02 agosto 2013

4. You Make Me Love You - Capítulo 16



                                     Primeiras palavras



 Justin's POV
     Sozinho e entediado.

    Deitado em minha cama de uma maneira não convencional, eu usava o controle remoto para fazer a enorme televisão no centro do quarto me mostrar tudo o que passara nas centenas de canais disponíveis. Todas as coisas em meu quarto ainda pareciam extremamente supérfluas, o que não permitia que eu me sentisse tão à vontade ali, especialmente quando meus olhos já estavam cansados da claridade em excesso do meu celular, quase sempre conectado ao twitter.

    Para completar, Manuela havia simplesmente desaparecido, há mais de horas. Ela me deixara no quarto para almoçar, já que eu recusara e depois dissera que tinha uma ligação a fazer. Considerando o tempo decorrido, ela com certeza havia ido construir um celular para poder ligar para alguém. E com “alguém”, eu quero me referir a um possível galã brasileiro com quem ela tem um caso, pelas minhas costas.

    Seria uma bela hipótese, se eu não fosse tão insubstituível!

    Observando enquanto um programa completamente desinteressante falava sobre os mais variados tipos de gramas para um jardim, comecei a me perguntar o que eu ainda estava fazendo ali. Não em meu quarto, mas naquela situação. Por que eu ainda continuava passando os meus dias sobre um cuidado que eu já não precisava mais? Por que eu permanecia em casa, sem fazer nada de produtivo e em um ócio tão constante que meus músculos começavam a se queixar de dormência? Por que eu estava perdendo meu tempo?

   Antes que eu pudesse achar qualquer resposta para uma dessas perguntas, ouvi alguém bater à porta. A única certeza que eu tinha era de que não era Manuela, pois esta já se habituara a entrar sem fazer qualquer tipo de cerimônia. Porém, a ideia de ter uma companhia no momento, fez com que eu parecesse um tanto quanto desesperado com a minha instrução seguinte:

    – Entra, rápido! – berrei, um segundo antes de começar a questionar porque havia feito aquilo.
    – Justin? – perguntou minha mãe, logo que abriu a porta do quarto, entrando – Está tudo bem?
    – Hã... Claro! – respondi, levemente embaraçado por minha aparência carente demais.

    Minha mãe escondeu um risinho, que eu fingi não ter visto apenas para não lhe dar o gostinho de saber que eu tinha consciência de ela estar rindo da minha cara. Ignorando meu momento vergonhoso, observei que ela carregava uma pequena bandeja que continha alguns poucos alimentos com aparência bem tentadora. Era um gesto claro para demonstrar que ela estava preocupada por eu não ter almoçado e, depois do susto há alguns meses atrás, eu não podia culpá-la por se importar demais com coisas pequenas.

    – O que é isso? – perguntei, me fazendo de desentendido, enquanto ela se sentava delicadamente sobre a cama.
    – Isso, moço, se chama lanche da tarde! – respondeu, olhando-me de forma autoritária.
    – Pattie Mallette, se eu não te conhecesse, acharia que você está me forçando a comer... – ironizei. – Ah, espera. É isso mesmo que você está fazendo!
    – Oh, você está desconfiando da pureza de minhas intenções? – sussurrou, exagerando na expressão de inocência.

   Ri, revirando os olhos, antes de me ajeitar na cama e pegar a bandeja de seu colo. Fitei o prato cheio de panquecas cobertas com chocolate e não demorei muito para dar a primeira garfada. Eu ainda não estava com tanta fome assim, mas eu sou fraco para coisas que parecem apetitosas, então eu empurraria as panquecas a baixo, mesmo que eu tivesse acabado de devorar um banquete, o que não era o caso.

   – Então... Tem algum motivo especial para você estar aqui? – comecei, tentando dar início a uma conversa.
    – Você quer que eu vá embora?
    – Não! - respondi, de imediato.
    – Justin Drew Bieber, por que algo me diz que o senhor está praticamente com medo de ficar sozinho aqui? – perguntou ela, rindo.
    – Muito engraçado, mãe... – ironizei – Mas eu não sou mais um menininho de cinco anos, ok?

