15 setembro 2013

4. You Make Me Love You - Capítulo 21



                                                                            Efeito Dominó


 Belieber's POV
    Cory estava começando a me irritar, me censurando daquela forma. Por que, afinal, ele havia me levado a um bar apenas para beber água? Por que ele não conseguia simplesmente se libertar e se divertir um pouco comigo? Por que eu não podia beber o que eu quisesse e fazer o que me desse vontade no momento, sem ter que aguentar todo mundo? Era oficial. Cory precisava de uma boa dose de “como ser jovem”.

    – (Seu nome), eu acho melhor irmos embora! – repetiu Cory, mais uma vez.
    – Cory, você está muito estressado... – soltei, antes de voltar a me referir ao anjo que me servira durante toda a noite – Kaique, me traz mais um Martini, por favor. Agora, em dose dupla, porque o gatinho aqui está precisando!
    – Não! – interrompeu-me, sem um pingo de educação – Cara, não traz mais nada, pelo amor de Deus. Tome isto aqui e pode ficar com um troco, ok? Uma boa noite para você!

    Antes que eu pudesse reestabelecer meu pedido, Cory abandonou uma nota no balcão e depois me puxou tão rapidamente que eu cambaleei na cadeira, tropeçando e quase indo de encontro ao chão. Mas ele me segurou ainda mais depressa. Infelizmente, a rapidez de seu movimento não fora suficiente para me causar outro efeito, se não a sensação de que minha cabeça girava. Eu estava começando a traçar vários planos para matá-lo, mas não fui capaz de fazê-lo, já que a tontura trouxe uma parede negra até meus olhos, me fazendo ter que piscar várias vezes.

    – Vamos! – ele continuou a me puxar no meio da rua – Vamos logo antes que você arranje outro jeito de ingerir mais alguma coisa, sua alcoólatra.
    – Eu não sou alcoólatra, Cory! – esperneei, me soltando de seu aperto de ferro.
    – (Seu nome), para de berrar!
    – Quem está berrando aqui? – revoltei-me – Eu estou aqui apenas reivindicando os meus direitos de cidadã. Sendo assim, eu tenho liberdade de dizer que eu não sou alcoólatra. Se eu fosse, já deveria estar bêbada. E eu não estou bêbada. Ainda aguento, no mínimo, quatro taças de Martini. Vamos voltar!
    – (Seu nome), mais uma dose e você entrará em coma alcoólico.
    – Que exagero!

    A cada segundo mais, eu notava que Cory era muito, muito dramático, tanto que me fazia pensar estar na presença de algum médico de uma novela brasileira. Afinal, era um tremendo teatro dizer que eu estava bêbada. Eu nunca estivera tão sóbria em toda a minha vida. Tão sóbria que eu podia andar em uma corda bamba, segurando um elefante e começando a cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz, porque eu sei que a vida deveria ser bem melhor e será, mas isso não impede que eu repita... É bonita, é bonita e é bonita!

    Boa música.

    – Cory, eu não entendo o motivo pelo qual você me trouxe aqui, se você vai ficar regulando o que eu vou ou não fazer, sabia?
    – (Seu nome), eu te trouxe aqui para jogarmos sinuca, exclusivamente! – a voz dele estava parecendo mais arrastada do que jamais fora – Você que se esqueceu disso.
    – Hum, sinuca, é? Então, você gosta de enfiar o taco no buraco? Que safadinho!
    – Menos, (Seu nome), bem menos! Agora, por favor, vamos para o carro, vamos!
    – No carro? Que versátil!

    Ele não voltou a me responder, apenas me empurrou até o seu veículo, que não parecia muito à vontade com a nossa invasão em seu interior. Pacientemente, comecei a acariciar sua superfície metálica, esperando por assim fazê-lo que os ânimos se acalmassem. Eu não queria ter que recomeçar uma discussão ou algum debate qualquer, mas Cory parecia não compreender isso, infelizmente.

