmido mesmo, já que não havia tempo para perder com o secador. Assim que terminei de fazê-lo, sequei todas as regiões ainda molhadas do meu corpo, vesti a minha roupa íntima e guardei a toalha em seu devido lugar, esperando não ter que voltar para arrumar nada tão cedo.

    De volta ao quarto, caminhei até o armário para escolher algo para vestir, afinal, havia visitas em casa e, como alguns velhos hábitos nunca mudam, aquilo significava que diferente do usual, eu teria que me vestir decentemente e usar um sorriso qualquer no rosto, fingindo que eu sempre andava assim tão arrumada. Era meio patético, porque era de conhecimento geral que todas as pessoas do mundo ficam de moletom e descabeladas em suas casas, exceto no caso de intrusos estarem invadindo sua privacidade com um convite educado, como estava acontecendo naquela noite.

    Assim, acabei me decidindo por um short jeans simples, uma camiseta branca com os dizeres "I love food" e uma rendinha no decote e, por fim, um cardigan de tom pastel, cujo as mangas eu puxei para cima, já que não estava nem de longe frio. Finalizei toda aquela produção desnecessária com sapatilhas de cor neutra e um batom vermelho nos lábios. Sim, eu estava teoricamente me maquiando para permanecer na minha casa e receber a minha melhor amiga. Isso é resultado dos efeitos terríveis que a mídia tem sobre você...

    Enquanto deixava o quarto e descia até a sala de estar, ansiosa para abraçar Manuela, não pude deixar de pensar o quanto eu era mal educada por não ter me oferecido para buscá-la no aeroporto. Porém, Manu já viera a minha casa milhares de vezes e eu avisara que os meus compromissos do dia – como ficar agarrada com Harry, com o mínimo de privacidade, provavelmente pela última vez – me impediriam de ir até ela, então, talvez, eu não fosse uma amiga tão ruim assim. Com exceção do fato de que, nem na minha própria casa, eu estava pronta para recebê-la.

    Os anos passavam e eu continuava um desastre.

    Mas Manuela iria entender, assim como vinha fazendo durante anos...

    Ou não. Talvez fosse eu quem estivesse na posição de pedir explicações ali.

   Logo que desci o último degrau, pisando no chão com o pé direito, avistei todas as outras pessoas presentes naquela casa sentadas no sofá, conversando animadamente. Harry estava com o tom de verde que lhe caía perfeitamente bem, deixando seus olhos claros em evidência do jeito que eu gostava. Manuela trajava um vestido floral e curto, que lhe deixava com um ar feminino e doce, fazendo-a parecer bem mais indefesa do que realmente era.

    E, bom, eu realmente gostaria de poder dizer que a cena estava completa e agradável, que tudo terminava com aquela descrição feliz e com uma boa dose de gargalhadas no começo da noite, mas não era bem assim.

    Bem ao lado de Manuela, minhas veias pulsavam fortemente, enquanto o sangue que era bombeando de meu coração rodava todo o meu corpo em uma velocidade fora do normal. Eu teria vomitado, provavelmente teria reconsiderado a ideia de um suicídio naquele momento – eu poderia subir as escadas de novo e simplesmente de jogar de lá de cima –, mas tudo já tinha saído mais do que errado mesmo. Bem ao lado de Manuela, ele ainda tinha o cabelo perfeito e o rosto que era uma mistura de homem maduro e neném que precisava de proteção.

    – Ei, (Seu nome), é você mesmo! – Manuela se levantou do sofá ao perceber minha presença e acabou por matar qualquer vestígio de conversa anterior.

    Eu já havia passado por momentos bem conturbados com Manuela. Na nossa pré-adolescência, eu dizia que iria raspar as sobrancelhas dela, caso ela fizesse algum escândalo por motivo bobo. Há alguns consideráveis anos atrás, eu realmente experimentei o que era sentir raiva dela e fiquei durante muito tempo desejando enfiar garfos em seus olhos e chamando-a de cobra. Mas, ali, bem ali, na minha sala de estar tão bem decorada, debaixo do meu teto, a poucas semanas do melhor dia da minha vida, eu quis rasgar o corpo dela por completo, aplicando-lhe métodos de tortura da época da ditadura.

    – Oi, Manu! – sorri de volta, da forma mais forçada que foi possível, sem disfarçar o meu olhar assassino.
    – Senti tantas saudades! Nem parece que faz só um mês desde que eu vi essa sua cara feia pela última vez...

    Em um minuto, a morena pulou em cima de mim, me dando um dos seus abraços matadores. Eu geralmente não gostava disso, porque fazia meus ossos doerem, mas acabava superando, apenas por saber que toda aquela força era provocada por o amor súbito da nossa amizade. Mas, naquele segundo, eu retribui aquele abraço – e eu nunca fora de recusar abraços, mesmo que fossem dolorosos – da forma mais desanimada que consegui.

    Eu não queria abraçar aquela menina, queria era bater a cara dela no chão, até todos os seus dentes caírem.

    Ao se afastar de mim, percebendo minha falta de animação, Manuela pareceu constrangida e, fazendo aquele bico de criança arrependida, me lançou um olhar de "você disse que eu poderia trazer quem eu quisesse", mas o seu sorriso felizmente era de um "eu sinto muito", o que quase me fez amolecer diante dele. Possivelmente aquele tinha sido a expressão escolhida por ela para ser utilizada essa noite...

    Talvez a saudade até pudesse ter vencido toda a desgraça daquele momento, mas ao direcionar meu olhar para um ponto além de Manuela, notei aquele ser completamente desagradável e nauseante aproximando-se sorrateiramente, como um animal selvagem prestes a atacar. Mesmo que sua expressão não fosse tão ameaçadora, qualquer um que conhecesse um pouco melhor aquele garoto saberia o rastro de destruição que sua essência inteiramente podre conseguia deixar por onde quer que ele passasse.

    Manuela abriu espaço quando notou seu amigo logo atrás e, ainda parecendo um pouco tensa, ela olhou para ele por um longo minuto, antes de voltar seu olhar novamente para mim – com a mesma carinha que buscava compreensão – e, mais uma vez, voltou a fitá-lo.

    – Bem, (Seu nome), aqui está... – ela respirou fundo, fazendo uma pausa desnecessária em uma tentativa fracassada de aliviar a tensão – Justin!

    Todo o meu corpo estremeceu. De novo.

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    Tanãn, capítulo 6, como prometido. Assim como Justin, como prometido, hahahaha. Eu avisei para vocês que o foco do blog não havia se perdido, afinal, se a fic foi criada por causa do Justin, por qual motivo eu simplesmente inverteria tudo de uma hora para outra? Eu falei para vocês que voltaríamos a falar dele, porém a questão é... Isso veio para melhorar a situação? Ou piorar isso de vez?
    De qualquer forma, tenhamos paciência!    Enfim, por hoje, é só, mas eu tenho uma fic para indicar para vocês (que vai agradar principalmente quem curte também a cantora Carly Rae Jepsen). É a fic "Our destiny" da Carol, uma leitora linda do blog. Eu nem sei se eu já a indiquei para vocês, mas, de qualquer forma, vocês deveriam ler. Segue o link da fic no animespirit:

 http://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-justin-bieber-our-destiny-1332628

    Por hoje, é só, minhas lindas! Eu espero que vocês tenham gostado do capítulo. Leiam, comentem, me amem, me odeiem, sintam a minha falta. (:
    Amo vocês, bebês!