    Houve uma pausa breve, enquanto ela me fitava segurando a expressão de riso e esperando mais alguma coisa de mim. Eu não gostaria de dizer o que nós dois estávamos pensando, mas minha mãe basicamente me obrigara a isso, me olhando daquele jeito divertido com os lindos olhos claros.

    – Ok, eu já entendi! – bufei – Mas, na minha carteira de identidade, eu não tenho cinco anos e é isso que importa. Nós não estamos falando sobre mentalidade...
    – Claro que não estamos, porque se estivéssemos, você teria três anos, não cinco! – corrigiu.
    – Você é tão engraçada que quase me faz chorar, sabia? – falei, exagerando no jeito dramático somado à ironia.
    – Ah, você sabe que eu te amo e que eu sempre vou me preocupar com você, independente da sua idade...

    Suspirei, virando-me quase por completo para ela e encarando aquele belo par de olhos, que faziam parte do retrato da perfeição. Eu não conseguia pensar em outra coisa, se não em um anjo, toda vez que eu olhava para minha linda mãe. Isso só se agravava quando ela sorria do jeito mais doce possível e me envolvia em sua nuvem de ternura e carinho, ao mesmo tempo em que deslizava os dedos pelo meu rosto. Eram pequenas coisas que eu sabia que poderia reconhecer como somente dela até em outra dimensão.

    – Eu te amo também, mãe. Mais do que você pode imaginar!

    Tirei a bandeja do meu colo e coloquei-a cuidadosa sobre a cama, um pouco afastada de nós dois. Assim, livre de outros pesos, abracei minha baixinha, permitindo que todo o sentimento de solidão e carência adolescente – que, com certeza, já não se encaixava em mim – fosse embora, sem deixar qualquer vestígio. Ela era tudo o que eu precisava, sempre fora. Motivo pelo qual implicar com a mesma se tornava parte das minhas funções como um bom filho...

    – E eu também me preocupo com você... – me afastei devagar, buscando achar seus olhos novamente – Por isso, eu gostaria de saber mais sobre esse cara com quem a senhora anda saindo, sabia, mãe? Seu “amigo”, não é?
    – Bom, Justin, eu acho melhor te dar um pouco de privacidade para comer, não é? – desconversou, deslizando para longe de mim, na cama.
    – Pattie, não fuja de mim! – pedi com um tom sério.

    Raramente, eu via minha mãe sem graça e, quando acontecia, geralmente eu costumava me aproveitar da situação, assim como estava me preparando para fazer no momento. Mas, além disso, eu também tinha certo interesse na vida dela, porque mesmo que a mesma fosse muita mais madura e adulta do que eu, todo mundo precisa de cuidados e não seria com ela que eu agiria diferente disso.

    – Comece a falar...
    – O que você quer saber, hein, Justin? – suspirou, rendendo-se a minha insistência.
    – Qual é o nome dele? – comecei, devagar.
    – Paul...
    – Sobrenome, por favor?
    – Mason. – ela estava concentrada demais em não olhar para mim, enquanto falava.
    – Idade?
    – Não fale como se você fosse meu pai, Justin. – Patie revirou os olhos como uma adolescente impaciente – Ele é só um ano mais velho que eu, se você quer tanto saber...
    – O quê? – berrei, sem me controlar – Eu não acredito nisso. Ele é muito velho para você, mãe...

    Eu esperava que minha mãe fizesse uma pequena cena, discordando de mim e explicitando o quanto eu era bobo, como era usual. Mas a única coisa que se seguiu foi um silêncio profundo, enquanto ela me olhava com certa censura, mantendo as sobrancelhas bem arqueadas e na expectativa de que eu notasse algo, que com certeza não havia nem passado pela minha cabeça.