    – (Seu nome), o que você está fazendo? – escutei, ao longe.
    – Eu estou fazendo carinho no carrinho, posso?
    – Desculpa a pergunta, mas... Por quê? – insistiu.
    – Porque eu sou uma pessoa gentil, oras. – expliquei, paciente como nunca – Acho que seu carro merece o mínimo de respeito e atenção que você não sabe lhe dar. Imagina abrir o pobrezinho assim, sem mais nem menos...
    – (Seu nome), entra logo!

    Cory deu a volta no carro e apareceu ao meu lado rapidamente. Em questão de segundos, a porta estava aberta e eu não tive alternativa a não ser entrar, mesmo achando uma injustiça. Afinal, que mundo era aquele em que os homens não sabiam mais como lidar com seus pequenos brinquedos modernos e de alto custo? Como, com toda essa falta de atenção, o ser humano espera que o planeta Terra evolua?

    Enquanto Cory nos tirava dali rapidamente, eu começava a refletir sobre o motivo que ele teria para tamanha pressa de ficar sozinho comigo e... Na verdade, todos apontavam para uma única coisa: sexo. Definitivamente, ficar com ele era uma possibilidade, embora eu não tivesse realmente que chegar a ir tão longe. Eu estava a fim de brincar um pouquinho. Pegação e provocação já deveriam ser o suficiente para Cory se aquietar e também para curar a minha boca carente de companhia.

    O caminho ia ficando mais embaçado à medida que Cory ficava mais concentrado na estrada. Minha cabeça estava começando a girar com a mesma velocidade que nos locomovíamos até algum lugar desconhecido. Obviamente, criei algumas teorias para isso: a mais absurda era de piolhos passistas – eu não tinha piolhos – e a mais provável de todas era a culpa. A culpa que me consumia por estar tomando o papel de bom moço do meu acompanhante ao invés de me permitir fazer algo que eu realmente queria.

    – Cory, você pode ir mais devagar, por favor? – pedi, esforçando-me para fazer minha voz funcionar como deveria.
    – Ah, não! – parecia um som de lamento – Não me diga que você quer vomitar, por favor. Por favor, não faça isso com meu carro!
    – Que vomitar o quê? – fuzilei-o, por não saber que vomitar era algo completamente nojento – Olha só, eu quero... Fazer igual aos filmes. Vamos! Largue o volante e vamos tirar nossas blusas na janela e gritar para as pessoas na rua. Vamos cantar! Você conhece alguma música?
    – (Seu nome), linda, amor da minha vida, presta bem atenção no que eu vou dizer agora, ok? – pediu, demorando demais para continuar – Se eu largar, mesmo que por um minuto, a direção do carro... Nós morremos!
    – Ai, que dramático!  - resmunguei, sem saber como lidar com todas as suas desculpas – Sério, eu me sinto como se estivesse saindo com meu avô. Porém, isso seria considerado pedofilia, já que você tentou me levar para um canto, várias vezes, né, vovô? Vovô! Mentira... Pare de falar no meu avô, porque ele era um homem muito digno e que não merecia ser comparado a alguém como você. Ai, ai, vovô, que saudades do senhor. Eu espero que seja legal no céu...

    Cory não me respondeu, mas começou a sussurrar qualquer coisa consigo mesmo, parecendo centrado exclusivamente nisso, e eu achei bonito da parte dele estar rezando pelo meu falecido avô.

    Não voltamos a conversar. Para mim, parecia mais interessante observar os borrões na paisagem lá fora do que ter que ouvir os sussurros preocupados de Cory. Havia nuvens em destaque no céu, casas coloridinhas e gramados que passavam correndo por nós e me faziam sentir como se eu estivesse dentro dos meus desenhos frustrados de criança. Meus sonhos foram destruídos logo no jardim de infância, o que explica muitos espaços desmotivados em minha vida. Eu poderia começar a chorar me lembrando de todos os meus fracassos artísticos, mas...  

    Mas eu estava muito feliz!

    – Cory, eu quero ser famosa! – informei, imaginando que ele pudesse me ajudar.
    – (Seu nome) – falou, logo após sussurrar algo que novamente não consegui compreender –, você já é famosa! Famosíssima! Mais famosa impossível... Agora, por favor, se aquieta. Nós já estamos quase chegando.
    – Espera! Eu sou famosa? – sim, é verdade, então, sonhos se realizam – Como assim? Cadê meus fãs, então? Fãs, eu amo vocês!
    – Olha só...
    – Não, espera! Se eu sou famosa, onde estão minhas obras, hein? Nós estamos indo vê-las, não é? Ai, ai, aposto que elas ficaram lindas, expostas no Louvre. Como é difícil ser uma artista famosa e aclamada por todo o mundo...
    – Do que você está falando, menina? – Cory estava sofrendo de Alzheimer, coitado.
    – Garoto, você não ouviu o que acabou de falar? Eu estou enganada ou estamos falando sobre o fato de eu ser praticamente o novo Leonardo da Vinci, só que mulher...
     – (Seu nome), você... Olha, nós estamos indo ver seus magníficos quadros agora, tudo bem? Mas, para chegarmos mais rápido, você precisa ficar bem quietinha, minha princesa.

    Calei-me.

    Eu queria chegar o mais rápido possível nas únicas vitórias da minha vida. Na verdade, era um pouco engraçado pensar que eu acabara de descobrir que toda a minha existência tinha um sentido maior, afinal, por conta da força com que eu acreditara. Até porque tudo começa com algo, mas algo pode ser nada... Nada se o pobre coraçãozinho de Cory não sonhasse comigo. Onde eu estaria se ele não acreditasse?

    Espera! Eu já ouvi isso em algum lugar...

    O caminho parecia que ficava mais e mais embaçado, meus olhos começavam a pesar e meu estômago revirava. Eu provavelmente estava nervosa com toda a situação, mas tudo começou a soar incômodo, de repente. Fiquei com vontade de chorar, como se estivesse sob uma crise de TPM. Mas eu era orgulhosa demais para deixar que aquilo borrasse a minha maquiagem, antes de chegar arrasando no lançamento da minha nova obra memorável.

    – Chegamos! – informou Cory, ao pararmos.
    – Isso? – perguntei, olhando para o lado externo ao carro – Mas... Cadê os meus fãs? Cadê os repórteres para realizarem um documentário sobre a minha vida? Cadê todo mundo?
    – Eles podem estar escondidos por aí, oras. Paciência!

    Cory saiu do carro e, segundos depois, me ajudou a fazer o mesmo, já que eu me atrapalhara ao fazê-lo. Minhas pernas pareciam suportar vários sacos de cimento e estes me faziam cambalear praticamente a cada passo que eu dava. Felizmente, o possível homem da minha vida estava bem atrás de mim, enquanto cobríamos a distância até o local da exposição. Cory tinha as chaves do mesmo, então as chances de tudo aquilo fazer parte de alguma ideia bizarra sua pareciam ter aumentado.

    Assim que entramos, me deparei com um breu absoluto e engoli a vontade de gritar de pavor – nunca se sabe o que se esconde na escuridão –, porque continuamos seguindo assim mesmo, como se aquilo incomodasse só a mim. Já esperando por isso, esbarrei em todos os móveis e tropecei em milhares de degraus durante o percurso, enquanto Cory (ou o bicho-papão, que sabe?) permanecia bem atrás de mim, sibilando a cada mísero barulho. Talvez ele não soubesse que o nome dessa preocupação toda se chamava TOC.

    De repente, uma claridade forte invadiu meus olhos, fazendo-me sentir que poderia desmaiar ali mesmo, de tamanho desconforto. Não era só de sono que eu poderia cair pelos cantos, mas também de dores pelo corpo. E, quanto a isso, toda aquela luminosidade, embora eu não entendesse o porquê, me massacrava tanto quanto uma manada de elefantes sambando sobre mim.