    – Justin, você está me chamando de velha? – perguntou, pausadamente, dando ênfase a cada palavra.
    – Hã... O quê? Não! – me desesperei ao entender do que se tratava, tentando lembrar o que eu havia dito de errado, que pudesse levá-la a pensar nisso – Espera!
  
    Eu sabia que aquela era a pior coisa que eu poderia ter dito a minha mãe, mas nem mesmo conseguia me lembrar de ter falado isso. Esse é o grande problema das mulheres: elas são competentes demais em distorcer suas palavras, arrancando tudo de mais negativo que possa haver e virando o jogo contra você, levando-o a rendição e também as desculpas, que elas obrigarão que você peça.

    – Olha, eu não disse isso, ok? – suspirei, retomando a calma – Eu só... Me preocupo com você e não quero ver a senhora andando por aí com alguém que não seja merecedor da sua presença...
    – Eu compreendo isso, filho, mas... Eu tenho a impressão de que eu sou uma mulher adulta e acho que posso lidar com isso. Mas, como eu disse, é só uma impressão mesmo!
    – Deve ser! – concordei – Porque você ainda parece uma garota que acabou de sair da faculdade, então não soa muito sensato você ficar se gabando por ser madura e todas essas coisas...

    Pattie sorriu, suspirando e voltando a fazer contato visual comigo, como se o foco da nossa conversa tivesse por algum motivo se perdido. Acreditando nisso, ela fez um sinal sugestivo para que eu retomasse a bandeja em cima da cama e assim o fiz, comendo mais um dos pedaços, antes de levar uma garfada até a boca da doce morena que me observava, visivelmente satisfeita.

    – Então... – recomecei, enquanto ela mastigava calmamente – Você gosta dele?
    – Justin... – seu tom de voz foi diminuindo à medida que ela falava – Não é como se eu fosse uma adolescente ainda. Não é como se eu estivesse vivendo uma paixão de colegial. As coisas são diferentes, mais complicadas...
    – Por que é tão diferente assim, se você ainda parece uma colegial?
    – Ei, pare com isso! Há um minuto, você tinha dito que eu parecia que estava saindo da faculdade. Eu ainda não descobri se você faz isso para me alegrar ou para me fazer sentir menor do que eu já sou, mas você está começando a se contradizer, Justin! – me repreendeu, embora seu riso tirasse qualquer seriedade presente naqueles períodos.

    Mesmo que parecesse bobeira da minha parte ou mesmo que ela desaprovasse minhas brincadeiras com a sua aparência tão distante da sua idade, eu não conseguia parar. Não só de brincar com aquilo, mas de enxergar a minha mãe como uma pequena garotinha que precisava de toda a minha proteção e atenção. Pareciam indícios de insanidade, mas eu não conseguia deixar de vê-la como uma pessoa frágil, mesmo sentindo que eu era parte das coisas que lhe afetavam assim.

    – Eu só estou dizendo que se você gosta dele não deveria ser tão complicado assim... – sussurrei, por fim.
    – Eu sei, mas às vezes é mais complicado do que você pensa... – seu tom de voz fazia parecer que ela falava de algo bem maior do que aquilo que estávamos conversando.
    – O que você quer dizer? – perguntei, confuso.
    – Nada! – respondeu, rapidamente – Você está certo. Eu vou resolver essa parte da minha vida, mas agora eu só quero me certificar de que o senhor está bem e, principalmente, se alimentando...
    – Você é tão chata, Mallette! – reclamei, antes de enfiar mais uma garfada na boca, mastigando bem devagar apenas para esfregar meu comportamento amável na desconfiança mandona dela.
    – Eu sei... – sorriu, enquanto levanta-se devagar da cama – Cumprindo o meu papel, eu vou voltar lá para baixo e quando eu retornar, é bom o senhor ter acabado com tudo isso, ouviu?
    – Eu já entendi, mãe!