    Após diversas piscadelas para afastar a cegueira temporária, o ambiente em que estávamos começava a formar imagens em minha cabeça – nada muito nítido, na verdade – e eu notei já estarmos em outro cômodo do local em que entramos. Era um quarto masculino, a julgar pelas cores presentes no mesmo. Porém, independente da decoração, estar li me fez entender finalmente o que Cory pretendia com toda a ilusão relacionada nos meus sonhos artísticos. Ele estava era com vontade de pintar o sete...

    Sinceramente, eu estava destruída, morta e com preguiça de caminhar até a minha cova, mas, por ele, talvez fosse possível o sacrifício. Além disso, mesmo com a minha visão momentaneamente falha, eu tinha consciência de que tudo em Cory era atraente. Então, por que não? Eu tinha mais a perder se, por acaso, não me aproveitasse da maravilhosa oportunidade que o destino jogara em meu colo.

    – Você sabe que não precisava disso tudo, Cory... – ri, virando-me para ele – Poderia ter evitado toda essa conversa barata que usara para tentar me distrair e ter me dito o que você estava pensando desde o início.

    Não esperei mais, afinal, ele mesmo já havia enrolado por muito tempo. Com destreza, joguei Cory em sua própria cama e me aproximei, por cima dele. Deitado de imediato, ele parecia completamente inocente e indefeso. Eu gostava demais daquilo. Gostava de sentir que estava no controle. Apesar de apreciar homens que assumem a situação de vez em quanto, eu estava a fim de brincar um pouco naquela noite e Cory parecia ser o tipo certo para me distrair.

    Deixando-me levar pela minha safadeza iminente, deslizei minhas mãos por dentro de sua camisa, sentindo o movimento de seu abdômen. Sua pele estava em uma temperatura um pouco mais baixa do que esperava, mas isso era algo que eu poderia resolver logo. Sem pensar duas vezes, levei meus lábios até seu pescoço, beijando-os de forma lenta e provocante. Seu perfume chegava ao meu nariz, fazendo-me sentir dopada por aquele aroma maravilhoso. Minha sonolência anterior se dissipara, enquanto meu sangue fervia dentro das veias.

    Eu não sabia bem o que me levava a fazer aquilo, mas se havia algo do qual eu estava certa era de que eu queria aquele homem com rostinho de menino. Havia algo nele que me despertava a vontade de tê-lo perto. Talvez sua respiração ofegante provocada por mim, o modo como ele arqueava as sobrancelhas nas situações certas ou mesmo seus lábios incrivelmente mordíveis. Tinha alguma coisa realmente sexy naquele garoto e eu precisava daquilo para mim.

    – (Seu nome), o que você está fazendo? – até sua voz entrecortada era sexy.
    – Ah, por favor, não vá me dizer que você nunca fez isso, porque eu não acredito! – ri, aproximando nossos rostos.
    – Não é isso, mas... Eu não posso fazer isso com você, (Seu nome). Não assim, pelo menos...

    Recapitulando... Eu acabei de levar um toco dele? Em que mundo isso aconteceu? Eu não era de levar tocos de ninguém!

    – Sobre o que você está falando? – indaguei, levantando um pouco o tronco, mas sem sair de cima dele.
    – Estou falando sobre você ter um namorado. Eu não sei se essa é a impressão que passa, mas eu não sou esse tipo de cara...
    – O quê? Namorado? Você está louco?

    Sem dar mais espaços para conversas bobas, deslizei meus dedos por seu belo rosto e voltei a me aproximar novamente. Meus olhos em seus lábios, sua respiração em minha pele e, então, estávamos perto de chegar onde realmente importava. Eu já podia sentir nossas línguas se tocando, seus braços ao meu redor e o calor dessa atração, quando fui injustamente interrompida, com um dedo indicador sobre meus lábios.

    Frustração seria a palavra mais adequada para definir o que aquele garoto estava me causando.