    Nós acabamos rindo das nossas próprias provocações e, então, ela beijou minha testa delicadamente, antes de se colocar a caminho da porta. Embora eu ainda não tivesse descoberto como, ela conseguira dissipar qualquer sentimento negativo que eu pudera vir a sentir. Continuei observando, esperando até que ela estivesse fora do quarto. Mas, antes de fazê-lo, a mesma virou-se novamente, fitou-me por um minuto e piscou para mim, sorrindo. Foi o suficiente. Então ela fechou a porta tão devagar, que sequer chegou a fazer qualquer barulho.

    Sozinho novamente e, pela primeira vez desejando que isso se prolongasse, não conseguia tirar minha mãe da cabeça. O jeito que ela me tratava me fazia questionar o porquê de não existirem mais pessoas como ela no mundo. Bem, isso significaria mais pessoas para cuidar, mas eu já cuidava das minhas beliebers, que não são poucas... Então, eu provavelmente daria conta disso também!

    E, de maneira alguma, Pattie nunca seria um fardo para mim. Afinal, ela também jamais me tratou assim. Desde que eu me lembre, ela basicamente redefiniu sua vida, quando eu nasci; se dispôs a enfrentar todas as dificuldades possíveis quando eu era criança; me apoiando quando nós vimos a porta do meu sonho começar a se abrir e mesmo antes disso; ficando comigo independente das distâncias que nos separava; me ajudando quando as coisas começaram a desandar e eu me senti perdido. Eu me lembrava de cada mínimo detalhe sobre ela, mesmo sabendo que essa era um coisa que poucos consideravam possível, depois do que aconteceu...

   Pensando nisso, não consegui evitar me lembrar das pequenas coisas que eu havia feito enquanto ainda estava no hospital.  Embora eu nunca realmente tivesse esquecido isso, agora parecia ainda mais imprescindível voltar àquele momento. Assim, me apressei em terminar de comer, caso minha doce mãe retornasse ao quarto, e abandonei a bandeja em cima da mesa de cabeceira, antes de me levantar.

    De pé ao lado da cama, levantei o colchão, me atrapalhando um pouco com o cobertor em cima da cama. Eu sabia que bem ali, talvez no lugar mais improvável em todo o meu quarto, estava um pequeno bloco de notas, que eu pedira para uma enfermeira prestativa me dar se possível. Rapidamente, peguei aquele conjunto de folhas em que estavam anotadas as minhas poucas memórias dos dias no hospital.

    Ajeitando o colchão novamente na cama e me deitando confortavelmente sobre a mesma, virei a primeira página do bloco e me deparei com a minha letra preenchendo quase toda a página seguinte. Aquele era apenas mais um jeito de manter minhas anotações em segredo, assim como o fato de eu só escrever nas poucas – realmente, poucas – vezes em que conseguia ficar sozinho no quarto. Mesmo que na época fizesse muito sentido escrever aquilo, reler aquelas palavras não era tão comum assim...

    “1) Então, eu sou Justin. Eu tenho 21 anos. Eu sou canadense. Eu acabei de sofrer um acidente de carro e, agora, estou sendo alimentado com comida de hospital e têm curativos e tubos ao redor de todo o meu corpo (Nada legal!). E... Aparentemente, eu sou um cantor (será que funciona para mim?) e eu tenho fãs (Isso é definitivamente surpreendente!).

      2) Moça linda, baixinha, pele clara, cabelos perfeitamente lisos e castanhos, olhos como pequenas estrelas que iluminam as estradas escuras. Mãe. A coisa mais encantadora que eu já vi em toda a minha vida. Amo o jeito como ela olha para mim, é tão doce, amável, mesmo que preocupado (não posso culpá-la, eu me sinto péssimo). Além disso... Mesmo que eu não tenha muita certeza de nada agora, ela me faz sentir como se eu tivesse um porto seguro, como se eu sempre fosse tê-la ali, independente das circunstâncias. Eu gosto disso...”