    – Mas... E quanto a Justin?
    
   Pergunta errada.

    Justin. Justin. Justin. Um idiota – com certeza –, mas, infelizmente, ainda capaz de fazer minha garganta se fechar por completo, afinal, é isso o que a repulsa faz com as pessoas. Era a única coisa que eu podia sentir, além do meu estômago se revirando e da cabeça voltando a girar. Dessa forma, precisei de alguns minutos para entender que a pergunta que me fora feita não era muito relevante, então, eu não julgava precisar de qualquer resposta, mas cedi em consideração a Cory.

    – Justin? Ah, você deveria perguntar à namorada dele, que é com quem ele deve estar agora! Provavelmente, os dois devem estar contando estrelas no céu e vomitando romantismo um no outro ou, talvez, trancados em um quarto, fazendo sabe-se lá o quê...
    – (Seu nome), você está delirando?
    – Não, eu não estou! – sai de cima dele, me levantando da cama e me pondo de pé, ao lado da mesma – Como você pode não ligar? Aliás, como você poderia saber, em primeiro lugar, não é mesmo? Afinal, temos que cuidar da boa imagem do pobre Justin Bieber e não seria bom para ele o título de “traidor duas caras”. Então, eles te fazem pensar que não seria bom para ninguém que o mundo todo soubesse que esse idiota pisou em cima de você e aproveitou o momento para pegar uma piranha qualquer, que diz ser “sua melhor amiga”. Mas, pense bem, como eu fico nessa história, hein? Ah, espera, ninguém liga, porque é mais importante cuidar do pobre garotinho acidentado. Quem se importa se ele quebrou um osso ou dois? Eu, não...
    – Espera! Mas... Naquele dia, na patinação, você me disse que...
    – Eu menti, ok? – minha garganta ardia a cada palavra que saia da minha boca – Eu sou uma mentirosa! Por que você acredita em mim, afinal? Eu minto, eu sou uma pessoa dissimulada, eu sou cínica. Minha vida é um grande teatro, eu estou sempre atuando.  Eu sou uma pessoa horrível. Alguém deveria me internar em um manicômio ou, melhor, me tacar em uma fogueira, como fizeram com Joana D’arc. A diferença é que ela fez algo que preste pelo mundo, enquanto eu sou um completo fracasso. Não é à toa que ninguém me suporta, nem eu mesma. Eu deveria me matar para assim conseguir escapar do terrível fardo que é conviver com a minha presença contínua!
    – Para de dizer besteiras, garota! – ele estava brigando comigo, eu podia sentir isso.
    – Cala a boca! Você não sabe como é... Eu me odeio mais a cada minuto. Todos os dias, quando eu acordo, eu olho para o espelho e pergunto a mim mesma como a minha vida se tornou essa porcaria hoje. Então, por que não se põe no meu lugar e para de gritar comigo? Eu estou cansada! – havia uma sensação ruim em todo o meu rosto, algo me sufocando, que doía cada vez mais – Que saber? Para mim, é o suficiente. Eu vou ligar para todas as emissoras do mundo, para as editores de jornal e qualquer site lixo de fofoca e soltar a verdade, a verdade que ninguém vê... Justin Bieber é um falso, que deveria enfiar aquelas cançõezinhas ridículas no orifício que melhor achar conveniente!
    – (Seu nome), calma!

   Eu já estava me preparando para começar a gritar de novo, se ele tentasse me impedir de fazer o que eu queria, mas fui surpreendida. Braços fortes se apertaram ao meu redor, me pressionando contra um peitoral firme e eu não tinha certeza se isso estava tendo o efeito adequado. Eu não conseguia sentir esse contato. Não conseguia sentir esse choque entre temperaturas. Era só um abraço.