    Minha letra parecia um rabisco de criança que havia acabado de aprender a escrever, devido ao estúpido gesso em minha mão que tornava quase impossível fazer qualquer coisa com o mínimo de dignidade. Mas, mesmo assim, não fora difícil reconhecer as palavras que eu havia escrito, simplesmente por eu me lembrar perfeitamente do que estava sentindo no dia em questão e também por serem apenas verdades.

    Quando eu peguei aquele bloco, só pensava em me certificar do que eu havia escrito há alguns meses atrás sobre aquela maravilhosa mulher que acabara de sair do meu quarto, mas a minha curiosidade era demais para parar por ali. Assim, deslizando os dedos pela minha grafia bizarra, continuei no terceiro item...

    “3) Homem forte, realmente forte, REALMENTE forte. Pele clara, tatuagens, touca, barba por fazer. Ele não parecia muito um homem que costumava chorar, mas seus olhos estavam definitivamente úmidos e eu tenho uma teoria que era por minha causa (droga!). Pai. Ele não está mais com a minha mãe, o que parece fazer sentido para mim. Além disso, eu tenho dois irmãos mais novos, Jazmyn e Jaxon. A melhor e talvez a pior coisa sobre o meu pai é que ele definitivamente consegue fazer com que eu me sinta como uma criança o reconhecendo como um super herói. E eu não entendo porque meus olhos parecem brilhar, mas ele parece feliz com isso. Me faz ficar feliz também!

    4) Conheci meu empresário (e amigo, nas horas vagas) hoje. Scooter Braun. Ele me descobriu no Youtube (dá para acreditar?). Eu não sei muito sobre isso, mas eu me lembro de gravar alguns vídeos cantando músicas que eu gostava, que não me recordo agora, que iam para a internet, então meus parentes poderiam ver.  Eu participava de alguns concursos de canto, mas não parecia grande coisa. De qualquer modo, Scooter me falou mais sobre minhas fãs, disse que minha equipe e todos aqueles que viajam comigo nas turnês (eu faço turnês mundiais! Por favor, que não seja um sonho...) estão ansiosos para vir me visitar e se propôs a me mostrar as minhas músicas, quando eu pedi. Infelizmente, uma enfermeira nos repreendeu, achando que não seria o momento adequado. Deixei essa chatice passar, apenas porque gostava da companhia...   

     5) Ouvi meus álbuns hoje (Scooter é muito mais legal do que parece e... Quem liga para enfermeiras?). Não precisei mais do que apenas ler o nome de algumas músicas ou escutar o ritmo inicial para me lembrar de cada palavra gravada sobre aquelas melodias. A minha favorita era “Believe”, que eu sabia que tinha escrito para as minhas fãs. Na verdade, eu acabara gostando de todas. Mas tinha apenas uma, do mesmo álbum da anterior, que não se encaixava tão bem nesse conceito. Chamava-se “Be Alright”. Era linda, mas quando eu a escutei novamente me fez sentir como... Como se meu corpo estivesse queimando por dentro! Bom, de qualquer forma, não importa. Eu simplesmente amei. Amei o jeito como eu pareço fazer as pessoas gostarem de algo que eu escrevo e canto... Mesmo estando sobre essa cama de hospital idiota, eu amo o que faço!”

   Meus olhos vacilaram diante da última frase escrita. Relendo aquelas palavras, no mínimo, dez vezes, eu notara que... Não fazia sentido eu continuar esperando ainda, não fazia sentido eu buscar algo para me distrair, quando havia pessoas lá fora aguardando que eu voltasse a fazer algo que eu amava. Eu já não estava mais podendo privá-los disso. Então... O que eu ainda estava fazendo ali?

    Rapidamente, segurei firme aquele bloco de folhas em minhas mãos e, em um único puxão, o rasguei ao meio. Repetir o ato algumas vezes, até transformar aquilo tudo em pedaços realmente pequenos e individuais com uma ou duas palavras talvez. Mesmo consciente de que eu tinha deixado de reler mais e mais anotações, eu não me importava. Aliás, o passado não importava mais. Eu já me lembrava de tudo que deveria saber. E também já sabia que se eu não desse o primeiro passo ficaria para sempre estacionado nas consequências de um estúpido acidente...

    Juntei aqueles pedaços de papel minúsculos nas mãos e me levantei da cama, levando todos aqueles dias conturbados direto para a pequena lixeira que ficava no canto do meu quarto, assim como tirava certo peso de cima de mim. Assim, estava pronto para pegar meu celular em cima da mesa de cabeceira, quando notei que deixara alguns rastros pelo caminho, como eu já deveria esperar.

    Me abaixei calmamente para pegar os restos que haviam caído, quando, no meio destes, notei uma tira de papel bem maior. Para variar, minha curiosidade foi maior que qualquer outra necessidade no momento e eu ajeitei os amassados para poder ler melhor, aquelas poucas palavras que reconheci serem do item seguinte...

    “E... Tem também uma garota. Ela se chama (Seu nome). Então... O que sobre ela?”

    Mesmo já tendo rasgado tudo, eu poderia me lembrar perfeitamente de que aquele era o item mais curto de toda uma lista e eu odiava isso. Odiava aquela sensação de não ser capaz o suficiente para me recordar de algo relevante para escrever ali. Mas não é algo com que eu devesse me preocupar, por ora. Eu precisava focar no que parecia mais essencial e mais urgente para mim.

    Enfiando todos aqueles restos no bolso da minha bermuda, continuei a andar até a cama novamente, onde me sentei, pegando o meu celular, por fim. Tinha certeza de que minha lista de contatos era muito reduzida, se comparado a do meu celular antigo – que, infelizmente, não sobrevivera, como eu –, mas pelo menos havia ali todos os números mais importantes, inclusive o que eu necessitava. Ansiosamente, iniciei a ligação logo que o achei e bastou algumas chamadas para que eu conseguisse ser atendido...

    – Ei, Scooter? Podemos conversar?

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E aí está o capítulo 16, tanaaaaam! (:
  Eu espero que vocês gostem, apesar de estar capenguíssimo :c
  Comentem, minhas bebês, que se rolar, ainda posto o capítulo 17 hoje, mais tarde!

4 comentários:

  1. ja q vc ficou acho q + de dez dias sem postar NADA vc tem q pelo o menos postar o 17 hj ou amanhã ne? hahahahahah poxa,amei, vc escreve mt bem msm

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  2. Nossa me deixou curiosa continua logo Por favor .

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  3. AI INFERNO, ELE TEM QUE SABER QUE ELA ERA PELO MENOS A GAROTA DELE, NAO A BISCA DA MANUELA!''Mas não é algo com que eu devesse me preocupar, por ora.'' COMO TU FAZ ISSO KRA? só n vou reclamar mais por causa do ''por ora'' askdhfjds juro que pensei que no cap anterior ela iria embora, dai ele subitamente lembrasse dela e fosse atrás dela no aeroporto e aquela cena clicê de cinema em que ele tascasse O beijo nela acontecesse, mas como a vida n é feita só de coisas boas, isso n aconteceu, porém, irei esperar, joleanna. Então, por favor, diga-me que ele irá pelo menos saber a importancia dela na vida dele antes da porra daquele acidente, POR FAVOR! e eu amei esse cap pq foi POV Justin, faça mais capitulos assim, mim gostar akshdhjsjs~g E KRA PELO AMOR DO SENHOR, POSTA O 17 HJ, EU PRECISO DA CONTINUAÇÃO! sabe que ymmly é a minha vidinha hahah enfim, espero que o justin pare logo de cabritagem e volte logo c ela, bjaum <3
    xo
    @rockinemblem3

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  4. Eu Dependo Do Capitulo 17 , vai demorar muito pro justin se lembrar de (seunome) ? leitora nova amo seus imagines <3

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