    Minha cabeça estava latejando de dor, meu corpo estava dormente e minha mente me fazia ter vontade de superar isso tudo pulando de um precipício. Eu queria gritar até as minhas cordas vocais pararem de funcionar para o resto da vida. Talvez assim eu pudesse apenas voltar para a minha vida normal e esquecer tudo o que, no momento, eu não me lembrara com toda clareza. Mas se havia algo que estava me incomodando era o meu rosto molhado e quente. Eu realmente odiava isso, me fazia sentir uma fracassada. E era mesmo o que eu era. Fracassada o suficiente para ter até dificuldade de admitir isso.

    De repente, quase sem que eu percebesse, eu havia sentado, ainda sendo amparada pelo abraço forte daquele ao meu lado. Minha percepção estava ligeiramente alterada, enquanto eu tentava entender o que estava acontecendo, sem muito sucesso. Enxergar já não era mais algo que eu estava conseguindo fazer e, mesmo assim, eu não fazia ideia se estava com os olhos abertos ou fechados. As únicas coisas que pareciam se distinguir das outras era um incomodo estranhamente contínuo e um pedido de calma sendo sussurrado repetidamente em meus ouvidos.

    Quando eu já estava quase certa de estar dormindo, um aroma diferente chegou até mim, me fazendo estremecer. Meu coração vacilou à medida que eu começava a visualizar uma perfeita imagem do meu desejo. Seu cabelo perfeitamente desarrumado, seus olhos como a coisa mais preciosa que eu já vira, seu jeito tão único de me segurar, tudo estava me tocando profundamente. Eu estava destruída – era um fato –, mas ter aquilo foi suficiente para me reestruturar novamente, pelo menos, por alguns minutos. Eu precisava, mais do que qualquer coisa, ter certeza e que seria capaz de prolongar aquilo por mais tempo. Talvez, até mesmo para sempre...

    – Você me ama, Justin?
    – Hã... Eu... – sua hesitação me assustou de início, antes de eu conseguir perceber que aquilo era meu problema de compreensão, o que também fazia sua voz parecer ligeiramente diferente – Claro. É claro que eu amo você, (Seu nome)!

    Foi o suficiente. A dor, o incômodo e a dormência passaram tão rapidamente que parecia que eu nunca os havia sentido. Não havia mais grito, pânico ou choro, afinal, o que eu precisava saber, já havia me sido dito. Eu tinha certeza, afinal. Ele era meu. Sempre seria...

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Capítulo 21, bbys!
  Eu sei que atualmente com o meu suporto descado em relação ao blog (descaso esse que não existe, eu realmente estava tendo dificuldades para postar), eu sei que bem menos leitoras leem a ymmly, mas mesmo assim eu falei que não iria parar, não é mesmo?
   Então, é o seguinte, gatinhas... O capítulo 22, se o blog não buggar, já está programado para ser postado na quarta-feira e os seguintes no sábado (ou no domingo, ainda não ajeitei a programação deles). Então, o blog seguirá nesse ritmo, capítulos quartas e finais de semana. Lembrando que eu já programei os posts no blog, então eu não avisarei para vocês quando atualizar e, qualquer problema, eu resolverei quando voltar a olhar. Mas, comentem, me digam o que estão achando, se vocês ainda se derem o trabalho de ler até aqui...
    Anyway, continuo amando vocês! Obrigada por continuarem aqui!    

6 comentários:

  1. Oi, gosto muuito de YMMLY, assim como também gosto de design, e queria propor para você uma mudança de design no blog, se estiver interessada me procure no twitter: @swagdobieber_

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  2. Você escreve super bem, amo YMMLY de coração!! Continua ♥

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  3. cara eu amo essa ib dms haha <3

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  4. CONTINUA eu to louca pro próximo capitulo!
    POSTA LOGO POR FAVOR, eu sempre venho aqui, mais tu nunca posta!

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  5. Caramba... Foi a unica coisa que consegui dizer quando terminei de ler esse capitulo. Perfeito. Eu ri pra caramba, mas também me emocionei nesse final, acho que "eu" devia dar uma chance pro Cory, afinal, "me" aguentar bêbada não deve ser fácil hahahaha

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